quinta-feira, 22 de setembro de 2016

GRCES DOM BOSCO (SÃO PAULO/SP)

Enredo 2017

"Puxe o Fole Sanfoneiro Que o Show Vai Começar. Bate Palma Minha Gente, Meu Sertão Vai Desfilar"


Setor 1 - Vixe Maria, que emoção. Salve as Festas Populares do meu Sertão.
Nossa Festa começa numa linda noite de São João. Onde o poeta na sua linda inspiração falou: "Olha pro céu, meu amor. Vê como ele está lindo. Olhe praquele balão multicor, como no céu vai sumindo" (Luiz Gonzaga). E a Fogueira está queimando em homenagem a São João, São Pedro e Santo Antônio casamenteiro, e o sanfoneiro arretado e animado, puxa o fole dizendo: Vamos minha gente, arrasta pé neste salão, vem dançar xote, xaxado, forró e baião. O local onde ocorre esses festejos é chamado de arraial, e o Sertão explode em alegria e cores, decorados com bandeirinhas de papel, balões, flores, palhas... Prestando assim, esta linda homenagem aos três santos católicos acima citados.
Esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (Época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal). Nesta época, havia grande influencia de elementos culturais de vários países, mas foram ganhando suas próprias características. Da França, veio a dança marcada, que influenciou muito, as típicas quadrilhas, matuta ou caipira.
É uma dança típica das festas juninas, dançada, principalmente, no nordeste do Brasil. No sertão do nordeste, encontrou um colorido especial, associando-se a musica, aos fogos de artifícios e a comida da região. Como as coreografias, eram indicadas em francês, o povo repetindo certas palavras ou frases, levou também a folclorização das marcações aportuguesadas do francês, ao que deu origem ao matutês, mistura do linguajar matuto com o francês, que caracteriza a maioria dos passos da quadrilha junina. O povo nordestino é muito criativo e logo encarregou-se de acrescentar diversos passos como: Olha a chuva, é mentira...A Ponte quebrou...Caminho da Roça...
Delícias Típicas da Festa
Como na Região Nordeste, a Seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer a São Pedro pelas chuvas caídas nas lavouras. Época da colheita do milho, onde grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados as festividades, são feitos deste alimento, a exemplo da pamonha, curau de milho verde, milho cozido, canjica, pipoca, etc...
Festa da Lavagem do Senhor do Bonfim
Celebração religiosa que acontece no mês de janeiro em Salvador, iniciou-se em 1773, chegou a ser proibida a lavagem interna da igreja, devido ao conflito religioso, porém depois de muita luta e fé foi permitido apenas a lavagem das escadarias. Atualmente, é considerada a maior festa religiosa da Bahia. Tudo acontece com a saída pela manhã, do tradicional cortejo de baianas, vestidas de branco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, da praia, o qual segue a pé cerca de oito quilômetros, até o alto do Bonfim, para lavar as escadarias da Igreja. Unindo todo o povo da região do nordeste, católicos e adeptos do candomblé, para um ritual religioso em comum. Cantando hinos de adoração as duas divindades da crença, Senhor do Bonfim e Oxalá. Configurando um dos maiores exemplos brasileiros do fenômeno de fusão de religiões, conhecidos como sincretismo.
Setor 2 - Lendas, assombrações e as Festas de Brilho, magia e cor das riquezas folclóricas
Lendas e assombrações são histórias contadas através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos, com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Aqui vamos destacar algumas lendas e assombrações da região nordeste do país. São elas: Alamoa, Boitatá, mula sem cabeça, saci-pererê e lobisomem.
Alamoa - região nordeste - Conta a lenda que Alamoa é vulto de uma mulher loira e linda que aparece dançando na praia, iluminada por relâmpagos de tempestades próxima. Quando os pescadores atraídos por sua beleza se aproximam, ela se transforma numa terrível caveira.
Boitatá - Região nordeste - Na língua indígena, boitatá quer dizer cobra de fogo, ele é protetor das matas e florestas.
