quinta-feira, 8 de junho de 2017

GRES COMBINADO DO AMOR (NITERÓI/RJ)

"Da África à Negra Bahia, Ecoam os Tambores - Raça, Fé, Cultura e Sabores"


JUSTIFICATIVA
O GRES COMBINADO DO AMOR traz para o carnaval 2018 em Niterói um enredo que irá exaltar a negritude da Bahia intitulado: Da África à negra Bahia, ecoam os tambores- Raça, fé, cultura e sabores. Nosso fio condutor a África seguia seu próprio desenvolvimento com grandes Civilizações e impérios, no século XV até chegada dos portugueses em busca de riquezas daquele continente. Na chegada ao Brasil os negros eram trazidos como mercadorias e aqui desembarcados e substituídos por açúcar, explorados nas lavouras de café, nos garimpos e nos engenhos. Descoberta em 1501, Salvador recebe o nome de Baia de todos os santos conhecida também como Roma Negra ou Meca da Negritude território africano. Por possuir mais negros fora da África em todo mundo, se tornando a primeira capital do Brasil. Salvador recebeu o nome de Terra de fortes, não apenas por causa das fortalezas construídas, mas pela força, bravura e coragem de sua gente. A cidade de Salvador é um dos lugares raros onde seu povo conhece e preserva sua história, enaltecendo a todo o momento, a raiz de sua gente a força e raça do negro ali instalado. Faremos essa viagem revivendo fatos, religião, cultura e culinária que marcaram a Bahia desde o descobrimento, aos dias de hoje.
O Mar da baía de todos os santos recebeu os desembarques portugueses em 1548, trazendo os primeiros negros, vindos de além-mar. Sua contribuição nas lavouras de café, canaviais e garimpo, os quilombos formados pela rebeldia, a Revolta dos Males, a Guerra de Canudos, a fé retratada pelo surgimento do candomblé, onde Xangô foi o orixá que os negros transportaram para o Brasil, personagem central de vários mitos heroicos dos Iorubanos e como símbolo da fé baiana terá mãe Menininha do Gantois, filha de Oxum como exemplo. O baiano nutre também sua fé no sincretismo religioso e tem como templo maior a igreja do Senhor do Bonfim, representado como Oxalá, nossa Senhora da Conceição como Iemanjá e Santa Barbara como Iansã. A fé católica nos deu de presente um anjo de bondade que foi Irmã Dulce, a Dulce dos pobres, uma mulher guerreira. Com os negros libertos a cultura brasileira enriquece ainda mais com seus temperos, ritmos e danças destaques para os grandes Maracatus, as Congadas, o Jongo, a capoeira, o Samba dentre outros. Essas sonoridades a flor da pele ajudaram a surgir mais tarde os Blocos Afros, os Afoxés, onde não podemos deixar de falar no fenômeno que foi o surgimento do Trio elétrico e o Axé Music um som genuinamente baiano, o Samba Reggae, assim como a Timbalada exaltando o verdadeiro carnaval da Bahia. Nosso ultimo setor é a culinária baiana que ao mundo encantou com seu tempero forte e especial, pratos típicos no tabuleiro da sinhá; Moqueca, acarajé, caruru e vatapá, onde a tradicional Baiana de Acarajé se tornou um patrimônio cultural de Salvador, distribuindo simpatia, alegria e hospitalidade a quem chegar.
Assim como a Bahia, o Combinado do Amor resgata o seu passado de glórias e a sua história no carnaval da Cidade como uma das mais antigas escolas de samba do Brasil. Iremos contar, através da Etnia de um povo, na formação de um Estado, estampado no rosto a alegria e valentia de uma gente de valor, retrato de uma nação. Por tudo isso, o Combinado pede axé exaltando a Bahia de São Salvador, rufando os tambores num canto de fé e que o Senhor do Bonfim, olhai por vocês e por mim!

