quarta-feira, 31 de maio de 2017

CETE (PORTO ALEGRE/RS)

CETE REALIZA TERCEIRO ENCONTRO PARA DEBATER MODELO DE CARNAVAL PARA PORTO ALEGRE
O terceiro encontro do Ciclo de Debates de Carnaval, promovido pelo CETE, acontece neste sábado, dia 03 de junho, às 14 horas, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
O evento pergunta aos agentes políticos, imprensa, dirigentes de escolas de samba, empresários e representantes dos vários segmentos carnavalescos: “Afinal, qual o modelo de carnaval que Porto Alegre quer (pode) ter?”.
O local será a Sala João Neves da Fontoura, o Plenarinho, localizado no 3º andar do prédio da Assembleia.
O ciclo de debates “Qual modelo de carnaval que Porto Alegre quer (pode) ter?” é aberto ao público, com inscrição gratuita, que pode ser feita na hora e no local do evento.
Mais informações pelo e-mail cete.temaenredo@gmail.com.
PROGRAMAÇÃO - DIA 03 DE JUNHO DE 2017
Local: Sala João Neves da Fontoura/Plenarinho, 3º andar da AL (Praça Marechal Deodoro, 101 - Centro Histórico de Porto Alegre).
13:00 às 14:00 - chegada dos convidados, recepção e inscrição para o evento
14:00 – Abertura e explanação dos painelistas
- Fernanda Melchionna (vereadora PSol)
- Ilza Angonese (primeira-secretária Uecgapa e ex-presidente Praiana)
- Jorge Sodré (diretor de carnaval União Da Vila Iapi)
- José Carlos Reis (carnavalesco)
- Luiz Armando Vaz (jornalista)
- Odir Ferreira (radialista, locutor oficial do carnaval)
- Rafael Tubino (presidente Compor-RS Compor)
- Renato Dorneles (jornalista)
- Rodrigo Costa (presidente Imperadores do Samba)
16:00 às 17:00 – Debate e questionamentos da Plenária (perguntas por escrito)
17:00 às 18:00 - Considerações finais dos palestrantes

18:00 – Encerramento do evento.

GRES PORTELA (RIO DE JANEIRO/RJ)

Enredo 2018: "De Repente de Lá Pra Cá e Dirrepente Daqui Pra Lá" - Emma Lazarus

DESFILES ASSISTIDOS

Desfiles assistidos hoje: Porto Alegre RS Grupo Especial 2017
3º Império da Zona Norte - Império em Procissão
4º Estado Maior da Restinga - Da Nossa Cana Doce Sai, a “Pinga” Minha Gente! E a Tinga Faz a Festa Com Nosso Ouro Aguardente


GRCES UIRAPURU DA MOOCA (SÃO PAULO/SP)

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terça-feira, 30 de maio de 2017

GRES ACADÊMICOS DA ROCINHA (RIO DE JANEIRO/RJ)

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GRES ACADÊMICOS DO SALGUEIRO (RIO DE JANEIRO/RJ)


GRES MOCIDADE UNIDA DA MOOCA (SÃO PAULO/SP)

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DESFILES ASSISTIDOS

Desfiles assistidos hoje: Porto Alegre RS Grupo Especial 2017
5º Embaixadores do Ritmo - Embaixadores Homenageia o Centenário do Samba
6º Bambas da Orgia - Num Piscar de Olhos, Tudo Pode Acontecer!


SBC REALEZA (PORTO ALEGRE/RS)

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GRES ACADÊMICOS DO SALGUEIRO (RIO DE JANEIRO/RJ)

