segunda-feira, 30 de agosto de 2021

GRSCES UNIDOS DA VILA DO SAPO (PRAIA GRANDE/SP)

 Parabéns pelo seu aniversário!



GRCES IMPÉRIO DE CHARITAS (NITERÓI/RJ)

 Sinopse enredo 2022

Império Canta o Império: O Bicentenário da Independência do Brasil

Carnavalesco: Eliezer Rodrigues

Pesquisa e enredo: João Perigo e Eliezer Rodrigues


JUSTIFICATIVA

Como esquecer os clarins retumbantes, os sinos badalando e as salvas de canhões por toda a cidade? O desvairado regente fez-se imperador contra as ordens portuguesas, uniu um país menino sob o fio de sua espada, reluzente sobre o riacho. A farda de gala unia-se às brancas crinas de alazões, testemunhas ocultas do grito que ecoou estremecendo a serra ao libertar a nação. Brado que guiou as mãos do francês ao criar nosso símbolo maior, com o verde das matas, o amarelo do ouro e o azul do céu. Se essa é a história que te contaram na escola, lamento informar... As coisas não foram bem assim. Hoje o Império de Charitas vem cantar a história não contada do bicentenário da independência do Brasil.


RESUMO HISTÓRICO

A primeira década do século XIX foi intensamente marcada na Europa pela expansão Napoleônica. Com Portugal não haveria de ser diferente. Os imbróglios, franco-ingleses levaram os lusitanos ao limite, culminando na fuga da corte real da Europa para seus domínios ultramarinos.

Entre os milhares de fugitivos encontrava-se um de nossos personagens principais, o príncipe Pedro, filho do então regente do trono português, d. João. Ainda jovem, com apenas 10 anos, aportou no Brasil com sua família, estabelecendo-se na cidade do Rio de Janeiro, que futuramente se tornaria a capital de todo Reino Unido.

Anos depois, após a derrocada do imperador francês, as pressões para o retorno do, já aclamado, Rei d. João VI se intensificaram. Porém, o monarca, temendo restrições a sua autonomia, postergou enquanto pôde o reencontro com sua terra natal.

Nesse ínterim, começaram as buscas por uma esposa para o sucessor do trono, o príncipe Pedro. As buscas por damas de linhagens nobres e de educação ímpar encontrou na arquiduquesa Austríaca a candidata perfeita. O marquês de Marialva, homem de confiança da coroa, foi o responsável pelos arranjos e presentes relacionados ao casamento. Dentre o que foi enviado à noiva constava um riquíssimo medalhão ornado com um retrato de seu pretendente, pelo qual de pronto se apaixonou. Não se pouparam esforços para a realização da cerimônia, que mesmo efetuada por procuração, mostrou requinte e opulência nunca antes vista pela nobreza do velho mundo.

Após ceder às pressões e retornar a Portugal, d. João deixa como regente do

Brasil seu filho Pedro. Ao partir, limpou os cofres da coroa e instaurou uma crise financeira praticamente irremediável para o jovem regente gerenciar. A fim de sanar as inquietações e levantes e garantir a unidade territorial, o regente parte em uma série de viagens a diferentes províncias a fim de fortalecer seu apoio. Ao passo que Pedro tentava com todos os recursos a unidade, a coroa portuguesa exigia seu retorno imediato a Lisboa. Exigência que repetidas vezes foi ignorada.

Durante uma viagem a São Paulo, em 1822, o Rio de Janeiro, sob a regência da Princesa Leopoldina, recebe um ultimato português exigindo o imediato retorno do príncipe. Com Pedro distante e sem possibilidade de comunicação, a princesa, juntamente com José Bonifácio, reúne o Conselho de Estado e decide pela separação entre Brasil e Portugal.