INTRODUÇÃO

O G.R.E.S. COMBINADO DO AMOR vem contar que muitos brasileiros de hoje descendem de povos africanos, por isso, conhecer a história da África com a Bahia, nos faz conhecer melhor nossa própria história.
O Brasil é o país que mais possui pessoas de origem africana e Salvador é a cidade mais negra do mundo fora da África.
O jeito de pensar e agir do africano traçou com pinceladas sutis e definitivas a maneira de viver e conviver na Bahia, “meu dengo”.
A força vital da sua cultura foi mais forte do que a chibata, a água benta e o sangue que se adicionou no decorrer do tempo – A Mama África, foi mãe da Bahia e a Mama Bahia, mãe de todos. Ser negro é ser baiano e vice versa, não é apenas nascer na Bahia e sim, um estado de espírito, uma filosofia "vixe mainha”.
Os negros podem ser tudo na concepção de vida baiana: Ser historia símbolos e lendas, ópera, som, musica e dança joia rara- pérola negra, "meu rei"!
Liberdade! Cantei, dancei e festejei, no rufar dos tambores, louvei aos meus orixás. Baiana gira, mostra como é que se faz e ao descer do Orum, vira à bela Oxum, trazida nos braços da paz.
A Baía de Todos os Santos recebe o povo de além-mar, retratando suas origens africanas. É de arerê, ilê, ijexá, suas sonoridades, cores, sabores, patuás e a culinária que ao mundo encantou com seu tempero especial. Como seria a Bahia sem o legado da cultura africana?
Talvez não se comeria o que se come hoje, não rezaria o que se reza e como se reza, não teria o gingado na dança que os escravos praticavam nos meios dos canaviais, o colorido na arte, a força na musica, riquíssima herança cultural trazida pelos milhares de escravos vindos da África ioiô, sobreviventes do ventre da besta – o porão dos navios negreiros. A bagagem era apenas na alma, mas o que o negro te trouxe, Bahia?
Cidade de guetos e cores, onde esquece a tristeza e a pobreza, superando as dores com alegria e maestria, nas mãos: terço, arruda, guiné e tanta fé, no canto candomblé.
A noite cai, os tambores ecoam anunciando a transformação, força e valentia onde das pedras negras no chão do pelourinho em  São Salvador, surge a negra alquimia, que no passado foram encharcadas com o sangue dos escravos, hoje brota cultura em um dos mais belos conjuntos arquitetônicos Brasileiros, patrimônio da humanidade.
Todos os cantos na ladeira do "Pelô" nossa matriz nagô, teve suas heranças preservadas pela resistência de um povo, retrato de uma nação.
A arte negra banha a Bahia que ostenta em cor, som e dança, a vitória da esperança, afinal negro é raça, não chora, canta! Negro não sucumbe, supera!
Na formação de um Estado, na etnia de um povo, Sou eu... A negra mãe da humanidade.    Negro raça, negra cor, a raiz da Liberdade. Meu samba é isso, afro mestiço é “massa”. Baiano sou eu é você, somos nós, em uma só voz... Uma gente de valor!
Firma o batuque no terreiro, bate o tambor mandingueiro, Salve a Bahia de São Salvador!
Axé “Mãe África”