Senhoras do Ventre do Mundo


“Eu sou o ventre principal, a Terra-Negra, a grande Mãe Universal, a primeira que gera e nutre o mundo, Grande Ya vermelha, cor símbolo da vida, fonte de energia e poder sobrenatural. (…) Fértil, me uno no ritual com o branco, a outra metade da cabaça, formando o Par Vital.”
ARGUMENTO
Há cinquenta e cinco anos, sob o manto vermelho e branco, a Acadêmicos do Salgueiro celebrou a desconhecida história de uma negra mulher… O desfile sobre aquela que se tornou “De escravizada à rainha”, marcou para sempre a agremiação e o carnaval brasileiro.
Outras heroínas irão salgueirar. Algumas famosas, outras anônimas, mas todas carregam no gênero e na cor, suas conquistas. Suas histórias serão (re)contadas, num longo espaço de tempo, que vai do alvorecer da espécie humana, até os dias atuais.
SINOPSE
Ela… brotou do ventre negro da África, seu povo a deu o nome de Dinikinesh (*), seu fóssil de milhões de anos era, aos olhos da ciência, a Eva Africana, que deu à luz a humanidade. A partir daí, a história segue seus passos…
Ela… é bíblica soberana de Sabá, dona do coração de Salomão. Ela… é negra rainha. Regente na Etiópia, construiu palácios, cimentou a cultura e a arte. Contra-atacou os invasores. Foi general da Núbia, liderando exércitos.
Ela… é, no Vale do Nilo, a personificação da autoridade divina, fonte do poder. Guardiã da linhagem real. Como Hórus, lança fogo contra seus inimigos.
Ela… É esposa e Mãe do Egito – a Deusa Ísis – amamentando o divino filho, Hórus, inspiração para a imagem da santíssima mãe nos primeiros santuários Cristãos. É também Neith, a Deusa mais velha, que fala com a voz atemporal “Eu sou tudo o que foi ou será.” E Hathor, autogerada, doadora da vida, protetora dos mortos, deusa dos sentidos.
Ela… é mestre Hypátia de Alexandria, “a última grande cientista mulher da antiguidade”.
Ela é Merit Pitah a mulher que cria a medicina e a primeira ideia de casas de maternidade na história da humanidade.
Ela… é guerreira, é Nzingha de Angola, na luta contra o imperialismo português, e que insistia em ser chamada de rei, ao marchar para o campo de batalha com roupa de varão. É Yaa Asantewa dos Ashanti. A Rainha Mãe de Ejisu, em Gana, que lutou contra os britânicos, e ao seu povo declarou: “Se os homens de Ashanti não irão para frente, então vamos todos nós. Nós, as mulheres, iremos…” Do lado de cá, é a conselheira Acotirene de Palmares, a sagrada mulher que empossou Ganga Zumba. É Teresa do Quariterê. É Maria Felipa, Luiza Mahin, e muitas outras…
1* Significa “você é maravilhosa” na língua Amharic (semiótica Afro asiática – etiope). O achado arqueológico ficou internacionalmente conhecido como fóssil Lucy, aleatoriamente escolhido pelos arqueólogos europeus.
Ela… é a matriarca nestes cafundós coloniais e imperiais. Neste lado do Atlântico, formou novos laços familiares, irmandades negras, sociedades secretas que deram origem a diversas religiões de matriz africana. É a mãe preta, “ama de leite”, que amamentava o sinhozinho, que estava com dengo e só queria um xodó. É quem trança as madeixas fazendo cafuné, enquanto canta quadras e conta histórias para ninar. Cantigas cantadas em língua nativa, que citavam itans africanos, perpetuados entre nós.
Criou as feiras livres, nas praças e esquinas. Vendedoras de frutas e legumes, equilibrando seus tabuleiros, cestos sobre a cabeça, as primeiras empreendedoras do Brasil. São as filhas de Oya, que pregoam: Ê e abará! Que descendo a alameda da cidade com seus encantos, de saia rodada, sandália bordada, coberta de contas e balangandãs pisando nas pontas, sabe encantar. A “negra forra”, que faturava alguns mil réis, para a compra da carta de alforria das suas irmãs cativas. Doceira, quituteira, quitandeira.
Ela… que alimenta, no seu tabuleiro tem… Vatapá, Caruru, Mungunzá. Põe na gamela o tempero, machuca a pimenta da costa e mais uma pitadinha de sal, põe farofa de dendê e veja só no que dá. Tem angu e aluá. Também tem Bobó, Acarajé e Efó. E depois o quindim e doce de leite com amendoim…
Quem… dá fé aos saberes das folhas. uma doutora ou curandeira. Ervas pra curar, ervas pra benzer. Mas se é canjerê, ela “corta” quebranto, invoca o seu santo para lhe proteger. No axé, ela é Yamin, Preta Velha, Agbá, Mametu, Nochê… Mãe que prepara o ebó para o Oboró e para a Yapeabá. E cultua no Gèlèdè que reverencia e apazigua as Mães Primeiras, as “Senhoras dos Pássaros da Noite”, as energias geradoras da vida, e controladoras da morte. Para assegurar o equilíbrio do mundo. Sabe que para o povo africano: “tudo aquilo que o homem vier a conseguir na terra, o será através da mão da mulher”.
Ela… que seguindo os mestres e griôs, na tradição oral africana, fortaleceu as lutas de libertação. E através da palavra escrita, eternizou sua história.
Ela… autora negra, guardiã dos valores ancestrais, desde Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista do Brasil à Carolina Maria de Jesus, que registrava o cotidiano da comunidade, ao comparar a favela e seus cafofos, ao quarto de despejo de uma cidade. Estas e demais escritoras, superaram imposições sociais ao figurarem o seleto meio literário do país.
Ela… é memória do mundo; deusa; rainha; guerreira; sacerdotisa; feiticeira, a matriarca, que trabalha e sustenta a prole sozinha, seu nome é resiliência. Mãe, irmã, amante e companheira. Velha Guarda, baiana, passista, porta bandeira.
Ela… cheia de graça, bendita mulher e seu ventre, com seus formosos pássaros, do alto dos ceús, olhai por nós!
Alex de Souza, carnavalesco.
Pesquisa Coordenador Dr. Júlio Tavares