Dias depois, às margens do Rio Ipiranga, ainda na província de São Paulo, a comitiva do príncipe recebe as cartas informando dos últimos acontecimentos:

“Pedro, o Brasil está como um vulcão. Até no paço há revolucionários. Até oficiais das tropas são revolucionários. As Cortes Portuguesas ordenam vossa partida imediata, ameaçam-vos e humilham-vos. O Conselho de Estado aconselha-vos para ficar. Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças, se partirmos agora para Lisboa. Sabemos bem o que tem sofrido nossos pais. O rei e a rainha de Portugal não são mais reis, não governam mais, são governados pelo despotismo das Cortes que perseguem e humilham os soberanos a quem devem respeito. Chamberlain vos contará tudo o que sucede em Lisboa. O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com o vosso apoio ou sem o vosso apoio ele fará a sua separação. O pomo está maduro, colhei-o já, senão apodrece. Ainda é tempo de ouvirdes o conselho de um sábio que conheceu todas as cortes da Europa, que, além de vosso ministro fiel, é o maior de vossos amigos. Ouvi o conselho de vosso ministro, se não quiserdes ouvir o de vossa amiga. Pedro, o momento é o mais importante de vossa vida. Já dissestes aqui o que ireis fazer em São Paulo. Fazei, pois. Tereis o apoio do Brasil inteiro e, contra a vontade do povo brasileiro, os soldados portugueses que aqui estão nada podem fazer. Leopoldina”.

Mesmo com o decreto assinado, a resolução precisava do aceite do príncipe para ter validade. Nesse momento, Pedro, ainda afetado pela disenteria que o assolava durante a viagem, viu que a situação era irremediável. Declarou naquele momento, para os poucos membros de sua comitiva, montados em lombos de mulas, que o Brasil tornara-se uma nação independente. Mulas? Sim, mulas. Os garbosos cavalos brancos dos livros da escola não aguentariam a viagem dura entre Rio de Janeiro e São Paulo. As mãos do pintor Pedro Américo deram um tom épico ao evento, que, se muito, podemos retratar como simplório. A recriação histórica mitificada criou uma visão romântica do grito do Ipiranga, porém unilateral. Esqueceu-se de d. Leopoldina, nossa primeira Imperatriz, primeira mulher a governar o país e peça fundamental em nossa independência. O verde e o amarelo de nossa bandeira perderam sua identidade. Hoje são as matas e o ouro. Outrora foram inspirações de Debret no verde dos Bragança e amarelo dos Habsburgo.

SINOPSE

Hoje o samba vem reverenciar quem se fez brasileiro mesmo antes do nosso país. Quem merece seu lugar à luz da história. Hoje o Império de Charitas une o verde a seu amarelo para cantar a Independência do Brasil.

Viaja no azul do mar que conduziu o pequeno príncipe às vistosas terras do sul. Pelos traços da princesa, que apaixonada por seu medalhão casou-se por procuração e atravessou o Atlântico em busca do amor. Não vamos de volta ao velho mundo, como fez o Rei que enganou Napoleão. Ficaremos com Pedro, com Maria, com o povo!

"Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico." Dizem que Pedro falou... São os mesmos que contam das fardas alinhadas e da espada em punho quando o brado ecoou.

Olhos que retrataram o que não viram e deixaram de enxergar o que estava em sua frente. Os rabos de saia, as marquesas de Santos do pau oco. Um homem de carne e osso.

Largaram a princesa, Imperatriz, às margens da história, num futuro feito passado, sem glória, sozinha ao lado do Imperador.

Brasil, é hora de conhecer sua verdadeira história. Deixar a estória de lado e encarar seu destino. Menino, gigante, acorda que é hora de ser quem sempre sonhou. É chegado o momento de questionarmos: Será que nesses 200 anos realmente nos tornamos independentes? Talvez não sejamos mais colônia, mas ainda nos falte um brio independente. Orgulho da pele vermelha e da negritude que nos formaram, que nos tornaram, acima de um país, uma nação. Acorda Brasil e verás que um filho teu não foge à luta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

● REZZUTTI, Paulo. D. Leopoldina: a história não contada: a mulher que arquitetou a

independência do Brasil. Leya, 2017.

● REZZUTTI, Paulo. D. Pedro-A história não contada: O homem revelado por cartas e

documentos inéditos. Leya, 2015.

GRCES IMPÉRIO DE CHARITAS (NITERÓI/RJ)

 Parabéns pelo seu aniversário (28/08)!



domingo, 29 de agosto de 2021

GRES SÃO CLEMENTE (RIO DE JANEIRO/RJ)

 


GRBC DO CHINA (DUQUE DE CAXIAS/RJ)

 Parabéns pelo seu aniversário (25/08)!