SINOPSE
Até o século XV a África seguia seu próprio desenvolvimento, com importantes estados civilizações e impérios, destaques para as civilizações de Daomé e Ioruba. Os portugueses são os primeiros a chegar à África pelo Oceano Atlântico, em busca de ouro, marfim e sal, riquezas daquele continente. E como mercadorias os negros eram transportados em navios negreiros, que chegavam a levar 600 africanos amontoados nos porões (tumbeiros). Muitos se jogavam no mar como resistência à escravidão, como se o mesmo, os fossem devolver à África. Dos séculos XVI a XVIII vieram a maior parte dos escravos de diversas nações como: da Guiné, de Angola, Ilê Ifé, nagô, Gegê entre outras. Na chegada ao Brasil, eram desembarcados e substituídos por açúcar na viagem de volta. Aqui foram explorados nos engenhos de cana-de-açúcar, nas lavouras de café, nos garimpos.
Salvador é a capital do estado da Bahia, descoberta em 1501 a 1 de novembro, a cidade recebeu o nome de Baía de todos os Santos e nessa altura foi um dos portos mais movimentados do continente Americano. Os primeiros desembarques aconteceram na Bahia, em 1548 e se estenderam a Pernambuco e Rio de Janeiro. De 1549 até 1763, Salvador foi a primeira capital do Brasil e conhecida como a cidade de "Fortes” não apenas por causa das fortalezas construídas para defendê-la, mas pela força, coragem e heroísmo de sua gente. O baiano foi formado por índios, europeus e negros. A mais importante data cívica de Salvador e da Bahia faz referencia ao dia 2 de julho de 1823 datas da verdadeira independência da Bahia e do Brasil conquistada com suor e o sangue do exercito baiano auxiliado por gente do povo como os índios, negros e sertanejos, onde mais tarde realmente expulsariam os portugueses de Salvador e do Brasil. O negro então se debateu tendo que se adaptar a uma sociedade que lhe foi imposta e da qual usufruiria apenas uma parte restrita não sendo permitida a subsistência da estrutura social negra na nossa terra e a camada mais baixa da sociedade. Como reação a essa humilhação, aumentou o número de fugas e a melhor forma de resistência foi à organização dos quilombos.
Em 1835 acontece a Revolta dos Males, realizada pelos escravos de origem islâmica que serviu para demonstrar as autoridades o potencial de contestação sobre o regime vigente da época em não desenvolverem aqui, suas culturas inclusive as religiosas, com eles vieram seus costumes, crenças, danças e todo o manancial de cultura que aos poucos foram se incorporando à nossa formação. As diversas expressões folclóricas ostentam a riqueza do imaginário popular, a miscigenação aumenta, nasce o sincretismo religioso através das Irmandades dos Homens Pretos e de terreiros, destaque o da Casa Branca, a casa de candomblé mais antiga em Salvador, iniciando assim o candomblé na Bahia por volta de 1850, celebrando nos terreiros dos orixás, os cultos afro-brasileiros, unindo as raças em seus rituais. O Candomblé no Brasil tem divindades de vários cultos e nações de matrizes africanas onde em toda Bahia, multiplicaram-se os templos e espaços religiosos e a população afra, exerce de forma plural a diversidade religiosa. Xangô foi o orixá que os negros transportaram para o Brasil e que passou a designar o local das cerimônias ritualísticas tal seu apego se deve entre outras coisas, pelo fato de que antes de ser santo, xangô é o personagem central de vários mitos heroicos dos Iorubanos onde para sobreviver das lamurias da escravidão os negros se prenderam a sua herança religiosa. Por muito tempo o negro levou nos ombros o fardo da escravidão, mas levantou a cabeça e apesar dos grilhões, não se esqueceu de sua origem e de sua grandeza. Aqui a cultura negra se integrou, criando uma verdadeira identidade afro-brasileira. Terra dos orixás, patuás e babalorixás, culto a todos os Santos, ritos e mitos, a Bahia destaca Mãe Menininha do Gantois o rosto da bondade, temos também as três casas africanas - a Casa de Angola, a da Nigéria e a do Benin, as casas são centros culturais independentes da religião do candomblé. Com os negros libertos em 1888 no Brasil, enriqueceram o idioma português e fecundou a cultura brasileira com seus temperos, ritmos e danças, com a percussão de seus tambores, criando aqui os vistosos Maracatus, as Congadas, o Jongo, Ijexás, Afoxés, o Frevo, o samba e tantas outras, tendo a capoeira vinda de Angola, onde jogar capoeira na Bahia é, para os seus praticantes, um manifesto de liberdade preservando assim, a herança dos antepassados africanos que viram nessa forma de expressão uma estratégia para comunicarem entre si e se protegerem física e espiritualmente, acobertando-se nas sombras da musica dos berimbaus "ê camará" numa festa sagrada e profana que é a cara da Bahia. Outro fato marcante na Bahia foi a Guerra de Canudos de 1896 a 1897, fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social. Canudos na verdade se chamava comunidade de Belo Monte uma espécie de quilombo povoado por negros, índios, sertanejos e ex-escravos.  