domingo, 31 de maio de 2015
GRES DRAGÕES DO IMPÉRIO (MANAUS/AM)
Samba Enredo 2016
"Do Rio de Janeiro Para Manaus... Chegou Sidney
Myngal, Sorria! Se Tem Carnaval e Tem Alegria, Tem Poesia"
Compositores: Sidney Myngal, Mingauzinho Thiago, Djalma
Falcão e Marco Moreno
Intérprete: Wander Pires
Uma luz brilhou, é noite de luar / Os anjos fazem festa
para anunciar / A força do divino ilumina os sonhos do Menino / Das notas
musicais a poesia / Os versos da canção / Vem do coração, a inspiração / O dom
de compor é paixão e amor / Nas veias o sangue do trabalhador
São Jorge meu santo guerreiro clareia / A fé vai me
guiar / No céu a lua cheia passeia / Clareia meu caminhar
Partiu, cruzou o mar / Pelo mundo a cantar / Encantou o
Brasil, artista popular / Seu destino é sonhar / Navegou no Grande Rio / Chegou
na floresta, o povo em festa / O branco é a paz, vermelho emoção / O trem da
Mocidade chegou / A Reino Unido arrepiou
A hora é essa, Dragões do Império chegou / A avenida é
um caldeirão / É bom à beça, além da imaginação / Com Myngal ser campeão!
CARNAVAL DE PORTO ALEGRE RS
Grupo Jovens Carnavalescos promove no dia 31 de maio as 13 hora no Copacabana um churrasco de confraternização do grupo, conhecimento geral do grupo e divulgação de um novo projeto criado pelo JC. É aberto a todos e só levar seu quilinho e se juntar ao grupo mais cobiçado do carnaval...
sábado, 30 de maio de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
GRES UNIDOS DO VIRADOURO (NITERÓI/RJ)
Sinopse Enredo 2016
"O ALABÊ DE JERUSALÉM, A SAGA DE OGUNDANA"
INTRODUÇÃO
Motivado, sobretudo, pelos dramáticos conflitos
étnicos e religiosos que assolam o ventre da Mãe Terra, o G.R.E.S. Unidos do
Viradouro propõe como enredo para o carnaval de 2016 a saga de Ogundana, o
Alabê de Jerusalém, cujo principal objetivo é a união entre os povos através do
que há em comum entre eles, independente de suas diversidades.
O africano contemporâneo de Jesus Cristo, Ogundana,
o Alabê de Jerusalém, é o principal personagem da obra literária e de uma ópera
com o mesmo nome que, ao ser encenada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro,
recebeu uma série de comentários elogiosos. O enredo será apresentado em quatro
partes:
Gênese:
Há dois mil anos, início da Era Cristã, nasce em
Ifé, reino Ioruba do anigo Daomé, Ogundana, filho espiritual de Oxum e Xangô.
Às véspera de completar seus doze outonos, Ogundana é iniciado um
"Alabê" (Cuidador da música nos rituais tribais) e, recebe dos sacerdotes
a empunhadura do archote que ilumina os fundamentos dos Orixás, o conhecimento
dos segredos terapêuticos dos metais, folhas, raízes e o saber de que com
cânticos, preces, cura-se doentes da alma, traumas desaparecem e, que quando um
Orixá desce na cabeça de um Iniciado, todo o mal pode ser neutralizado e até as
feras obedecem.
Ao ser portador desses dons, o espírito cigano que
desde muito cedo o acompanha se manifesta em plenitude. Então, numa daquelas
noites, quando a aldeia dorme, busca as bênçãos dos Orixás, faz a Oxum e Xangô
oferendas e parte em direção ao Norte africano à busca do desconhecido,
compreendendo que, vai como galho de uma árvore ao quintal do vizinho, mas que
com permissão da raiz e, que se sangrar os pés no caminho a Mãe Terra o
reconhecerá onde quer que esteja.
Trajetória:
Na solidão da dura caminhada, restaura-lhe a
altivez, o destemor, a irradiação de calor da faísca de Xangô em suas veias,
das mãos de Oxum descem águas do Orum nas tranças do seu cabelo, a lança de
Exu, o Agadá de Ogum, cruzando-lhe no céu lhe doam o anel e o colar dos
guerreiros, da concha do mar, ouve a voz de Iemanjá revelando-lhe segredos,
quando a tristeza o fustiga, sente as mãos de Omulu e Nanã lhe acariciando a
fronte. E assim, seguindo em frente, Ogundana foi agricultor junto aos núbios,
pastor de ovelhas entre os árabes, condutor de parelha de bois nas savanas sudanesas.