GRES REINO UNIDO DA LIBERDADE (MANAUS/AM)

 Sinopse enredo 2022

“BATE FORTE O TAMBOR, FURIOSA! EU QUERO É TIC, TIC, TAC! A REINO UNIDO ABRE AS CORTINAS PARA ZEZINHO CORRÊA”


PRÓLOGO

A Reino Unido da Liberdade, com grande orgulho e emoção, apresenta a vida, a luz e a trajetória do grande artista amazonense Zezinho Corrêa. Ícone da nossa cultura, Zezinho levou o canto, a essência e a magia da nossa terra para o mundo. Sua obra vive para sempre nesse chão e jamais deixará de aquecer os nossos corações! O show não acabou e nunca acabará! Bate o tambor, galera! Vibra, Furiosa! A Reino Unido abre as cortinas para Zezinho Corrêa!!!


SINOPSE DO ENREDO

Senhoras e senhores, o espetáculo vai começar!

Abrem-se as cortinas, na passarela iluminada por uma ribalta infinita, surge a Escola de Samba Reino Unido da Liberdade vestida de magia, encanto e emoção para encenar a vida de um menino iluminado, cortejado e guiado pelos anjos da inspiração. Brotou do sonho ao apogeu, o menino, o homem e o artista. E veio o canto, o ritmo e a saudade... Do resplandecer à eternidade.

“Anjo Zezinho Corrêa”, ícone e símbolo da nossa música, orgulho da nossa cultura. A Escola de Samba Reino Unido da Liberdade, em forma de procissão, mantém acesa a chama da sua arte. Afinal, o show vai começar!


1º ATO: NASCE UMA ESTRELA

Dona Isaura dá à luz a luz. Seo Ranulfo, pai de todo brilho, semeia o amor no seringal de Imperatriz. No santo, a imagem do menino refletia. São José, o padroeiro da família, era então homenageado, dando nome e a sua benção ao pequeno Zezinho.

Dali em diante, o menino nunca mais caminharia sem o santo, aprendendo desde cedo, a força e o poder da fé.

Além do amor e da fé, herdou de sua família a sabedoria do diálogo. Foi assim que Zezinho aprendeu a adestrar o falar e o ouvir, fazendo nascer o dom de interpretar o mundo e suas histórias.

O amigável moleque de Carauari viu a vida passar com leveza e graça, marcas do caráter do então garoto. Gostava de assustar as pessoas com a corda de sisal.

Zezinho sempre soube que a vida precisa ser vivida com graciosidade e alegria, traços que ele enxergou na arte. E foi assim que o menino começou a sonhar em ser artista.


2º ATO: ASAS ABERTAS PARA OS SONHOS

A admiração pela irmã, Fátima Corrêa, cantora de espetáculos, foi a sua grande inspiração, fazendo queimar o desejo artístico no coração do adolescente. A chama que ardia no peito de Zezinho o fez voar em busca dos seus sonhos. Pousou no Rio de Janeiro, onde estudou Teatro.

Formado mais tarde em Pedagogia, aliou esse conhecimento à sua paixão artística, e sonhava em criar uma escola de arte. Mas, foi no palco que cumpriu o seu afã de ensinar.

Em cena, dando vida aos seus personagens, Zezinho Corrêa experimentava a sua melhor versão, encontrando definitivamente na arte, o seu propósito de vida. Em sua estreia, já deixou todos em “Transe” e no Teatro Experimental do Sesc, mostrou todo o seu talento em “As folias do látex”, “Tem piranha no pirarucu”, “Dessana, Dessana”, “Flicts – o musical” (que ficou em cartaz por mais de seis anos) e o aclamadíssimo “Boi de Pano”, entre tantas outras peças.

Versátil e talentoso, Zezinho destacou-se em tudo que se propunha a fazer. E a ousadia, virou uma marca do artista.

Logo, além da capacidade cênica, Zezinho notabilizou-se pelo seu timbre vocal ímpar. Através do canto, deu vida e voz a personagens, cenários e tradições amazônicas. Apaixonado pela arte e pela cultura local, trabalhou incessantemente para revelar novas estrelas para valorizar a nossa terra.