Pesquisadoras: Kaká Portilho, Marina Miranda e alunos do curso de História Geral da África – Instituto Hoju

CARNAVAL PAULISTANO


SBC BAMBAS DA ORGIA (PORTO ALEGRE/RS)


GRES UNIDOS DE MANGUINHOS (RIO DE JANEIRO/RJ)

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SOPAPO POÉTICO (PORTO ALEGRE/RS)


segunda-feira, 29 de maio de 2017

GRES UNIDOS DA PONTE (SÃO JOÃO DE MERITI/RJ)

“Romance de Xangô – A Dança do Fogo”


Carnavalesco: Lucas Milato
Autores do Enredo: Lucas Milato e João Francisco Dantas
1. INTRODUÇÃO
Na década de 1950, o poeta açoriano, Vitorino Nemésio, em sua viagem ao Brasil, passou pela Bahia e lá, pela cidade de Salvador, onde foi levado ao Terreiro de Mãe Anísia. No terreiro, Vitorino assistiu a iniciação de Dazinha, filha de Xangô, como mãe de santo. E todas as suas impressões ficaram registradas num poema chamado “Romance de Xangô”. Imerso no universo de Vitorino, o G.R.E.S. Unidos da Ponte retratará, com o merecido respeito, as impressões do poeta, desde a chegada ao terreiro à iniciação.
2. SINOPSE
Estou no Terreiro de Mãe Anísia, que fica localizado no Matatu Pequeno, em Salvador. Mesma região onde nasceu o primeiro terreiro de candomblé do Brasil, a Casa Branca do Engenho Velho da Federação.
É noite, e no Péji, local da casa de santo onde ficam os assentamentos dos orixás, as roupas e os objetos ritualísticos, as ekédis vestem e paramentam Dazinha, aquela que será feita mãe de santo. No Péji, somente aos iniciados é permitida a entrada.
No salão, outras ekédis e os alabês preenchem o lugar com seus bustos de bronze tisnado, elegância ímpar e porte imponente. Vestem-se com corpetinhos de crivo com detalhes de flores brancas sobre o branco do tecido.
No ar, inundando o olfato, pairam o cheiro do cravo e da canela, especiarias que trazem riqueza; nos enfeites, enchendo os olhos, aparecem desde o verde de Oxóssi ao liláz e branco de Nanã; nos sons dos tambores Rum, Rúmpi e Lé, preenchendo os ouvidos, temos o anúncio de que por toda a noite teremos candomblé.
De dentro do salão, ouvimos os vagidos do carneiro, objeto de sacrifício exclusivo de Xangô. Várias peles de carneiro, também enfeitam a sala. Dizem que o chifre desse animal, ao ser batido na parede, simula do troar do trovão, que é Xangô.
Ouve-se um timbre de cobre, é o Xerê de Xangô. Dazinha, que com o Xerê encobre peito, vestida de branco e vermelho, chegou. Seu rosto firme parece o machado de duas lâminas, como que talhado nos ossos sob a pele. Terrível, firme, rodada, a Filha do Trovão assombra.
Dazinha, como yaô, tal qual uma ovelhinha tosquiada, deixou seus cabelos, sua lã, nas mãos de Mãe Anísia. Agora, ela dança Xangô, pois já cumpriu seu tempo de submissão. É ebômim.
Sobe então, pelo ar do salão, da garganta de Dazinha, o aulido nagô: o grito de Xangô.
Dazinha dá início ao movimento do fogo. Com os pés em leque e as mãos em aspas nas ancas, como grávida de um deus, tenebrosa, começa sua dança. Na roda da saia peneira cravos; o peito, tomado de labaredas, sacode como protegido pela carapaça de um cágado.
Disseram-me que Xangô gosta de amalá: e da terra do chão do terreiro, ressoa a batida da ponta de pé de Dazinha, que dançando, amassa o pirão. Seu suor exala o cheiro do caruru.
O que vejo em minha frente é um anjo de azeviche que salta de canguru. Roda o salão pulando num só pé. Sinto-me assombrado por um raio. Com as cores e os cheiros, sinto como se eu estivesse também em transe. Dazinha parece crescer e tomar todo o salão: encolhe-nos a todos. Os giros param.
Ela voa. E mesmo que não tenha coisa alguma de ave, salvo de galo nagô, seu corpo pesado voa. Mas, porque dança esvoaçando, como ave de trilho pobre. Vejo-a avestruz de Nigéria nos braceletes de cobre.
Os iniciados me contaram, e em Dazinha eu li, que Xangô bateu no solo com seu Xerê, e fez abrir na terra uma fenda. Ele ordena às serpentes, seres das profundezas, que retornem com ele para o fundo da terra. Ali, na fenda, ele enterra as pedras de raio. Nas profundezas, ele cria os raios. Olorum, o deus maior, alça Xangô ao céu. Xangô voa e se transforma no trovão. Xangô se encantou. A dança terminou.
Para tonta, possuída: o deus bebe-lhe o suor, que lhe sabe mais doce que água de coco. Muge sagrada, escorrendo fúrias de Xangô dançadas. Nas toalhas encharcadas, como quem embala fruta, Chica, sua ekédi, seus seios protege. Então, velando-lhe o rosto, como o do deus, esculpido em madeira, o sacrifício e o desgosto arfam no peito suado.
Outra vez Xangô a abrasa, na viração da Bahia. Dazinha dança o rito do fogo breve: a lança da guerra preta e o pilão da escravaria. O tempo passa e as negras, fechando os olhos, sentem as velas comerem pavios inteiros acesos no seu dançar.
E então, alta, nutrida de lume, Dazinha vem me abraçar. Passa-me os braços nas costas, tremenda, digna e direita; duas vezes seu pescoço toca o meu, para me sagrar, como quando à noite deita o seu menino a ninar: e lá se vai, mais pura ainda, arder, arder e dançar.
Algum tempo depois amanhecia e de minha cabeça não desaparecia o assombro. Já longe, ainda lembrava aquela noite de ouro que tornou meu rosto negro de fumo e incenso.
Dazinha em Xangô virada, sendo negra, o Fogo É!
3. REFERÊNCIAS
NACAGUMA, Simone. “Romance de Xangô”: a dança do fogo. Revista Literatura em Debate, Campinas, v. 5, n. 8, p. 283-295, jul. 2011. Semestral.
Obs.: O poema, encontrado por nós no artigo de Simone Nacaguma, faz parte do livro “Violão de Morro… seguidas por 9 Romances a Bahia, de 1968”.