Mula sem cabeça - Região nordeste - Lenda do folclore brasileiro, trata-se de uma mula sem cabeça que solta fogo pelo pescoço. Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre, seria transformada no monstro.
Saci Pererê - Região nordeste- Personagem que habita o imaginário popular brasileiro, ganhou um dia só dele: 31 de Outubro. O saci é um menino negro de uma perna só, possui um gorro vermelho na cabeça e traz sempre um cachimbo na boca. É segundo os indígenas, o guardião das florestas, levado o saci está sempre aprontando travessuras.
Lobisomem - Região nordeste - A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore brasileiro, sendo que algumas pessoas, especialmente as mais velhas e que moram na região rural, de fato, creem na existência do monstro. Reza a lenda, que quando uma mulher tem sete filhas e depois um homem, este último filho será lobisomem. E quando adulto, toda sexta feira de lua cheia se transforma no lobisomem.
Riquezas Folclóricas (Festas de Brilho, magia e cor do meu sertão)
Frevo - Região nordeste - Ritmo musical e uma dança brasileira com origem do Estado de Pernambuco. O Frevo traz um colorido especial, gerando beleza e alegria na maior e mais esperada festa da região nordeste, o carnaval.
Boi bumbá - Região nordeste - Importante representação folclórica no nordeste. A história é bem simples, um certo homem branco, dono de um boi, vê um homem negro roubar-lhe o animal com o objetivo de retirar sua língua. Por qual razão? Porque sua esposa está grávida, deseja comer língua de boi. O boi morre ao ter sua língua retirada. Acontece que esse boi era o predileto do patrão, então o pajé tenta ressuscitar o animal morto.
Maracatu - Região Nordeste - É uma manifestação da cultura popular brasileira, afrodescendente. Prática implantada no Brasil, pelos colonizadores portugueses. Rei e rainha do maracatu são as figuras mais importantes do cortejo, e é, por sua coroação que tudo é feito.
Folias de Reis - Manifestação Cultural religiosa festiva, classificada no Brasil como folclore, praticada pelos adeptos e simpatizantes do catolicismo no intuito de rememorar a atitude dos três reis magos que partiram em uma jornada a procura do esconderijo do prometido Messias (o menino Jesus Cristo).
A folia acontece entre dezembro e janeiro, os componentes se apresentam com chapéus ricamente bordados e enfeitados com fitas e espelhos que funcionam como amuletos para espantar os maus olhados.
Literatura de cordel - Região nordeste - Poema popular oral e impresso em folhetos, geralmente expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. O nome cordel é originado de Portugal, que tinha tradição de pendurar folhetos em barbantes. Essa tradição se espalhou pelo nordeste do Brasil. Onde o nome acabou sendo herdado.
Setor 3 : Fé e fatos históricos
No centenário da cidade do Juazeiro do Norte, cidade da fé, no Estado do Ceará, o maior homenageado é você, meu padim Padre Cícero... Mas não podemos esquecer do nosso capitão, o rei do cangaço, o herói do sertão! O povo do sertão nordestino carrega consigo a dor, o sofrimento, o trabalho árduo e a fome...
Mas é um povo que não abandona sua fé, é nela que se segura para se manter de pé, criar seus filhos, fazendo brotar de uma terra seca e morta, a vida...Por isso, mantém a chama da fé em seus corações, confiando e pedindo ao seu santo de devoção chuva, saúde, força e coragem para superar tanto sofrimento. Ai surge um anjo, um santo milagreiro, um Pai, o protetor da cidade de Juazeiro do Norte, cidade que amou e fez crescer e que agora completa cem anos... E no seu centenário o maior homenageado é ele, Padim Ciço, assim chamado carinhosamente pela nação romeira do nordeste, que segue em procissão exaltando e agradecendo as graças recebidas e atribuídas ao Santo Padre.
Padre Cícero, nasceu em Crato, uma cidadezinha no Estado do Ceará, em 24 de Março, de 1844, filho de Joaquim Batista e Joaquina Romana. Com doze anos, fez votos de castidade influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales. Em 1860, aos 16 anos, foi estudar em Cajazeiras, Paraíba, onde ficou apenas dois anos, pois seu pai faleceu em 1862. Isso, o obrigou a parar de estudar e voltar para ajudar suas mãe. Em 1865, aos 21 anos entrou no seminário em Fortaleza, foi ordenado no dia 30 de novembro de 1860, com 26 anos. Voltou para o Crato, a espera de uma paróquia para liderar.