A Igreja do Bonfim é um dos maiores símbolos do sincretismo religioso do Estado Conhecida pela fé que os baianos nutrem pelo padroeiro da cidade e aos santos católicos. O Senhor do Bonfim é sincretizado com Oxalá, pai de todos os orixás, Oxum a Nossa Senhora da Conceição, Iemanjá é associada a Nossa Senhora dos Navegantes, Iansã a Santa Bárbara e Xangô a São João Batista e São Jerônimo. No mês de maio, acontece uma das cerimônias do candomblé realizadas ao ar livre um cortejo da fé é a festa do “Bembé do Mercado”, que celebra o fim da escravidão no Brasil. Uma das figuras carismáticas e símbolo de fé baiana no catolicismo, foi Irmã Dulce, a Dulce dos pobres, o anjo bom da Bahia uma mulher guerreira que encontrava na fé a força pra levar o acalanto aos mais necessitados. Em junho, especialmente no dia 23, a Bahia inteira comemora o São João. O festejo é uma homenagem a João Batista, com rituais, fogueiras e balões, que se misturam às comidas típicas ao santo católico. A cultura baiana, em Salvador, reflete estes números de tal forma que a cidade é também chamada de "Roma Negra" ou "Meca da Negritude”. Uma das importantes comemorações litúrgicas da fé brasileira acontece no mês de agosto é a Festa da Boa Morte. Senhoras negras, com mais de 50 anos, saem em cortejo pelo centro da cidade, vestidas como verdadeiras rainhas, em devoção à Dornição de Maria aos céus.
A Bahia é um dos Estados mais sonoros do país, têm na sua musicalidade os blocos afros e o Afoxé Filhos de Gandhy criado em 1949, o mais antigo bloco afro o Ilê Ayê surgiu por volta de 1974, abrindo caminhos para os demais como: Malê Debalê e o Olodum em 1979, o Muzenza em 1981, Cortejo Afro em 1998 e o Bankoma em 2000, dentre outros valorizando assim a cultura negra na Bahia e a luta contra o preconceito através do som percussivo dos tambores que nasce na tentativa de reproduzir a música africana tendo como forte influência, o Samba. Impossível falar da Bahia sem mencionar um som que possibilitou a eletrização dos frevos e marchinhas, o trio elétrico de Dodô e Osmar, em 1950. Outro gênero musical que surgiu na Bahia, ano de 1980 o “Axé Music” misturava o Ijexá, merengue, forró, samba duro, pop rock e ritmos do candomblé. Em 1991 surgia a Timbalada uma banda de samba-reggae criada por Carlinhos Brown um ritmo que é a cara da Bahia e do carnaval em Salvador, um verdadeiro caldeirão sem igual, uma das maiores expressões culturais de seu povo. 
A culinária baiana é caracterizada pelo tempero exótico à base de azeite de dendê, leite de coco, amendoim, milho, mandioca, de pratos à base de batata, bolos, canjicas, pamonhas, pipocas, gengibre, frutos do mar e pimenta, heranças da cultura africana. O acarajé, o caruru e o vatapá são pratos típicos do tabuleiro da sinhá de fama internacional, que podem ser degustados, nas ruas de Salvador. A baiana é um dos principais símbolos da influência africana na cultura da Bahia. Personagem tradicional das festas populares e nas ruas de Salvador. Conhecida também como “baiana de acarajé” vende seus quitutes em vários pontos da cidade, distribuindo sorrisos e simpatia que são uma marca da hospitalidade do povo baiano e patrimônio cultural. Terra da alegria, bem vindo ao carnaval da Bahia!
Combinado do Amor exalta a Bahia de São Salvador, território africano. “Baía de todos os santos, valei-me nossa senhora, mãe do Senhor do Bomfim, olhai por mim”.
O que é que no Tabuleiro da Baiana tem?
Tem moqueca, acarajé, caruru e vatapá, o dendê da sinhá, não pode faltar. Ê Bahia!
Fonte consultada: Wikipédia.org. Bahia Brasil, O Candomblé na Bahia, trechos de musicas e poesias baianas, vídeos: A Bahia é muito mais. GLOSSARIO: Meu rei, meu dengo, Mainha-Saudação carinhosa. Vixe-Exclamação para qualquer coisa. É massa-Legal, bacana, porreta. Orum: Céu ou mundo espiritual. Sucumbe: Cair sobre o peso ou força, dobrar-se.

ÍNDIO GARCIA

Carnavalesco

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