sexta-feira, 7 de outubro de 2016

GRES NOVO IMPÉRIO (VITÓRIA/ES)

Enredo 2017

“A CURA PARA O MUNDO ESTÁ AQUI!. VITÓRIA, UM MANTO CHEIO DE ESPERANÇA.”

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A Floresta, fonte inesgotável de sabedoria e mistérios. Nela escondem-se cultos ancestrais originários de povos de culturas milenares, a crença nas ervar e na essência de plantas e flores. Tudo na mata tem vida e respira e nos faz respirar, desde o chão, rico em nutrientes orgânicos que alimenta fortes e frondosas árvores que abrigam espíritos protetores do mundo, e curiosos seres que sugam e alimentam-se de plantas, tanto animais famintos e ferozes quanto nós, seres humanos que necessitam da floresta para respirar, nos alimentar e proteger.
Nesta grande nave verde, temos a certeza de que há milênios os negros, com grande sabedoria e resistência, cultivam rituais religiosos acreditando na cura de seu povo, através de banhos, unguentos, caldos e magias para confortar a todos, com folhas maceradas, piladas ou embebidas em álcool natural e água límpida das nascentes, preparavam banhos e bebidas para adquirirem a cura, folhas reservadas somente aos grandes curandeiros, que recebiam nomes como Elesijé, Babá Ewe ou YaOsaim, sacerdotes responsáveis pala sabedoria das ervas e seu significado; para que serviam cada uma das folhas, nesta cultura criaram mitos e ritos surgindo divindades mágicas em seus cultos, com a fé, crença e respeito. Surgiram na África em diferentes religiões, Orixás com diferentes nomes para com eles reverenciarem o pai da floresta: Osain vindo do Iraó
Cátende vindo da Angola
Ágüe dividade DaHomeana
Elesijé o curandeiro de Jêje
Aburo vindo do Alaketu
Abudá vindo de Ilejsa
Com a crença cada vez mais forte na religião das folhas, os negros não perderam a fé nem quando, num dos momentos mais terríveis de suas vidas, a travessia África/Brasil, não esmoreceram e nem deixaram abater, chegando em nosso continente e implantando sua sabedoria e costumes religiosos, unindo ainda mais a sua força.
Ao chegarem, deparam-se com o desconhecido amedrontador, mas algo lhe era familiar, o infinito mundo verde das folhas, caules e flores, cascas e sementes, o colorido da floresta brasileira, que acolhia com canto, dança e indumentária natural tribal e culta entre os gritos dos animais e o coaxar das águas, protegidas por divindades caboclas, seres indígenas com grande sabedoria, desnudas e destemidas, sem o medo do novo e não se deixando escravizar. Uniram-se culturas, misturaram rituais, e nessa magia oriunda e coordenada por Deus, os povos negras passaram a conhecer novos Deuses e serem encantados, que caminhavam da mesma fé e crença no poder das ervas, embrenhando-se mata adentro, conheceram pajés e caciques responsáveis dos cultos e segredos nativos, pajelanças e rituais fúnebres ou de nascimento, folhas sagradas para afastarem espíritos maus ou aproximação de energia boa, folhas que curavam mordidas de animais ou beberagem que curavam inflamações ou mal súbito; incensos e defumadores para purificação de ocas e rituais festivos dos Deuses brasileiros.
Com casacas medicinais e sementes, garrafas para todos os tipos de doenças assim negros e índios criaram religiões tipicamente brasileiras, plantando futura da nação.
E o tempo passou... A escravidão acabo... Os índios quase dizimados... Mas a herança firme e rica em seu propósito resiste e vive nas almas de poderosas velhas negras que simbolizam a imagem do folclore nacional. As vovós persistentes de descendentes das guerreiras africanas implantam seu culto. E respeitadas, são procuradas por todos para a cura através das folhas e rezas, de quedranto, mau olhado, espinhela caída e tantas crendices.
Com chás e rezas, banhos de fumaças, as doenças vão se dissolvendo e o conhecimento se firmando e aumentando o interesse de povos evoluídos em acreditar que a cura de novas doenças está nas ervas, e mais propriamente falando, nas folhas milagrosas das florestas da mata atlântica. Com milhares de exemplos: a novalgina, alcachofra, folhas sensitivas e anestesias em comprimido para dores e antiinflamatórios, xaropes de folhas, cremes e pomadas a base de folhas, e flores, sabonetes e perfumes e etc.
A indústria farmacêutica explora em busca da cura do câncer, quase finalizada, a cura para doenças degenerativas, contagiosas e alérgicas, e a tão sonhada cura da AIDS, que hoje parece ser a pior das doenças que assombra a humanidade e é pior acreditar em tudo isso que escrevi e transformei esse sonho em realidade, para que através do carnaval, festa de veículos mundiais, sirva de alerta e incentivo para que governantes, empresários e o poder público se interessem no investimento da prevenção ambiental das florestas, desde canteiros de praças ou frente de ruas até grandes recantos do descanso da vida verde, para que o mais rápido possível possamos viver em paz e harmonia, homem e floresta.
Por isso hoje, a ESCOLA DE SAMBA NOVO IMPÉRIO, situada na área de ambientação sócio cultural, se importando com a questão de moradia, educação e reeducação cultural de religião, alfabetização e diminuição de índice de pobreza e violência, abraça este enredo muito mais do que somente a parte folclórica e carnavalesca, mas sim de apelo e grito popular para todos que virem, ouvirem ou lerem sobre este tema, se sensibilizem e se encorajem, para juntos, tomarmos medidas sérias e cabíveis com a natureza. É preciso preservar e semear para que em um futuro próximo, possamos fazer enredos que falem de um passado tão distante de tantas coisas ruins que não nos pertencerão mais.
É com fé e muito respeito, que o Grêmio Recreativo Escola da Samba  NOVO IMPÉRIO, traz para este carnaval, sabedoria de negros, índios, orixás e caboclos, curandeiros e pajés, médicos e bioquímicos e o povo da COMUNIDADE CARATOÍRA, o enredo: “A CURA PARA O MUNDO ESTÁ AQUI!. VITÓRIA, UM MANTO CHEIO DE ESPERANÇA”.
Para alegria e satisfação de todos, certos de que faremos um bom trabalho e confiáveis na vitória, pedimos licença à imprensa escrita, falada e televisada e informatizada, para a passagem da  ESCOLA DE SAMBA NOVO IMPÉRIO.
Com muito carinho e respeito, venho defender as cores AZUL E ROSA da  ESCOLA DE SAMBA NOVO IMPÉRIO e agradecer a confiança em meu trabalho, para mais uma vez escrever meu nome nas páginas mágicas de um livro chamado carnaval...
Jorge Caribé

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