Obs.2: Na composição do texto da sinopse foram usados trechos do artigo de Simone Nacaguma e do poema de Vitorino Nemésio.

DESFILES ASSISTIDOS

Desfiles assistidos hoje: Porto Alegre RS Grupo Especial 2017
7º Acadêmicos de Gravataí - Roda, Roda, Roda e Avisa: Faça-se a Confusão, o Rei da Alegria Vem Sacudir a Multidão
8º Imperatriz Dona Leopoldina - A Imperatriz Dança e Canta a Negritude, Tchê! 


domingo, 28 de maio de 2017

SRB IMPERADORES DO SAMBA (PORTO ALEGRE/RS)

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GRES UNIDOS DO GAIVOTA (ITANHAÉM/SP)


AESDA (DIADEMA/SP)

Parabéns pelo seu aniversário!
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GRES UNIDOS DO GAIVOTA (ITANHAÉM/SP)

Parabéns pelo seu aniversário!

GRES UNIDOS DE BANGU (RIO DE JANEIRO/RJ)

A Travessia da Calunga Grande e a Nobreza Negra no Brasil


Esse enredo poderia começar aqui mesmo no Brasil.
Porém, ele vem de longe, e os ventos da história nos levam a voltar no tempo para desvendar os segredos das tribos africanas que foram escravizadas e trazidas para as terras brasileiras.
Porque tudo tem começo, início, gênese. E é o sangue que corre quente dentro de nós, que alimenta o fogo ancestral que faz esse começo. E para isso se faz necessário irmos ao encontro dos fundamentos dos reinos milenares do continente negro, expresso nas coroações dos reis congos e na essência da africanidade da cultura negra do nosso país.
Não somos descendentes de escravos. Somos descendentes de civilizações africanas, de reinados fortes e poderosos. Somos descendentes de reis e rainhas, príncipes e princesas.
Somos herdeiros do Alafin de Oyó. Em nossas veias corre o sangue da rainha Ginga de Matamba.
Somos frutos de um povo que conhece as folhas e que sabe como despertar o poder delas, somos filhos da natureza, somos filhos da água, terra, fogo e ar; nosso povo sabe estar no Aiyê, a terra, sem perder a essência do Orum, o céu.
É que muito, muito antes da chegada do branco escravocrata, nós formávamos um reino mágico e sagrado dividido em clãs que, em sua maioria, recebiam nomes ligados a animais e elementos da natureza: clã do camaleão, clã do leão, clã do crocodilo e até clãs das aves e peixes.
Porque a África sempre foi muitas dentro de uma só, até ser retalhada pela escravidão e misturada de qualquer jeito em continentes distantes, depois das grandes águas, depois da travessia da calunga grande.
Trabalhando principalmente na mineração, nas plantações de café e cana-de- açúcar e nos engenhos, essa mão de obra escrava se espalhou por todos os cantos do Brasil colonial resultando em uma grande presença de homens e mulheres negras em nosso território, semeando as marcas definitivas da cultura africana onde se fixaram. Porém, apesar de terem lhes tirado a liberdade, não tinham lhes tirado tudo; eles tinham suas memórias, sabiam quem eram e de onde vinham. Tinham orgulho de suas origens, muitas vezes nobres, de seus deuses, de seus ancestrais.
Porque a África, fora da África, sempre foi, acima de tudo, uma realidade espiritual e a própria representação de grandes reinos ancestrais e vindouros sob o disfarce da eternidade.
Axé Bahia de todos os santos Yorubás, porta sagrada da entrada dos reis e rainhas negras no Brasil. Bendito seja o ouro de tuas entranhas que fez reluzir a liberdade dos filhos dos açoites que sofriam nas senzalas.
Suor escorrendo pelas cicatrizes, o rico metal escondido nos cabelos e a liberdade comprada.
Eis que a rainha feiticeira, soberana do Querembentã de Zomadônu, se tornou senhora da terra da encantaria.
Salve Vila Rica dos fundamentos e das minas gerais. Louvado seja teu solo onde Galanga Chico rei nunca perdeu a majestade!
Abram-se trilhas mata à dentro ou serra acima. E que essas trilhas se transformem em caminhos de resistência e sobrevivência como os traçados por Zumbi, rei dos Palmares e por Tereza de Benguela, rainha do Quariterê!
E será esse sangue quilombola o eterno elo a nos unir. E através de nossas manifestações culturais, espalhadas pelos cafundós desse país, exaltaremos nossos reis e rainhas negras.
Eis que o manto negro da noite já veio saldar seus filhos pretos, anunciando, sob as bênçãos de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, que é hora do cortejo sagrado do maracatu desfilar para honrar nossos ancestrais.
No altar da igreja o capelão coloca cuidadosamente a coroa dourada na cabeça da negra. É uma senhora idosa, de porte altivo e vestida à moda das grandes damas da corte.
A parte de dentro da igreja está quase vazia. Além dos então coroados rei e rainha e alguns personagens da corte negra, a cerimônia é assistida apenas por poucos negros forros, alguns fiéis e o capataz do senhor daquela escravaria toda.
No lado de fora, porém, a situação é distinta. A massa de negros aguarda ansiosamente a saída de sua rainha. Cantam e dançam no ritmo dos bombos, caixas de guerra, agbês e gonguês. O porta-estandarte segura o símbolo da nação com orgulho e as damas do paço exibem as bonecas sagradas. Baianas vestidas de chitão ou com suntuosos paramentos apresentam-se com seus trajes, acompanhadas de pajens e leques. Daí a alguns instantes, quando os já coroados reis deixarem a igreja sob um pálio ricamente ornado, um enorme e ruidoso cortejo percorrerá as ruas da cidade, iluminadas pelas fracas luzes de suas luminárias.
Dali até o amanhecer os negros irão cantar louvores aos seus reis coroados.
Assim como era na África!
Portanto, que não se calem os tambores e que não nos falte a memória!
Salve a magia da África que vive dentro de cada um de nós!

Salve a nobreza negra no Brasil!

CARNAVAL DE PORTO ALEGRE RS

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GRES SAÍMOS SEM QUERÊ (ARROIO DO SAL/RS)

Enredo 2018: "Saímos Sem Querê Traz Emoções em Meio a Transformações e Metamorfoses da Vida"

sábado, 27 de maio de 2017

GRES LEÕES DA VILA HORTOLÂNDIA (JUNDIAÍ/SP)


GRBC ACADÊMICOS DO VIDIGAL (RIO DE JANEIRO/RJ)


GRCES TRADIÇÃO DE OURO DO ABC (SANTO ANDRÉ/SP)

Camiseta 20 Anos

GRES ACADÊMICOS DE MADUREIRA (RIO DE JANEIRO/RJ)

“Berço do Samba, do Jongo a Capoeira… Chegou Madureira!”


