segunda-feira, 23 de outubro de 2017

AECC DASCUIA (FLORIANÓPOLIS/SC)

Enredo 2018

Nas Memórias de um Griot, Surge Sua Majestade – O Samba e o Reino da Pequena África


Resumo

Brilham as luzes do luar no cerne do Firmamento.
Muito prazer! Me chamo Altamiro José dos Anjos e sou um dos guardiães da maior manifestação cultural do Brasil: o Carnaval!
Desde a adolescência, sou carinhosamente chamado de “Dascuia” pela população da cidade que elegi como meu grande amor: a bela e histórica Florianópolis!
Em minh´alma, irradia o desejo de matizar de verde e rosa tal cidade através da realização de um sonho inesquecível…
Para tanto, incorporarei a figura material de um antigo Griot africano, pois assim conseguirei narrar a gênese (origem) do gênero musical que deu vida ao samba na Terra Brasilis: o semba!
Desse modo, farei ressoar meu tambor mágico no meio da imensidão, uma vez que assim despertará minha memória poética.
No limiar dessa poesia, viajei pelos caminhos de outrora e desembarquei na exótica e paradisíaca Luanda do século XIX. Na capital da Angola, contemplei extasiado o lindo bailar de negros em que dois jovens apaixonados aproximam seus ventres.
Contudo, também testemunhei horrorizado a escravidão nos becos, ruas e vielas dessa cidade. Por fim, atestei incrédulo vários irmãos sendo acorrentados e jogados no porão de um fétido navio tumbeiro (negreiro).
Ainda no transcorrer desse poema, observei melancolicamente o desembarque desse navio negreiro no Rio de Janeiro e o comércio dos escravos no antigo Mercado do Valongo.
No entanto, meus olhos marejaram de emoção quando contemplaram o término do comércio de escravos na Cidade Maravilhosa. Diante de tamanha felicidade, vários negros resolveram instituir um Reino de liberdade, igualdade e fraternidade na Praça Mauá intitulado de Reino da Pequena África.
Logo, este reinado se expandiu até a Cidade Nova e estabeleceu um novo ritmo musical que mudaria a história do Firmamento. Inicialmente, o prelúdio desse ritmo ocorreu na Pedra do Sal através do batuque e do jongo africanos. Em seguida, ele ressoou na Abóboda Celestial por intermédio da música Pelo Telefone (composta por Donga na casa da Tia Ciata).
Nasceu, assim, a Majestade da identidade cultural brasileira: o samba!
No final deste poema, me emocionei ao recordar da infância desse gênero musical que cativou os corações de todos os brasileiros, entre os quais se destacam Pixinguinha, Noel Rosa, Ismael Silva, Chiquinha Gonzaga, Heitor dos Prazeres e Donga.
Além disso, também descobri uma das maiores razões da minha existência no findar desta Ode: o Carnaval! A meu ver, trata-se de um lindo espetáculo visual e rítmico que fundamenta tanto a igualdade quanto a fraternidade entre as raças.
Por esta razão, resolvi carregar no meu espírito esse ideal de igualdade e disseminá-lo na minha cidade tão querida! Para tanto, tive que ingressar inicialmente na Aeronáutica e servir na Base Aérea de Florianópolis. Após isto, conquistei várias medalhas nos Jogos Abertos de Santa Catarina.
Ademais, também fui presidente de duas maravilhosas agremiações carnavalescas florianopolitanas: Os Protegidos da Princesa e Embaixada Copa Lord! Em ambas, me tornei campeão e contribuí para a consolidação da alegria universal.
Não obstante, essa alegria universal ganhou um novo contorno quando fundei um bloco carnavalesco que se transformou numa das maiores escolas de sambas do Brasil: a Dascuia!
Pois bem, chegou a hora de interromper o ressoar do tambor mágico no meio da imensidão, já que assim deixarei de incorporar a figura material de um Griot africano.
Retiro-me, ao lado da minha amada Valdeonira, de uma figueira e alcançarei os portais do Olimpo do Carnaval Florianopolitano: A Passarela Nego Quirido…

Autores do Enredo: Jhean Fábio Nascimento e André Christian Dalpicolo (André Filosofia)
Pesquisador: André Christian Dalpicolo (André Filosofia)
Supervisão de texto: Professora Doutora Gisele Madureira Bueno

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