terça-feira, 31 de maio de 2016
SERES UNIDOS DO CABUÇU (RIO DE JANEIRO/RJ)
Enredo 2017
"Domingo Menino Dominguinhos"
"Olha
a cocada, olha a cocada! Só compra quem tiver dinheiro. Quem não tiver não
sente nem o cheiro". É domingo, dia de feira em Garanhuns, final da década
de 1940. Entre as barracas montadas no chão de terra, vende-se de tudo que há
no mundo: cebola, mamona, jerimum, milho, mandioca e feijão - "Eu tenho
pra vender, quem quer comprar?". José, Moraes e Valdomiro, três irmãos
humildes, desprovidos de fartura, se misturam àquela multidão de gente. Ajeitam
cada um o bisaco e olham para a mãe, Dona Maria, que ordena: "Podem sentar
aí e começar a tocar". Sanfona, triângulo e pandeiro - pequenas cantadelas
foram entoadas nas vozes dos Três Pinguins, como eram chamados os irmãozinhos,
que estiraram o chapéu de couro curtido no chão no afã de, quem sabe, conseguir
algum trocado qualquer. Para espanto, era tanta pratinha caindo aos pés dos
meninos que, no fim das contas, a família fez uma fé e, dela, não deixaram
faltar o pão dentro de casa.
O sanfoneiro
de oito baixos tinha nome e sobrenome: José Domingos de Morais. Virtuoso,
tocava o instrumento desde os seis anos, quando ganhou do pai Francisco, sem
saber ler uma partitura. Seu dom estava nas ruas: sempre cantava com os irmãos
para reforçar o orçamento de casa, no agreste pernambucano. Um dia botou na
cabeça que ia ganhar o mundo. Ouviu dizer que um tal de Luiz Gonzaga, o Lua,
estava hospedado no antigo Tavares Correia, na Avenida Rui Barbosa. Lá foram os
Pinguins tentar a sorte grande. Com a sanfona na mão, fizeram uma apresentação
improvisada, quase uma serenata, interrompida pela pergunta: "Essa cabra
não é meu conterrâneo Neném do Acordeão?". Era Gonzaga, o Rei do Baião,
interessado no talento de Domingos, o Neném em questão, como era chamado desde
a infância.
Um encontro
que mais traçaria a saga do menino pobre. Domingos, ou Neném, saiu do hotel com
um cartão na mão. Endereço: Rio de Janeiro; ano: 1954. "Pensamento
viaja". Tomou coragem e, anos depois, embarcou num pau-de-arara rumo à
Cidade Maravilhosa. Lá reencontra Luiz, o que mangava de Januário, que decide
apadrinha-lo depois de atestar seu talento incontestável. Neném passa a se
chamar Dominguinhos, com a responsabilidade de ser o mais legítimo herdeiro de
Gonzagão. A Domingos coube a missão de seguir com passos firmes o caminho
aberto pelo famoso Rei do Baião, que presenteou o herdeiro com uma sanfona nas
mãos, agora de 80 baixos.
"Olha,
isso aqui tá muito bom / Isso aqui tá bom demais" - Nessa trilha marcada
pelo compasso do fole e da zabumba, o pernambucano de Garanhuns logo provou que
era mestre. Tornou-se uma referência para quem faz música nordestina. Da feira
da infância, veio a primeira canção gravada e entoada nas rádios: "Moça de
feira". Mais tarde, conhece Anastácia, que em batismo é Lucinete, mas no
coração foi a principal parceira de vida, de letra e de melodia. "Eu só
quero um amor / Que acabe o meu sofrer / Um xodó pra mim do meu jeito assim /
Que alegre o meu viver". Pulsa a poesia, mas o coração nordestino fala
alto - "Tô com saudade de tu, meu desejo" - e segue Dominguinhos a
retornar à sua terra, ao lado do Lua Viajante. "Por ser de lá, do sertão,
lá do cerrado", vê a peleja de sua gente, que sobrevive no infinito
rachado no chão, sem um "pé de prantação". "A planta pede chuva
quando quer brotar". As paredes das casas cor de adobe guardam histórias,
mas também guardam esperanças: "Mandacaru / Quando fulora na seca / É o
sinal que a chuva chega / No sertão".