APRESENTAÇÃO
Para o carnaval de 2018 o GRES Acadêmicos de Madureira irá cantar o enredo- Berço do Samba, do Jongo a Capoeira… Chegou Madureira!
Iremos falar da história do bairro de Madureira que há anos se tornou um grande polo comercial e cultural da cidade do Rio de Janeiro.
Por aqui passam milhares de pessoas por dia, que buscam o bairro por vários motivos, tem os que vão ao shopping ao Mercadão ou a inúmeras lojas pra gastar, tem os que vão pra debaixo do viaduto dançar. Tem os que vão a igreja rezar, tem quem suba o morro pra Jongar e os que preferem ficar lá embaixo pra sambar até o dia clarear. Num domingo de sol, tem os que vão ver o time jogar ou simplesmente no “PARQUE“ levar a família para passear.
Seja qual for o Motivo, Madureira é o lugar… Madureira é caminho, é chegada é partida, é movimento é Acadêmicos.
SINOPSE
Berço do Samba, do Jongo a Capoeira… Chegou Madureira!
Salve o grande Lourenço, lavrador e criador de gados que deu seu nome a Madureira lá pelo século XIX. Separada por duas estradas de ferro, privilegiada com duas estações, Madureira e Inhajará que mais tarde seria Magno. Chegamos ao século XX.
Terra de pele negra, de trabalhadores, terra abençoada e energizada, dos batuques de terreiros e jongos nos quintais, ensinada por Tia Maria e assim também nascia o Glorioso Império Serrano e Portela, que por anos foram marcos principais do bairro.
Madureira já era crescida e forte quando em 1914 se consolida como centro comercial do subúrbio com a construção do MERCADÃO DE MADUREIRA que durante boa parte do século XX foi o maior centro distribuidor de alimentos da região. Hoje o mercadão é referência e internacionalmente conhecido, nele se encontra de tudo, animais, papelaria, vestuário, artigos religiosos, presentes, joias… Ou seja, o comércio cresceu… Tanto, que a então estação de Magno tornou-se estação Mercadão de Madureira.
Hoje Madureira é o 2º polo comercial da cidade do Rio de Janeiro, ficando atrás apenas do centro da cidade. Até a renomada Piraquê, resolveu se instalar por ali, porque afinal, se Oswaldo é Madureira, Turiaçú também pode ser.
Uma intensa área comercial se instalou nas ruas Carvalho de Souza, Carolina Machado e na própria estrada do Portela onde cito o shopping são Luis e o moderno Madureira Shopping. Não podemos esquecer o Shopping Days e do Shopping Tem Tudo, que por anos foi referência e ponto de encontro pros “charmeiros”.
(Ai!!! o charme…)
Quem nunca curtiu ou sequer ouviu falar do badalado Baile Charme debaixo do viaduto? Quem diria que o velho Negrão de Lima, erguido em 1958 com intuito apenas de interligar as áreas do bairro, que ora foram separadas pela linha férrea seria palco de um dos grandes encontros culturais da cidade, que arrastaram pra Madureira, não só os amantes do samba, mas sim os apaixonados pela dança e o Black Music. Embaixo do viaduto também tem o famoso basquete de rua, vamos jogar?
Hoje Madureira é colorido e militante com as Passeatas Gay, é verde e frondoso como o Parque de Madureira, que resgatou na população não só o prazer de curtir a vida de uma forma saudável, mas também o orgulho de ser suburbano. Madureira é uma eterna evolução, vem aí a Trans Carioca, cortando e costurando mais uma vez nosso bairro, mas trazendo a esperança de mais gente pra comprar, gastar, e se divertir.

Madureira é passagem, tem quem ama e fica, mas é passagem. Madureira é lembrança de um amor que começou e durou, ou apenas marcou. Madureira é procissão pra levar flores ao mar à rainha. Madureira é comércio, é dinheiro é movimento. Madureira é futebol, é orgulho e paixão. Madureira é azul e branco… É verde e branco. Madureira é Ogun e Iansã, sou eu, você, nossos filhos… Madureira é Acadêmicos, a caçula do bairro.

GRES UNIÃO DE MARICÁ (MARICÁ/RJ)

