segunda-feira, 16 de maio de 2016

GRES SERENO DE CAMPO GRANDE (RIO DE JANEIRO/RJ)

Enredo 2017
“Com Muito Calor Humano, o Sereno É Suburbano!”

Partiu! 
Não, aqui ninguém se esconde. A gente mora. A gente adora.
Subúrbio não é um lugar. O subúrbio é um lar. Dessa gente “que vai em frente sem nem ter com quem contar”.
Passinho à frente, por favor. Linha 3. Atenção ao fechamento da porta. Espreme aí, irmão! Próxima estação: Subúrbio. Essa parada que é expressão da alma da gente. Um lugar em que se pode ser. No alto, no baixo. O subúrbio não tá no mapa. Tá na mente. Central / Campo Grandeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!! Por cinco reais. É van! Edinaldo tá de carro, mas tem o problema do IPVA. Pifou na Brasil, é radiador… Debaixo desse p. calor! Passou direto, tava lotado. Ô ônibus muvucado!
Olha a janela. Paisagem mudando? Você está chegando! É um sururu o dia a dia. Só dá pra parar pra comer um cachorro quente da tia. Um carro que anuncia amaciante de roupa e pasta de limpar pia. Não sabe onde tem? Quer comprar e ninguém mostrou? Dobrou é logo ali: A rua “dos camelô”!
Passou mal, correu pro hospital! Nossa, que susto: UPA! Melhorou? Não? Bom fazer revisão na curimba ou na oração. Tem igreja, tem terreiro, Deus aqui nos fez irmãos! De vez em quando a chapa esquenta, o caveirão ao mundo adentra e o povo se defende como pode. É o sacode!
A alegria se agita nas roupas que dão tchau! dependuradinhas no varal… De cores se recobrem os dias com os respingos das pipas nas periferias! Nas paredes a Santa Ceia. Nas ladeiras o moto táxi que a todo momento serpenteia.
Na sexta, quem vem chegando do trabalho, larga a bolsa na cadeira. Primeiro o ponto no boteco! Casa é depois da saideira… Um repique começa dali, ao lado de um tantan. Se o negócio não é fraco, chega o cara do cavaco… “Esta noite eu vou te deixar no Sereno”… A mulher de voz aguda prejudica o vocalista. Uma criança pega um pandeiro: Semente de sambista! Chega pro outro lado se não quiser cheirar carvão. É que ali, na sua beira, fica logo a churrasqueira: Carne, asa e coração… E se o mês é de junho “cumpadi”, tem luxuoso arraiá! Botou a caixa na rua? Conseguiu ligar o som? Então “bora” curtir o funk mexendo esse tamborzão!
O subúrbio é essa casa que sempre tem quartos suficientes. É apertar mais um “cadinho” que sai mais um puxadinho. O subúrbio é essa árvore onde os corações fazem ninho.
Um velho sentado na porta sabe todos os seus cantinhos. Sabe do que já foi, sonha com o que não vem… Para melhor te prover, um lindo BRT! E para o pico mais periférico, que venha o teleférico! Para o fim do sofrimento, que chegue o saneamento! Porque não se vive de esmolas, que haja muitas escolas! Sendo celeiro dos bambas, que haja escolas de estudo, mas que haja sempre as de Samba!
A Coruja hoje lhe visita, sem reparar a bagunça… Vem confessar que em seu mundo, você é a tela de fundo. Vem contemplar o seu passado, celebrar o teu presente. Desejar que seus passos futuros tenham a poesia dos grafites que dão vida aos seus muros…
Andre Miranda e Wagner Araújo
Carnavalescos


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