Foram mais de
70 anos de sucesso até chegar sua estação derradeira: por coincidência, Exu,
terra do seu padrinho Gonzagão, de quem herdou o legado do baião, do fole e do
xaxado. Não tardou para o filho de Garanhuns, outrora Neném do Acordeão,
caminhar na direção do seu mestre maior. "Olha pro céu, meu amor / Vê como
ele está lindo / Olha praquele balão multicor / Como no céu vai subindo".
Era Domingo Menino Dominguinhos, que sorri novamente, desta vez lá do alto, ao
encontro do Rei. E hoje, passeando no seu próprio céu, nosso mestre da sanfona
passa a dedilhar as nuvens para cantar: "Estou de volta pro meu aconchego
/ Trazendo na mala bastante saudade".
[E que bom
que, em 2017, a Unidos do Cabuçu faz coro, junto com milhares de brasileiros,
para aconchegar Dominguinhos à memória dos grandes que por aqui passaram e,
assim, cantar para ele, como forma de gratidão: "É duro ficar sem você vez
em quando / Parece que falta um pedaço de mim / Me alegro na hora de regressar
/ Parece que vou mergulhar na felicidade sem fim".]
Carnavalesco:
João Vitor Araújo
Pesquisa e sinopse: Daniel Targueta
Pesquisa e sinopse: Daniel Targueta
MÚSICAS
CITADAS NA SINOPSE:
-
"Feira de mangaio"
- "Gostoso demais"
- "Isso aqui tá bom demais"
- "Eu só quero um xodó"
- "Lamento sertanejo"
- "Asa branca"
- "Tenho sede"
- "Xote das meninas"
- "Olha pro céu"
- "De volta pro aconchego"
- "Gostoso demais"
- "Isso aqui tá bom demais"
- "Eu só quero um xodó"
- "Lamento sertanejo"
- "Asa branca"
- "Tenho sede"
- "Xote das meninas"
- "Olha pro céu"
- "De volta pro aconchego"
GRES ACADÊMICOS DO SALGUEIRO (RIO DE JANEIRO/RJ)
Enredo 2017
A Divina Comédia do Carnaval
“Carnaval do Rio, vendaval de
sentidos! (…) Tu és o espasmo da fera na civilização”. (João do Rio)
Quem sou eu nessa selva de ilusões
que se ergue quando o mundo real acaba em cinzas para renascer vibrante nas
chamas de mais um Carnaval?
Muito prazer! Sou um aventureiro
errante, passageiro do delírio. Mas podem me chamar de poeta…
Embarco numa viagem desvairada pelos
três reinos místicos de Momo, navegando por um rio de escaldantes tentações.
“Se ‘essa barca’ não virar / Olê,
olê, olá… Eu chego lá!”
De mente aberta e alma liberta, lá
vou eu!
ALEGRIA
INFERNAL
No “Balancê, Balancê”, a embarcação
avança pelas águas assombradas de onde avisto as loucas fantasias dos que se entregam
sem temor às garras da folia. São milhares de vozes que ecoam pelos abismos
mais profundos, entoando uma ladainha profana, hino de tantos carnavais:
“Mas que calor ô-ô-ô-ô-ô-ô”!
Estou em pleno Inferno, ardendo numa
incontrolável febre de alegria. No rebuliço dos salões subterrâneos, o Bloco
dos Mascarados arma as trincheiras para uma intensa batalha de confetes e
serpentinas, libertando as feras que se escondem em cada um de nós.
No decorrer do trajeto, vejo uma
procissão pagã inundando de beleza a Avenida das Labaredas, onde ressoam alto
os clarins pedindo passagem para os “Tenentes do Diabo”. Numa triunfal
aparição, é carregado em glória o Senhor das Profundezas, que uma vez por ano
segue a comandar o soberbo desfile das Grandes Sociedades do Além-Túmulo. Nessa
euforia aterradora, a ordem do Rei do Mundo Inferior é lavar a alma num
irresistível transe coletivo, como se fosse o último Carnaval sobre a face das
trevas.