E por falar em novas estrelas, foi neste momento que nasceu a mais bela e iluminada do céu de Zezinho: Olin, o presente divino que veio completar o sonho do predestinado. Mas a ode de Zé ainda estava apenas no começo...


3º ATO: O RESPLANDECER DA ESTRELA

Acostumado com o abrir das cortinas, Zezinho, no início de seu auge, começou a se acostumar com o abrir de portas, oportunidades para a sua carreira, que serviram de palco marcante para o resplandecer do grande artista. Foi naquele chão talhado para o sucesso, onde a luz de Zezinho brilhou de maneira mais intensa.

Zezinho esteve no primeiro grupo musical do SESC, que deu origem ao inesquecível CARRAPICHO. O grupo nasceu com o intuito de exaltar a cultura regional a partir do forró. A festividade e a alegria, tão presente no DNA de Zezinho, se tornaram traços marcantes da banda.

Aprendemos que sempre é dia de “Hoje é Domingo”. O som da sanfona e da zabumba embalaram todo o Amazonas na levada do Chacalaka. E o povo todo a chamegar, cantou uma e outra vez sucessos como “Fica Comigo”, “Não Vou Só” e “Ninfa do Amor”. Ô, anjo Zezinho, “tô que tô saudade!”.


4º ATO: APOGEU

O clímax desta história sem fim, tem o ritmo da Amazônia. É no TIC, TIC, TAC que o povo amazonense se viu representado na voz de Zezinho. O som, inspirado na simplicidade do pescador e compositor Braulino Lima, que em seu forno de farinha, com seu remo, cantava “Tic, Tic, Tac”, tocou forte a sua alma.

O canto tão simples, sincero e gracioso levou ao mundo a essência amazonense. O som que tem a cara do povo da Amazônia e o cheiro do Rio Amazonas.

A Europa se encantou com a magia do ritmo dos Bumbás. E foi na França que a levada do Carrapicho chegou para ficar. O cantor e ator francês Patrick Bruel promoveu uma turnê do grupo no país, que se rendeu ao fascínio do canto caboclo.

A voz de Zezinho ecoava pelos quatro cantos da Terra exaltando a cultura regional. E foi assim que o homem completou o sonho do menino. A estrela encontrou seu destino e repousou no infinito. Mas, seguirá iluminando o céu amazonense por toda a eternidade. O seu legado viverá para sempre!

Vestida com a sua luz, a Escola de Samba Reino Unido da Liberdade canta, encena, toca, vibra e exalta a sua história, Zezinho Corrêa!

Bate forte o tamboooooor, galeeeeraaaaaaaa!

Palavras de Zezinho Corrêa:

“Se eu fosse resumir o que seria a música eu ia sumir do mapa, porque ia existir somente a música em mim, eu me considero assim... eu sou a música, eu sou a arte, eu sou o folclore, eu sou a cultura, eu me defino dessa forma, eu deixo de existir, mas eu ganho com uma grande existência que é a arte Amazonense em evidência”

(Extraído da reportagem especial da REDE AMAZÔNICA / PROGRAMA PANEIRO)


Presidente GRES Reino Unido da Liberdade

Willian Pimentel

Vice-Presidente GRES Reino Unido da Liberdade

Ivan de Oliveira

Autores do Enredo

Clemilton Pinto

Juvenal Filho (Nanal)

Fábio Rodrigues

Fabrício Nunes

Sinopse

Zilkson Reis

Júlio Poloni

Revisão

Ivan de Oliveira

Leonardo Fierro


Fontes de Pesquisa

AZANCOTH, Edney; Costa, Vale da Selda. TESC: Nos bastidores da lenda. 3. Ed. Manaus; Valer/Sesc, 2009.

NUNES, Fabrício. Zezinho Corrêa: Eu quero é Tic Tic Tac. Manaus; On Assessoria de Imprensa, 2020.

SOUZA, Márcio. Um Teatro na Amazônia. Manaus; Valer, 2014.

ALVES, Jamile. “Bate forte o tambor...” hit Tic Tic Tac faz 20 anos e ainda rende fama e lucro. G1 Amazonas, 25 de junho de 2016. Acessado em 20 de fevereiro de 2017.