Ao conhecer o deserto inclina-se diante de sua soberania, reverencia sua coroa,
compreendendo que quem ao deserto se alia, o trata sem heresia, respeita sua
geografia, a si mesmo aperfeiçoa.
Assim foi feito.
Assim foi feito.
Chegando à primazia na leitura dos búzios,
reconhece o poder medicinal nas novas plantas que encontra, assim sendo, chega
à fama de curador, entre os pobres e a nobreza. No Egito, encanta-se com as
divindades Ísis, Horus e principalmente com majestade do espírito doador do
Nilo. Nessas terras conheceu seu primeiro amor. Por onde passa, Ogundana
percebe a presença dos Orixás em confraternização com deuses de outros povos e
certifica-se, cada vez mais, que o Divino em nós é que nos aproxima. No reino
da Núbia, Ogundana deparando-se com um centurião romano, gravemente ferido em
batalha, põe-se a cuidar do guerreiro com ervas sagradas, cânticos e preces.
O Centurião, quando curado, encantado com sua
sabedoria, o convida a ir para Roma. Na cidade das sete colinas, Ogundana
reconhece algumas afinidades entre alguns deuses romanos e iorubás e,
reconhecida sua competência, passa a receber soldo militar para cuidar dos
oficiais, senadores do Império Romano e suas famílias.
Encontro:
Depois de algum tempo, seus feitos causam inveja e
despeito em romanos, aos quais estava ligado em função de seu ofícios, fatos
que o levam a temer por sua integridade. Alertado pelo amigo centurião,
Ogundana integra-se, como médico, à tropa do novo Procurador da Judeia, Pôncio
Pilatos e cruza o Mediterrâneo em direção ao Oriente Médio. Em Cesareia,
domínio de Herodes Antipas, a uma unha da águia romana, Ogundana tem contato
com um homem que lhe parece possuir a vibração de Xangô, o gigante do deserto,
João, o Batista.
Herodes Antipas costumava promover festas
monumentais nos suntuosos jardins de seu palácio com a presença de escravas
para servir à volúpia de seus aduladores. Num desses festejos, exibiu-se
Salomé, oferecendo-se ao soberano em troca da cabeça do grande João Batista.
Ogundana desgastado com os exageros dos que lhe garantiam o salário, mesmo
continuando em Cesareia, abandona as tropas do Império. Um dia, passeando às
margens do Mediterrâneo, encontra aquela que se tornaria o grande amor de sua
vida, a bela judia da comunidade essênia, Judith.
Fundem-se suas almas, suas culturas, como se fundem
os matizes de uma original tintura extraída de diferentes raízes, pra assim
tornar possível uma pintura nova, fecunda e arrojada. Judith aprende os
preceitos das cerimônias yorubanas, ao toque dos tambores dança como uma
africana. Ogundana encanta-se com as homilias dos profetas, a maestria do poeta
dos salmos, com as danças, as profanas e as sagradas. Unem-se então, num ritual
híbrido, judaico-africano.
Judith, orgulhosa do seu homem, o leva a Galiléia
para que conheça o mais jovem profeta da Judéia. Ogundana se comove ao ouvi-lo
no poema do Sermão das Bem-Aventuranças e vai às lágrimas quando a luminosidade
do jovem Jesus o remete a Oxalá. Ao retornarem a Cesareia, Herodes Antipas
cometera mais uma de suas levianas atitudes, confiscara propriedades de grupos
religiosos, entre as quais, a doce morada dos vinhedos, onde vivia a família de
Judith.
Com ajuda financeira de Ogundana, a família ruma a
Jerusalém, onde viviam alguns parentes. Judith a acompanha. Ogundana ainda não,
pois não teria como abandonar uns tantos enfermos aos seus cuidados.
Meses depois, chegando em Jerusalém, impressiona-se
com a beleza da cidade que lhe parece uma joia dourada incrustada sobre a
rocha, seus muros iluminados por tochas, um colar majestoso, um protetor
orgulhosos daquele lugar feminino tomado por viajantes das mais variadas
origens, uma bela mistura de idiomas e etnias. Todavia, toma consciência da
tensão ambiente, por conta da perturbação dos sacerdotes com a presença do
jovem ornamentado com os diamantes da dignidade espiritual, vestido com os
esvoaçantes tecidos da sabedoria ornados com filamentos da ética e do respeito,
bordados com pérolas raras da inacessível verdade, Jesus.