A mudança de Padre Cícero para Juazeiro - em 11 de abril de 1872, mudou-se para Juazeiro acompanhado de sua família por causa de um sonho onde viu Jesus Cristo e os doze apóstolos. De repente, uma multidão de pessoas, carregando seus próprios pertences invadiu o local. Então, Jesus virou-se e disse: "E você Padre Cícero, tome conta deles. Padre Cícero obedeceu sem pestanejar".
Apostolado- Juazeiro, cidade pacata, onde ele começou um intenso trabalho pastoral... E logo ganhou a simpatia do povo, tornando-se uma grande liderança na comunidade.
Padre Cícero Milagreiro - Em 1889, durante a missa, quando a beata Maria de Araujo recebeu a comunhão das mãos de Padre Cícero, a hóstia consagrada transformou-se em sangue na boca da beata. Prudente, Padre Cícero pediu que dois médicos estudasse o caso. Estes analisaram e atestaram que o fato era inexplicável a luz da ciência. O atestado reforçou a fé no milagre. O Bispo de Fortaleza pediu esclarecimentos a Padre Cícero e mandou investigar o caso oficialmente. A comissão nomeada pelo Bispo examinou e assistiu as transformações e concluiu que realmente era de origem divina.
Mas o Bispo influenciado por clérigos que rejeitavam o milagre mandou outra comissão. Que foi a Juazeiro, convocou a beata, dando-lhe a comunhão e nada aconteceu. Então, foi concluído que não houve milagre. Padre Cícero, o povo e todos os padres que acreditavam no milagre protestaram. Visto como um ato rebelde, o bispo enviou um relatório a Santa Sé, e esta confirmou a decisão do bispo contrária ao milagre e Padre Cícero foi suspenso de Ordem, acusado de manipulador da fé.
A vida política de Padre Cícero - Proibido de celebrar missas, Padre Cícero entrou para a política para ajudar seu povo, foi quando Juazeiro começou a lutar por emancipação política, o que ocorreu em 22 de julho de 1911, Padre Cícero foi nomeado prefeito do novo município. Ele fez crescer transformando a pequena Juazeiro do Norte na mais importante cidade do interior, do Estado do Ceará, tornando-se um grande benfeitor e a figura mais importante de Juazeiro.
Devoção ao Padre Cícero Padre Cícero faleceu dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos, depois disso, Juazeiro prosperou e a devoção a ele só cresceu. Padre Cícero é uma das figuras mais biografadas no mundo. Não foi canonizado, porém é tido como um santo pela nação romeira, espalhada pelo Brasil. Atualmente, a reconciliação com a Igreja, a pedido do Papa Francisco, colabora para a beatificação ou canonização de Padre Cícero e a nação romeira espera ansiosamente por esse momento.
Vixe Maria, que emoção, o encontro de Padre Cícero com o Lampião. Um defensor da fé e o outro justiceiro do sertão. Em 1926, oito anos antes da sua morte, Padre Cícero encontrou-se com o justiceiro do nordeste, cabra da peste, o capitão Virgulino Ferreira, o rei do cangaço lampião, que por Padre Cícero tinha respeito e devoção. Na ocasião, o Padim Ciço pediu a Lampião que abandonasse o cangaço... Mas foi um pedido em vão. Após o encontro, Lampião acompanhado de seu bando e sua fiel escudeira, Maria Bonita, com quem viveu uma linda história de amor, seguia indignado com as injustiças sociais na época, fazendo justiça com as próprias mãos, roubando dos ricos para dar aos pobres.

O fim do Cangaço, o Presidente Getúlio Vargas, durante o Estado Novo, decidiu acabar com todos e qualquer foco de desordem sobre o território nacional. Incluindo lampião e seus cangaceiros na categoria de extremistas... A sentença passou a ser matar todos os cangaceiros que não se rendessem. No dia 28 de julho de 1938, na cidade de Angicos, no Estado do Sergipe, Lampião foi vítima de uma emboscada, onde foi morto junto com sua mulher Maria Bonita e mais nove cangaceiros. Com a morte de lampião o Cangaço chega ao fim. Assim, o rei do cangaço, o senhor do Sertão virou um mito da cultura popular, um herói para sempre do povo do Sertão nordestino. 

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