RYLO, Ivo. Ex-dançarinos do Carrapicho falam do antes e depois do sucesso Tic Tic Tac. G1 Amazonas, 25 de junho de 2016. Acessado em 22 de fevereiro de 2017.

Especial Rede Amazônica – Zezinho Corrêa. Exibição 06 de fevereiro de 2021. Apresentação Oyama Filho.

GRES IMPERATRIZ (MONTEVIDÉU/URUGUAI)

 


GRCES DRAGÕES DA REAL (SÃO PAULO/SP)

 Sinopse enredo 2022

ADONIRAN


Desperta, São Paulo!

Desperta para ver sair do túmulo o filho único da canção eterna, umbigo nas quinas, torto querubim das esquinas, das cruzas e encruzas, o verso, o reverso e o verbo sentido no gerúndio. Contesta com vida e diplomacia de bar a profecia do poetinha Vinícius. Convoca os dragões e demônios do batucar miúdo, os homis tudo, caixas de fósforo e de ressonância d’uma poesia rueira - aí, sim, a sua perfeita tradução. Quais, quais, quais, quais colá. Adoniran Barbosa andarilho, candeeiro observador aceso, plantou a flor de sua arte até mesmo em viaduto. O homem que falava aquilo que as pessoas enrolam pra dizer. Vorta neste enredo como “arma penada” para outra vez balançar cadeiras na porta de casa, animar serestas, enfiar a colher de pau no caldeirão agridoce da Pauliceia. Eis os cacos ajuntados do tempo por João Rubinato – sua graça na certidão – porta-estandarte, mosaico, caleidoscópio dos causos de um século todinho e de gentes como a gente.

Sua palavra traz a dona, o vendedor, o engraxate, o doutô. Desfiou a cidade mezzo linho, mezzo desalinho, Gioconda enigmática a sorrir Itália, Mooca, Casa Verde, riqueza e piolho, contraste. Tudo e tutti na rima que arranha ruído de povo. . Plac ti plac plac. Di dirim dim, di dirim dom dom. A roçadura entre a lembrança romântica do palacete assobradado de outrora e a dor doída ante a selva de pedra que se impôs. Como é que faz? Rasgou o coração, mas o dono mandou derrubá. A metrópole que mais cresce pôs concreto nos afetos. Restou a maloca no peito, saudosa e querida, dim dim donde nós passemo os dias feliz de nossa vida. Quando bate onze da manhã, pouco antes do sol a pino na moleira, o enxadão da obra que traz o progresso econômico a poucos, e o retrocesso das quimeras a tantos, descansa. Hora de almoçá a marmita na calçada. Arroz, feijão, torresmo à milanesa. A vida é dureza, João.

Só que adiante um pouco, bãosis, a Lua se insinua, cicerone formosa das farras e dos amores que a noite atrai. Trabalhador também vadeia, vam s´embora camaradas.. Primeiro, o Arnesto nos convidou prum samba lá pros lados d’onde mora. Nós fumos, mas ao chegar no Brás... Não encontremos ninguém. Que baita reiva! Isto não se faz. Só que bamba que é bamba não balança, ensinou algum filósofo do copo cheio. A noite ainda criança solta as mariposas em vorta das lâmpidas malandras que dedilham o cavaquinho até a coisa isquentá. Esticam tanto a corda mi... Que, beijo em beijo, vira tudo aliança e prova de carinho. Difícil não se derreter com as frechadas do olhar, o peito parece táubua de tiro Álvaro, todo esburacado, nem tem mais onde furar. Poeta se apaixona de cruzamento em cruzamento, pede pro amor ficar mais um pouquinho, até o baile emudecer. Mas também para ele dá a hora, mora longe, o maquinista sempre entrega Jaçanã como destino. Se perder o trem que parte às onze, xiiiiii, só amanhã de manhã. A mãe nem dorme, coitada, enquanto o marmanjo não chega: o homem-menino é folião apaixonado, mas tem casa para olhar. E se o sujeito for casado? Aí só resta implorar: joga a chave, Matilde. Joga a chave, meu bem.