Ogundana reencontra, então, sua amada Judith. O
belo casal tem contato com outros seguidores do Messias, entres esses, um
libanês que promovia encontros em sua casa. Num deles, Ogundana conhece as Mães
de Belém que tiveram seus filhos mortos por Herodes, O Grande. Elas foram a
Jerusalém para rever Jesus, o único menino sobrevivente àqueles terríveis dias.
Acompanhando Jesus Cristo, Ogundana afirma, em seu íntimo, a certeza das
estreitas relações entre todas as formas de religiosidade e, de que só com
sincera busca do Divino em nós é que pode produzir a igualdade entre os humanos.
Com a morte de Jesus a cidade perdendo encanto,
Ogundana e Judith decidem descer Jerusalém e viver próximo ao Mar da Galiléia.
Antes da partida, vão ao Gólgota para matar saudade do Meste, lá encontram
grande quantidade de seguidores e, aos prantos ao assiste Maria acalentando o
coração da senhora que lhe foi pedir perdão pelo erro do filho, a mãe de Judas
Iscariotes.
Purificação:
Hoje, mais de dois mil anos depois que o sol nasceu
e se pôs, esse filho da terra dos Orixás que andou pelos três continentes
conhecidos em sua época, África, Europa e Ásia, é uma luminos entidade
espiritual que se manifesta nos templos de matriz africana. O Alabê de
Jerusalém que, retornando à Mãe Terra para cumprimentar o Novo Mundo das
Américas escolhe o Brasil, pátria do céu do Cruzeiro do Sul, para onde migrou o
Panteão de Daomé, do povo Yorubá, Gege, Banto, Keto, Nagô, que une branco e
pretos em torno dos atabaques, os da alta roda, os do gueto, os sem camisa e os
de fraque na celebração da vida.
Quando questionando sobre a que rumo tomar para
que, entre os humanos, se manifeste, em plenitude, o sublime responde:
A Terra ficou pequena, às gerações por vir, menor
ainda. No meu tempo eram os tambores a transmitir mensagens, hoje, na
velocidade da comunicação, as diferenças entre vós, tribos terrestres, se
agigantam, é o que, eventualmente, vos parece. Mas sois um único povo, cuja
beleza reside nos tantos matizes a colorir vossos corpos, almas, cidades,
países, continentes, sois cidadãos de uma única pátria, a TERRA, cuja bandeira
é ainda por ser concebida e hino por ser inspirado.
Os grandes Avatares já vos visitaram e, por amor e
bondade, impuseram-se a dores e angústias pesadas. Não há dúvida que sabiam que
vosso limitado olhar poderia transformar suas orientações em vergões a vos
fustigar, assim tem sido feito. Corrigirão equívocos, as gerações por vir, não
que seja melhores que as velhas gerações, essa é a estrada. Todavia, a lentidão
nesse avanço já não vos é permitida, torna-se urgente a negação do futuro
paraíso ou seu posto, dois imaginários reinos que vos afastaram de casa.
Demonstrai gratidão pelos elementos que Terra vos empresa na construção do
magnífico corpo físico.
Devolvei esse carinho preservando o ar, a água dos
mares, dos rios, as florestas, os preciosos bens naturais que vos mantém vivos.
Assim sereis religados à soma de todos os "eus", Deus.
É o bastante, pois não há como unificar os homens,
agrupá-los numa única fé, nem tampouco o porquê. É bem mais bonito saber que
Deus manifesta-se de muitas formas diferentes e, de que em nenhum lugar é
ausente.
No Egito, os que adoravam Ísis, não eram menos
felizes que nenhum de vós, quando estive em suas terras, não tenho nenhuma
dúvida que a divindade do Nilo veio sempre em meu auxílio ao ouvir a minha voz.
Como reverenciar na Judeia, a divindade das
florestas, se lá elas não existem, a entidade do rio, se eles são tão poucos,
como crer que Iemanjá é rainha do mar, se na Judeia o mar, é Mar Morto?
Assim, o Alabê de Jerusalém, um filho de Daomé, que
conduzindo a fé, um dia, em sua caminhada encontra com a Sagrada Luz de Jesus,
o Nazareno, hoje, na linha dos Pretos-Velhos retorna à Mãe Terra, a cortina do
tempo descerra e, sob os auspícios da arte, ao som dos atabaques, reparte o
vinho de sua trajetória, reacende a luz da memória e canta.