100SASIONAL! Um Maxixetico e Rebolativo Baile


– Justificativa do enredo
Nos cordões carnavalescos deve ser reconhecido um papel de relevância no desenvolvimento do carnaval do Rio de Janeiro. Foram eles que fizeram desaparecer o entrudo, com seus excessos e inconveniências, e o zé-pereira, com seu enlouquecedor e ensurdecedor barulho; importado de Portugal, através de José de Azevedo Paredes, festeiro e simpático lusitano, natural do Porto e estabelecido do Centro do Rio.
Segundo historiadores e pesquisadores, os cordões tiveram origem nos festejos da nossa Senhora do Rosário, ainda nos tempos coloniais, quando desfilavam, sempre mantendo suas raízes africanas. Porém, no período pós-entrudo / zé-pereira, de 1905 a 1916, aproximadamente, o ponto alto do reinado de Momo era o desfile das grandes sociedades; por sua vez, os ranchos, já consolidados, tinham fervorosos adeptos, enquanto o corso de automóveis e blocos atraíam multidões. Os embriões das Escolas de Samba iam tomando forma nos morros, bairros do subúrbio e na tradicional Praça Onze. Restavam esparsas lembranças dos festivos cordões de outrora.
Em meio a tantas novidades, as gravações fonográficas, os automóveis e a abertura da Avenida Central, se perdiam no tempo os grupos carnavalescos da virada do século, dos quais surgiriam, ao longo do tempo, os blocos, clubes e bandas. Os cordões estavam totalmente esquecidos. Porém, os fundadores de uma sociedade carnavalesca, alguns boêmios que, com sua poesia, seu amor e carinho, num belo gesto, pleno de reverência ao passado, deram uma guinada nessa tendência e fizeram história…
Assim surge o maioral dos maiorais:
Em 1917, dissidentes do Clube dos Democráticos, uma juventude aliada à maturidade de muitos veteranos que não se conformavam com os obstáculos impostos aos desejos de mudança, contestavam o conservadorismo intolerante, dominador, refratário a qualquer movimento que representasse ruptura com as chamadas “respeitáveis tradições”, passaram a se reunir diariamente e resolveram fundar um cordão carnavalesco.
Nos jornais da cidade, uma portaria do chefe da polícia, Dr. Aureliano Leal, dizia: “Os grupos e cordões que perturbarem a ordem pública terão as suas licenças cassadas, sendo os perturbadores presos e processados, na forma de lei”. Proibia, ainda, mais a diante, de maneira igualmente decisiva, a fundação de grupos similares.
Longe de se amedrontar e disposto a topar a parada com o ‘chefão’ temido, o grupo das alegres reuniões ‘chopísticas’ de um dos bares da Galeria Cruzeiro (o Bar Nacional) seguiu coeso com seu líder K. Veirinha. Iriam, todos, desobedecer o mandachuva. Um nova geração, ansiosa por renovações no campo dos direitos sociais, nos costumes, na literatura e nas artes, deram vida ao Cordão ‘Só Se Bebe Água’, imbuídos dos novos e saudáveis propósitos.
Porém, uma amorosa história fez, rapidamente, esse nome mudar. Uma sedutora foliã, com bolas pretas a revoar, encantou K. Veirinha, que eternizou sua lembrança, fixando-a no novo nome do Cordão; o, a partir de então: Bola Preta! Alugaram a sede do clube Cabaret do Políticos, na rua do Passeio, e na noite de 31 de dezembro de 1918 com um ‘maxixético e rebolativo baile’ (como era de praxe qualificar-se as festas dançantes carnavalescas) consumavam a deliberação.
Tendo como regra principal e primordial a seguinte trilogia: Mulher, chope e carnaval. A turma do Bola não vacilava em apoiar, com impetuoso entusiasmo, tudo o que fosse reivindicação feminina.
No Brasil, persistia a velha mentalidade de ampla dominação masculina. As pioneiras dos movimentos feministas eram repelidas e hostilizadas, chamadas de “desvairadas”, “rebeldes à vontade de Deus”, “dissolutas”, “serpentes de saias”, “libertinas” e etc.