Contam os sabidos que quando o ébrio ainda engatinhava, Pirapora de Bom Jesus se esparramou São Paulo adentro com o samba de bumbo a tiracolo. Sim, cordões caipiras forjados em cruz, curimba e raízes rurais foram o berço da fuzarca no estado. Já crescido, Adoniran viu-se um pouco em Geraldo Filme balançando o terreiro com a mão na zabumba, bebeu Dionísio Barbosa, o revolucionário folião da Barra Funda, fez ecoar o tambu de Henricão, que escreveu a glória do Bixiga e partiu levando saudades. Sambistas romeiros a encantar o espírito da Pauliceia e inspirar as fricções urbanas da obra do demônio sagrado que, ao contrariar a morte, regressa à sua Vila Esperança, aurora dos carnavais. A partir de um fevereiro em que amou Maria Rosa, a primeira colombina, sua arte foi o abrigo para tantos gênios primeiramente chamados de vagabundos.

E se a metrópole teimava em crescer na carona de espigões e contradições, o couro paulistano não titubeou quando chamado ao toque. Rompidos os cordões umbilicais, viraram escolas de samba. Camisa, Vai-Vai, Peruche, Vila Maria. E o Nenê, óbvio. Sujeito pessoa física e jurídica. Cartorial forma de dedicação, ares de crônica musical de Rubinato. Sampa do matriarcado também. Sua bênção, Madrinha Eunice, fundadora da Lavapés, a pioneira. Saudades, Dona Olímpia. Saudades, Tia Zefa. Saudades todas. Mas ói nois aqui traveiz pra arrumá um batuque campineiro, de rua, de bar, de Avenida.

Adonirando aqueles que encontra, o poeta ajeita o chapéu, passa o dedo no bigode fino e capricha no acento italiano para rever a sua São Paulo bem no capítulo final do espetáculo ainda inconcluso. Cruzou a fronteira e venceu o que os homens do lado de cá desconhecem porque é carnaval, delírio fantasiado de liberdade – nome de bairro e mantra. Ele brinca, faz estrelá ou chuvê, as horas vareiar, pita e dedilha até triunfar o Sol da vida real, este que entrega o adeus à escola e o tamborim respeitado ao melhor dos ritmistas.

Canta, enfim, pra subir, mas deixa um recado: já fui e sou uma brasa. Se assoprarem, posso acender de novo.

Será?

Bem, não convém duvidar: este aí, ah, nem garoa apaga.

Quaisgudum, tchau!

Adoniran.

Carnavalesco e enredo- Jorge Silveira

Sinopse - Fábio Fabato

GRES UNIDOS DE SÃO CRISTÓVÃO (RIO DE JANEIRO/RJ)

 


sábado, 28 de agosto de 2021

GRCES MOCIDADE INDEPENDENTE PADRE PAULO (SANTOS/SP)

 Parabéns pelo seu aniversário (27/08)!



CARNAVAL DE CORUMBÁ MS

https://open.spotify.com/album/0cYwWD7CJslC5ZpvVSx7YM

https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mG1X6XAjcTjSX6OCpUXkvvcv1nZxApbN8 



SRB ESTADO MAIOR DA RESTINGA (PORTO ALEGRE/RS)

 Logo enredo 2022



LEITURA

 Lendo!



GRES PARCEROS DO SAMBA (CANELONES/URUGUAI)

 


GRCES DRAGÕES DA REAL (SÃO PAULO/SP)

 


SBCF PROTEGIDOS DA PRINCESA ISABEL (NOVO HAMBURGO/RS)

 


quarta-feira, 25 de agosto de 2021

GRES A PESADA (CORUMBÁ/MS)

 


GRCESM PIMPOLHOS DA GRANDE RIO (DUQUE DE CAXIAS/RJ)

 


SERBC ASAS DA LIBERDADE (ESTÂNCIA VELHA/RS)

NOTA DE PESAR DA ACADEMIA DE SAMBA ASAS DA LIBERDADE DE ESTÂNCIA VELHA

A S.E.R.B.C. Asas da Liberdade, inscrita sob CNPJ de número 07.139.566/0001-48, entidade com dezoito anos de atuação no município de Estância Velha, localizada na Rua Cândido Portinari, 30, Rincão dos Ilhéus, foi fundada em 20/04/03.