"Meu nome é Alabê de Jerusalém, chamado por
esse tão querida Irmandade, cheguei pra matar saudade."
Que os tambores ronquem por essa doce entidade que,
com delicadeza, respeito e alegria, vem nos falar sobre solidariedade, tolerância,
união e harmonia.
Carnavalesco Max Lopes, Altay Veloso e Marco Beja
CETE (PORTO ALEGRE/RS)
PROGRAMAÇÃO
CURSO DE TEMA ENREDO – MÓDULO 1
Dia 30 de
maio
Das 14h
às 16h: RAMÃO CARVALHO, mestre-sala, temista. Painel: “Pesquisa e concepção da
sinopse de tema enredo”.
Das 16h
às 18h. TOM ASTRAL, músico e compositor. Painel: “A composição do samba-enredo
a partir da sinopse”.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
quarta-feira, 27 de maio de 2015
VÍDEO/DOCUMENTÁRIO
Ganhei hoje o DVD! Recomento! Também pode ser visto no Youtube! http://www.youtube.com/watch?v=_ao-lrP8TOo
terça-feira, 26 de maio de 2015
GRES SÃO CLEMENTE (RIO DE JANEIRO/RJ)
Sinopse Enredo 2016
“MAIS DE MIL PALHAÇOS NO SALÃO”
Tanto riso, oh, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão…
Não me leve a mal,
Hoje é carnaval!
Zé Keti
Na época
medieval, os Mistérios e as Paixões (representações religiosas realizadas no
interior da igrejas) podem ser vistos como a materialização da relação do homem
com o riso. Se por um lado havia o sagrado inabalável, por outro tinha-se a
leveza da vida comum – e as formas de expressão dessa alegria localizavam-se no
polo oposto ao sagrado. A alegria representava, assim, na vida do povo, o
terreno e o material, o grotesco, que era uma das formas de expressão dessa
alegria, associada ao vulgar e à vida secular.
Uma figura
que encarnava por excelência os motivos do grotesco popular medieval era o
Diabo, por ser diametralmente oposto à Divindade. No carnaval, o diabo é
festivo – representando a glutonaria e a licenciosidade – o que fica expresso
em sua representação – metade homem, metade animal – e em sua presença
constante como figura burlesca. Foram tantas as diabruras, que faziam a plateia
rir muito, que as representações medievais foram transferidas para o exterior
das igrejas, tal a irreverência provocada por este senhor diabo.
Ainda durante
a Idade Média, onde houvesse um poderoso, conde, barão, príncipe… haveria pelo
menos um bobo da corte para divertir o senhor e seus convidados. Na cabeça, o
bobo usava um chapéu com pontas e guizos, a roupa era colorida – geralmente
verde e amarela. O verde representava a cor dos chapéus dos devedores e dos
condenados a trabalhos forçados; o amarelo, a cor da traição e dos lacaios.
Quando
os Milagres e Mistérios saíram do interior das igrejas, os artistas que circulavam
solitários pelas cortes e castelos passaram a se encontrar nas feiras em torno
dos feudos, e foram criadas verdadeiras companhias de saltimbancos.
Apresentavam espetáculos em que misturavam representação teatral, acrobacias,
dança na corda e etc.
As feiras
viram ponto de encontro de artistas de todas as artes e habilidades –
dançarinos de corda, volantins, malabaristas, jograis, trovadores, adestradores
de animais, pelotiqueiros, músicos, domadores de ursos, dançarinos,
prestidigitadores, bonequeiros e acrobatas.
Os
espetáculos dos Mistérios e Moralidades incorporaram mais um personagem cômico:
o rústico. Até mais ou menos 1500, a comicidade desse tipo de
espetáculo estava a cargo do Diabo e do Vice. O Vice era um camponês velhaco,
canalha, fanfarrão, covarde e representava todas as fraquezas humanas. Por
algum motivo, ele acabava se deparando com o Diabo, sempre acompanhado por um
séquito de pequenos demônios e metido em situações cômicas, que o transformavam
em figura ridícula. Aparece então a palavra clown, para designar o
rústico. E ele passou a ser um tipo com características bem definidas.