Mas, a turma liderada por Álvaro Gomes de Oliveira, o célebre ‘K. Veirinha’, ia em direção contrária. E, com o slogan “Liberdade para as mulheres!”, clamavam os bola-pretenses, apoiando as corajosas precursoras dos direitos femininos.
A constante exaltação do Bola à mulher já era amplamente registrado pelos jornais da época. As músicas do Cordão tinham geralmente como tema principal a mulher, com admiração amor e galanteria transbordando em seus versos.
A publicação de bailes e eventos sempre colocava em destaque a presença feminina, enquanto a decoração dos salões, caprichava nas musas mitológicas, melindrosas, odaliscas, índias, mulheres de todas as raças e múltiplas origens.
Em seu primeiro estatuto destaca-se o endereço da primeira sede, à Rua da Glória, 88 – carinhosamente chamada de “recanto da inspiração”; se oficializa como sociedade recreativa, tendo por objeto único a tradição dos antigos cordões, proporcionando aos irmãos reuniões sociais, isto é, bailes, sessões de música e canto, culto dos sambas, batuques, choros e de leitura de livros, jornais, revistas e demais publicações análogas.
No Cordão da Bola Preta não existem sócios, mas irmãos, sendo assim designados por esta última palavra, todos os seus componentes.
Nos primeiros bailes do Bola eram ao som de maxixes, polcas-tangos, jazz, marchas, sambas e outros ritmos, seguindo os costumes carnavalescos das primeiras duas décadas dos século 20. Daí em diante, prevaleceram sambas e marchas, que se evidenciaram nos anos 30.
Várias foram as sedes do Cordão, em sua maioria, com permanente programação social durante o ano. Diversos e famosos bailes, que eram frequentados por personalidades como: Carmem Araújo, Elizeth Cardoso, o cronista e pianista Mário Cabral e Pixinguinha, tocando o seu saxofone, entre tantas outras.
Da fundação até 1942, o comando do Bola Preta ficava a cargo de um xerife, causando curiosa diferença entre as demais instituições que, normalmente adotava, o presidencialismo. A turma do Bola tinha na figura do xerife um guardião da lei e mantedor da ordem foliã. O xerifado se encerrou em 1942, em uma animada eleição que seguiu as normas do presidencialismo, elegendo Antonio Martonelli (Venenoso) o primeiro Presidente; e Álvaro Gomes de Oliveira (K.Veirinha) foi merecidamente distinguido como Presidente de Honra.
Dois anos após o surgimento da figura do Rei Momo, em 1935, surge a soberana Frederica I, cujo nome completo era: Sua Majestade Frederica Augusta Coração de Leoa. Jornais da época, junto ao Bola resolveram fazer uma sátira a Momo. A condição para ser a Rainha Moma era ser um homem travestido de mulher, de preferência com bigode. A existência da soberana nesta forma durou até 1960, quando o então Presidente do Bola, Luiz Rabello, recebeu a sugestão do Departamento de Turismo para que a Rainha Moma fosse representada por uma mulher. Depois de muita discussão interna a proposta foi aceita. Em 1961, Rosa Possas foi a primeira mulher a ser coroada como Rainha Moma do Bola Preta.
Na alvorada do carnaval, o “sábado gordo”, ocorre a “saída” do Bola Preta, pela manhã; seu tradicional estandarte, sempre em riste, empunhado por bela porta-estandarte abre alas, seguido das belas musas, rainha e madrinha do cordão e os irmãos com seus tradicionais uniformes, cantando e tocando o hino que Vicente Paiva e Nelson Barbosa compuseram: Quem não chora, não mama / Segura meu bem, a chupeta / Lugar quente é na cama / Ou então no Bola Preta.