Ao longo desta história, tornou-se referência municipal e regional no fomento e desenvolvimento da cultura afro-brasileira e do segmento carnavalesco.

A Asas da Liberdade é Pentacampeã do Carnaval Municipal de Estância Velha, Bicampeã do Carnaval Regional, três vezes Vice-Campeã regional e Campeã do Carnaval Regional da Cidade de Sapiranga. Todos estes títulos são um atestado da responsabilidade, comprometimento e qualidade incansáveis buscadas por nossos dirigentes e componentes ao longo destes dezoito anos de atuação, onde representamos o Bairro Rincão dos Ilhéus e a cidade de Estância Velha, trazendo reconhecimento e méritos à cultura desenvolvida e preservada por nossa Entidade.

Começamos nossas atividades em Campo Aberto ao lado da Escola Nicolau, no Bairro Rincão dos Ilhéus, seguindo para uma área na Avenida dos Açores, no mesmo Bairro, onde ficava instalada nossa Sede de trabalhos, totalmente destruída por um incêndio no ano de 2011, que levou consigo todo o patrimônio adquirido com muito suor nos anos anteriores, sendo que as imagens desse momento trágico de nossa história ainda estão disponíveis no YouTube, e ainda hoje norteiam nosso empreendedorismo cultural baseado em superação constante.

Mesmo assim, diante daquele momento difícil, montamos nosso desfile com uma união e superação incríveis, a céu aberto em meio as cinzas, e participamos do desfile naquele ano em respeito à comunidade e ao poder público.

Nossa “Sede Social” porém, ficava em outro endereço: Desde 2004, ou seja, a 17 anos, é situada na Rua Cândido Portinari, 30, também no Bairro Rincão dos Ilhéus, no local onde funcionava a extinta Associação de Moradores do Bairro Rincão dos Ilhéus.

Sabemos se tratar de uma área cedida pelo município, por isso, quando citamos o termo “nossa sede”, não é por posse, mas por ser lá que nos sentimos em casa, lá, é o endereço de referência para a comunidade ao longo desses 18 anos.

No local, além das atividades da Escola sazonais à época do carnaval, também são desenvolvidos trabalhos de artes plásticas, percussão, dança, confecção de figurinos e outros elementos inerentes aos nossos espetáculos e ao fomento à cultura afro-brasileira e carnavalesca, que trazem desenvolvimento cultural democrático e gratuito a todos que participam ou desejam participar. Neste local também são realizadas as atividades que visam angariar fundos para a manutenção das atividades gestoras, atividades de cunho social e beneficente, como campanhas solidárias e de entrosamento social e comunitário. A Academia de Samba Asas da Liberdade não possui nenhum registro negativo junto aos órgãos de segurança que desqualifiquem o trabalho que desenvolve no local, pois sempre prezou pelo cumprimento às Leis e normas legais vigentes.

Acontece que, e com muito pesar, recebemos ordem da Prefeitura de Estância Velha, através de ofício emitido pelo Secretário de Administração José Dresch e pelo Chefe municipal de Patrimônio Sr. Vitor Klein, que, em nome do Sr. Prefeito Diego Francisco, determina o despejo de nossa Entidade Cultural do prédio onde a Asas da Liberdade atua e trabalha nestes 18 anos de existência. Não bastasse tal ato, ainda não bem compreendido, onde sequer a direção fora recebida ou procurada pelo Sr. Prefeito Municipal para diálogo, a determinação deu prazo de 10 dias úteis para a retirada dos bens da entidade e entrega do espaço. 10 dias estes que se cumprem nesta semana que se inicia.

Nossa comunidade se sente espantada e perplexa ao ver que, em pleno ano de 2021, em tempos de tecnologias e de rápida interação, sequer fomos contatados por telefone pelo Sr. Prefeito Municipal, o que demostrou até o presente momento, total descaso quanto a nossa história e falta de consideração e respeito com todos que até aqui e ao longo destes 18 anos se doaram pela causa e trabalho realizados.

Os últimos dois anos em especial foram muito difíceis, pois tivemos a rede elétrica na entrada de luz do prédio furtada duas vezes, gerando prejuízos às atividades internas, sem contar que, após mais de um ano e meio de pandemia, onde as atividades sociais foram suspensas devido as normas legais regentes, que cumprimos à risca, estamos sendo despejados pela gestão municipal do espaço por alguma falta de uso ou uso inadequado do mesmo, que foi o que nos fora explanado quando da entrega da determinação.