Continuava um grosseirão, meio caipira, mas ganhou esperteza, sua linguagem
evoluiu, adorava palavras difíceis.
Em 1768, o
sargento inglês Philip Astley construiu um anfiteatro ao ar livre, onde pela
manhã dava aulas de equitação e apresentava espetáculos equestres. Foi ele quem
teve a ideia que iria revolucionar o mundo dos espetáculos – num picadeiro
de 13m de diâmetro, mesclou exercícios equestres com proezas dos artistas
de feira.
O espetáculo,
baseado na disciplina militar e na valorização da destreza e do perigo, deixava
a plateia muito tensa, era preciso que o espectador tivesse momentos de
relaxamento. É aí que surge o palhaço do circo. O clown,
o campônio de quem os artistas itinerantes sempre gostaram de caçoar, veio a
ser o protótipo do bufão do circo.
Esse novo
tipo de espetáculo logo se espalhou pela Europa e pelas Américas. Os
primeiros palhaços: os pioneiros do circo moderno foram a princípio o palhaço a
cavalo e o palhaço de cena.
A cara branca
tradicional, feita com farinha, ou a preta, com carvão, surgiu primeiro
na França, com o trio cômico que fazia cenas em que representavam padeiros, que
terminavam sempre com a cara enfarinhada, jogando farinha uns nos outros.
Na França, o clown equestre era chamado de paillasse–inspirado
no Pagliaccio da Comedia dell’arte.
Os palhaços
se dividem em dois tipos – o branco e o augusto. O branco é mais elegante, de
roupas bordadas; o augusto representa quase sempre um vagabundo, com roupas
enormes, inclusive os sapatos, nariz vermelho e boca acentuadamente grande.
O palhaço
brasileiro foi criado nas festas do Brasil colônia. Eis a descrição de uma
dessas festas – “No domingo – palhaçadas! Saíram duas companhias de gente
mascarada e vestidas ao gracioso burlesco”. Todos se divertiam como palhaços,
brincando pelas ruas da cidade.
Não podemos
esquecer os ciganos que, na Vila Rica de Ouro Preto, realizavam comédias,
bailes, máscaras e etc..
No Rio de
Janeiro do século XIX, existiam casas de espetáculos com atividades dedicadas
quase que exclusivamente aos shows circenses.
As festas
populares também tinham seus palhaços – como a folia de reis, pastoris,
bois-bumbás e, sobretudo, a do Festa do Divino.
E assim,
pouco a pouco, começava a ser desenhado o jeito brasileiro de brincar.
Os palhaços
cantavam a chula, cantigas entre as mais conhecidas, de versos cantados até
hoje:
O raia o sol,
suspende a lua,
Olha o
palhaço no meio da rua
E o palhaço,
o que é?
É ladrão de
mulher!
A diferença
do palhaço europeu do brasileiro é que o nosso não só dialogava mas também
cantava! E cantavam eles muito bem… José Ramos Tinhorão, em seu livro, observa
que os primeiros cantores a gravarem discos no Brasil foram os palhaços de
circo. Bahiano teve a honra de ser o intérprete do primeiro samba gravado no
Brasil: Pelo telefone, de
Donga.
O
Brasil teve grandes palhaços, que não podemos deixar de mencionar e a quem
devemos apresentar nossos cumprimentos – Polydoro, cujo nome era inspirado no
General Polydoro Quintanilha Jordão; Alcebíades Pereira – que era também
exímio acrobata; Benjamim de Oliveira – o primeiro palhaço negro – exibia-se no
circo Spinelli – era negro, mas pintava a cara de branco, como faziam os
palhaços. Se Bahiano gravou o primeiro samba, Benjamim participou do primeiro
filme – baseado no Guarani de José de Alencar – ele foi o Peri.
E mais:
Eduardo das Neves, Pompílio – que não conseguiu aposentadoria, apesar das
palavras de Joracy Camargo, pedindo pensão para ele – “que obtenha dos
políticos que tanto riram com ele, a pensão a que têm direito os verdadeiros
palhaços, mais úteis ao povo que os falsos palhaços da politicagem nacional”. E
Oscarito, Grande Otelo, Mazzaropi, Fred e Carequinha, entre tantos outros que
nos deliciaram com suas representações inesquecíveis.
E, por fim,
não se pode deixar de citar a garotada que saiu de cara pintada, fazendo
barulho pelas ruas, seguindo o exemplo dos nossos palhaços. A eles, a pátria
agradece.
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