sexta-feira, 1 de julho de 2016

SC MORRO DA CASA VERDE (SÃO PAULO/SP)

Enredo 2017
"No Terreiro do Morro, o Canto de Kianda, a Sereia de Angola Se Faz Brilhar"

Justificativa
A Sociedade Carnavalesca Morro da Casa Verde, com suas raízes e ancestralidades africanas no Carnaval de 2017, leva você a mergulhar na história da sereia Kianda, uma das filhas de Olokun, o senhor das águas. Kianda era uma princesa apaixonada por aventuras e por descobrir novos horizontes. Em uma de suas aventuras, encontrou a costa de Luanda (atual capital de Angola), onde se encantou pela terra e fez de lá sua morada.
Então, com o passar do tempo, o velho mundo começou a expandir seus horizontes e, assim, atravessou os mares para conquistar as terras e as águas de Kianda. A princesa não sucumbiu e enfrentou os invasores, vencendo-os com o poder das águas.
Assim, Kianda passou a ser adorada e imortalizada pelo povo de Angola, se tornando uma entidade, a "Deusa Sereia de Luanda". O Morro traz para o carnaval o mito de Kianda e abre as portas do seu terreiro para ouvir o cantar da sereia de Angola.
Apêndice
O enredo tem como objetivo resgatar uma lenda que transformou o pensamento do povo de Angola com relação a resistir e superar dificuldades. O enredo é todo baseado na lenda de Kianda, uma sereia que se tornou entidade e passou a ser cultuada como orixá em Luanda, capital de Angola.
O enredo é baseado na lenda original de Kianda, adaptada pelo livro O Desejo de Kianda, do escritor angolano Pepetela. O livro traz mudanças com relação à lenda original, colocando fatos históricos que marcaram o povo angolano no papel principal, exaltando as lutas vencidas pela sereia junto da força da fé do povo.
O misticismo e a história se misturam no enredo, fazendo o espectador mergulhar na história através de cantos da sereia. Na abertura, fazemos uma evocação à Kianda, já considerada uma deusa, e assim, através do seu cantar, começamos a contar a sua história. O final do enredo mostra a transformação da sereia em uma deusa ou entidade, recebendo altares, procissões e oferendas de devotos em homenagem a tudo que ela fez e conquistou para seu povo.
A nossa escola promove em seu desfile uma exaltação à Sereia de Angola, e assim, mostrando uma história de luta, força, vitória e FÉ.
O Morro da Casa Verde acredita que há e sempre haverá uma fé dentro do coração de cada um.
Axé!
Sinopse
O atabaque rufa no terreiro da Casa Verde. A batida do Ogã faz a gira enfeitar o céu de estrelas. É a fé que move cada homem, viva em cada peito, é uma evocação. Os orixás dançam para receber... A deusa sereia, guardiã de um povo que venceu o tempo e o medo para conquistar um novo sol. É Kianda que, em seu canto, traz de volta a luta e a resistência de Angola. A história desperta no reino das águas, no fundo do mar, no reino de Olokun, sua alteza e sangue. O mundo onde Kianda é princesa, o mais jovem dos legados do rei das águas. E a princesa se torna aventureira, navegando pelos mares e descobrindo a mística Angola.
Uma Angola ainda em paz. No tempo do Reino do Ndongo, de seu rei Ngola, onde pescadores jogavam a rede em águas do povo, onde suas riquezas sustentavam a sua gente e a fé era símbolo de liberdade. A proteção de Matamba e a justiça do reino encantaram a princesa Kianda que, fez das águas angolanas a sua nova morada.
Do mesmo lugar de onde vinha a crença de um povo, as águas de Olokun, vieram também a maldade e a dor. Assombrações do ocidente chegaram pelo mar para oprimir, explorar e escravizar cada ser daquela terra. Porém, Kianda não deixou que os filhos de Angola sofressem e derrotou todos os invasores com a força das suas águas. Unida com o seu povo, com a raiz da sua terra, e com a ancestralidade dos guerreiros africanos, a guardiã venceu os homens da cobiça, fazendo de "luta e resistência" as palavras de ordem em Angola. E após uma incessante luta, com a força das águas e toda sua mitologia, a savana pode festejar, e um novo sol brilhará para Luanda, e a paz durará por toda a eternidade.
A rainha das sereias se transforma em uma lenda, uma entidade... Com a fé depositada em um ideal, o povo superou todas as dificuldades para vencer aqueles que negavam a felicidade. E assim, segue uma procissão pelos mares de Luanda... Coroando uma história de amor eternizada nas águas de Olokun e de Kianda. A fortaleza de São Miguel e os rochedos da Praia do Bispo se tornam o altar da rainha das sereias. A sereia que brindava quem merecesse com tesouros, em troca de paz.
Em todos os anos no mês de novembro, a maré cheia, os louvores e as oferendas dos devotos, traz o canto de Kianda para o ar... E como diz a lenda, "em cada pedaço de água pode-se ter uma sereia"... Há quem diga que a magia das sereias vive para sempre no fundo do mar. Mas há que acredite que a magia da sereia de Angola está em cada coração.
Eu sei que a correnteza é forte
Mas a água que te molha é santa
Se a alma que navega é infinita
A sereia que te guia, encanta...
(O Silêncio de Kianda - A Paz da Sereia)

Autores: Thiago Morganti e Fabinho Flisch

Nenhum comentário:

Postar um comentário