Tal atitude, ao nosso ver, promove o desmanche da cultura e do trabalho árduo iniciado há anos por todos nossos fundadores, integrantes, dirigentes atuais e ex dirigentes, comunidade envolvida em nossas ações e simpatizantes da cultura afrobrasileira.

Tal atitude fere o sistema cultural municipal, que é diverso e multiétnico, onde o apoio à prática cultural, diversidade e respeito para com as diversas fontes de cultura devem, na premissa, ser apoiadas pelo poder público.

Não temos conhecimento até o momento de que outra entidade cultural tenha sido afetada por alguma decisão similar, o que também nos faz refletir sobre a decisão.

Assim, a Asas da Liberdade solicita encarecidamente um posicionamento do Chefe de Cultura do município, Sr Raoni Forian, e uma palavra do Conselho Municipal de Cultura de Estância Velha, através de seus membros, sobre esta atitude disruptiva em que o diálogo com o Chefe do Executivo, repetimos, até o momento, se fez inexistente.

Prezamos sempre pelo bem coletivo, somos apartidários e trabalhamos lado a lado com todas as gestões municipais até este momento, o que firma nosso compromisso com a política Cultural Municipal.

Acreditamos no poder construtivo do diálogo, que assim como a cultura, tem base na troca e respeito e busca conjunta de soluções para as problemáticas do setor em prol de sua finalidade.

Acreditamos que toda e qualquer situação pode ser debatida em conjunto e ajustada se preciso for, desde que ambos os lados estejam dispostos a transpor problemas e buscar conjuntamente, soluções.

É isso que pedimos e estamos aptos e dispostos a fazer, mas isso não depende unicamente de nós.

Cabe lembrar também que a entidade gera, com a criação de seus espetáculos, renda para profissionais autônomos da cidade, através de costureiras e soldadores por exemplo, além dos materiais necessários para a confecção de fantasias e carros alegóricos, que fomentam o comércio. Assim, além de cultura, também somos parte de uma cadeia de valor e produtiva.

Se a entidade perder seu espaço neste momento, em que ainda estamos passando por uma pandemia que abalou drasticamente a captação de nossas receitas, não teremos sequer como arcar com a locação de um espaço para guardar nossos materiais, o que pode ser o fim de nossa história.

E, ao menos que seja essa a intenção, pedimos encarecidamente, que haja diálogo e reconsideração por parte do Sr. Prefeito Municipal Diego Francisco, pois queremos acreditamos no bom senso de nosso Prefeito em prol da continuidade de nossa história e fomento cultural.

Felizmente sabemos da força de nossa comunidade e da garra de nossa gente guerreira, que não se acanhará na busca de uma solução positiva, tanto para a municipalidade quanto para com nossa causa.

Direção da Asas da Liberdade

Estância Velha, 22 de agosto de 2021.

 

GCEC ENAMORADOS DO SAMBA (CURITIBA/PR)

 


GRES UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR (RIO DE JANEIRO/RJ)

 


domingo, 22 de agosto de 2021

GRES BOÊMIOS DE INHAÚMA (RIO DE JANEIRO/RJ)

 Parabéns pelo seu aniversário (21/08)!



GRES IMPERIO PRETO E BRANCO (MONTEVIDÉU/URUGUAI)

 


GRES UNIÃO DO VILAR CARIOCA (RIO DE JANEIRO/RJ)

 Logo enredo 2022



CARNAVAL DO MATO GROSSO DO SUL

 


CARNAVAL DE VIAMÃO RS

 


GRES ASABRANCA (MONTEVIDÉU/URUGUAI)

 


GRES CACIQUE DA SÃO JOSÉ (NITERÓI/RJ)


 

GRCES UNIÃO IMPERIAL (SANTOS/SP)

 


SBCF PROTEGIDOS DA PRINCESA ISABEL (NOVO HAMBURGO/RS)

 


GRES VEM ME VER (SÃO JOÃO DEL REI/MG)

 


GRCSES VAI-VAI (SÃO PAULO/SP)