O Cordão da Bola Preta é protagonista de uma narrativa que merece ser contada em mais um enredo. Um símbolo da resistência, patrimônio cultural, que vem sendo preservado a um século.
Há muita história a ser contada…
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– Reprodução (mantida a grafia original) de um texto publicado pelo jornal “A Pátria” em 23 de Janeiro de 1930.
Obs.: Chico Brício era parceiro de “Caveirinha”, e um dos fundadores do Cordão da Bola Preta.
“Então ouve, para melhor contares: A Bola Preta nasceu de uma scena amorosa entre uma colombina de branco e preto, isto é, de branco e de bolas pretas, com um rapaz de sport, aliás remador do C. R. Botafogo e um dos meus melhores amigos. Esse rapaz era o “Caveirinha”. A colombina é que não conheci. Sei, porém, que a scena ocorreu na Gloria, durante o Carnaval de 1918, quando ambos esses personagens, na expansão natural daquelle dia conseguiram falar-se. “Caveirinha” enamorou-se da colombina. E mergulhado nesse namoro sahiram ambos em colloquio, no meio da multidão. Isto foi visto e seguido por um primo de “Caveirinha”, que os acompanhou de longe. Mas houve um instante que o rapaz perdeu de vista os namorados, e, quando o “Caveirinha” reapareceu foi para indagar:”
– Onde está a Colombina?
– Estava comtigo, respondeu o primo surpreso.
– A miseravel fugiu!…
– Como?
– Depois de ter-me dado…
– Um tabefe?
– Não.
– Então o que deu ella para fugir assim!
– Um beijo.
– E depois?
– Desapareceu!
“E os dois ficaram um momento absortos. Afinal, “Caveirinha” na esperança de reencontrar a misteriosa colombina tomou uma iniciativa:
E os dois sahiram a procurar a endiabrada mascarada, soltando de vez em quando para se orientarem esta phrase: Tem “Bola Preta”?
Excusado é dizer que a colombina não apareceu mais até hoje. Entretanto ficou no espirito do “Caveirinha” a lembrança indelevel da “Bola Preta”.
E o diabo do avatar da “Bola Preta” não sahiu nunca mais do seu pensamento.
Assim é que no ultimo dia desse Carnaval, “Caveirinha” entrando em uma bagatella que estava installada num chopp que existia na Gloria onde entrou para espantar suas maguas, deu com uma bola preta. Sempre a bola preta! Ora, nessa mesma noite o bhoemio e incorrigível carnavalesco deliberou de vez prender a bola preta à sua vida foliona e com seus companheiros dessa ocasião, que eram o Fala Baixo, este que aqui está – o Brandão velhinho e o seu “Pendura” fundarem o hoje famoso e tradicional ‘Cordão da Bola Preta’”.
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– Considerações:
O G.R.E.S. União de Maricá, toma a responsabilidade de homenagear em seu desfile de 2018, a trajetória centenária do Cordão da Bola Preta, através das mais remotas lembranças de um Pierrô pelo reencontro e reconquista do amor de sua Colombina; revivendo inesquecíveis carnavais, dos áureos tempos de Arlequins, Cabrochas e Mandarins. Uma época de indecente crônica social, irreverente luxúria infernal, debochada confusão musical. Uma autêntica e envolvente narrativa do carnaval.
Renato Figueiredo
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– Fontes de pesquisas e bibliografia:
BRASIL, Murilo – A História do Cordão da Bola Preta – Ed. Teatral / 2005;

PAOLINO, Emílio Jorge – Eu disse e provo: Cordão da Bola Preta. Entre o carisma e o polêmico, uma mina social no coração da cidade – Ed. FVG / 1988;
COSTA, Haroldo – 100 anos de carnaval no Rio de Janeiro – Ed. Irmãos Vitale / 2001;
EFEGÊ, Jota – Figuras e coisas do carnaval carioca – Ed. FUNARTE / 1982;

FERREIRA, Felipe – O livro de ouro do carnaval brasileiro – Ed. Ediouro / 2004.

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