Mas sinto que é hora de partir, ainda
que atraído pelas fogosas tentações espalhadas no caminho maligno que tanto me
seduz. Sigo, então, a minha trajetória. Ainda há muito Carnaval para pular.
PECADO
É NÃO SE ENTREGAR…
Depois de abandonar as veredas
infernais, eis que estou aos pés do imponente monte Purgatório, onde o Cordão
dos Penitentes se divide em sete grupos de foliões, cada qual com seu pecado
capital. Em um cortejo alucinante, sacodem a ladeira sem culpa, sem juízo
e sem medo de ser feliz. Afinal, não há castigo para pecados cometidos em nome
do prazer.
Mas que folião sou eu nesse reino
entre o Inferno e o Céu? Para avançar pela trilha da temperança, é preciso
mergulhar nas águas que purificam o espírito e seguir o caminho da salvação.
“Vê? Estão voltando as flores…”
O cenário se modifica e dá lugar a um
gracioso cortejo de sonhos e recordações. Abram alas para o esplendor dos
Ranchos e suas deslumbrantes flores, aves exuberantes e borboletas telúricas. É
a natureza se revelando em um suntuoso Jardim do Éden, bordando de beleza a
travessia rumo às portas do reinado derradeiro de Momo.
A
DIVINA FOLIA
Purificado, cruzo a grande entrada
que me defronta com a visão divinal do firmamento, onde estrelas giram como um
carrossel místico suspenso no infinito. Ao seguir o rastro de poeira cósmica,
vou percorrendo um universo magnífico e reluzente. Nos altos círculos
celestiais, um Corso espacial desfila encanto e lirismo:
“E a lua anda tonta… com tamanho
esplendor!”
A minha alma caminhante sorri diante
da vastidão do espaço ornamentado de saudade. Decorado por grandiosos painéis
multicores, flutuo em glória rumo à Apoteose que encerra esta jornada foliã.
Chego, enfim, ao meu destino final!
No último portal do Paraíso, sinto o
pulsar da magia dos tambores que emanam o axé das divindades. Iluminado,
adentro o templo da divina criação, na dimensão afro-cósmica dos reis, heróis e
deuses de Yorubá.
Nesse plano superior, ponho-me diante
da Santíssima Trindade do Carnaval, que molda em arte tudo o que nasce do
coração do povo. Pai, Filho e Espírito Santo… Juntos de novo na missão de
interpretar a alma da nossa gente. Assim, celebro, extasiado, a beleza criada
pelas mãos do gênio Arlindo, o eterno querubim arlequinal, a trançar a Divina
festança entre rendas e fitas; contemplo a obra magistral de Joãosinho, o
menino que virou rei, a tecer em luxo e brilho o maior espetáculo do universo;
e, por fim, reverencio o supremo Deus com voz de trovão, Fernando Pamplona…
Salve o mestre de muitas artes que enfeita, nas altas esferas de Orum de Todos
os Deuses, a grande Festa para os Reis Negros da Academia do Samba, o meu
sagrado Paraíso!
Em estado de graça, completo a minha
Odisseia carnavalesca. É hora de revelar em poesia todas as maravilhas que vi e
que senti ao longo do percurso.
Meu nome é Dante! Sou poeta peregrino
que anuncia o grande aprendizado desta Divina Comédia:
A REAL FELICIDADE ESTÁ EM NOSSA
INADIÁVEL MISSÃO DE CARNAVALIZAR A VIDA.
Há um Dante dentro de você.
Liberte-o!
Renato Lage, Márcia Lage e Diretoria Cultural
Renato Lage, Márcia Lage e Diretoria Cultural
SETORES
DO DESFILE:
Setor 1 – INFERNO
– A Barca para o Inferno
– Os Tenentes do Diabo
Setor 2 – PURGATÓRIO
2.1 – O Cordão dos Penitentes – Os Sete Pecados Capitais
2.2 – Ranchos: A Purificação
Setor 3 – PARAÍSO
3.1 – O Corso Espacial
3.2 – A Santíssima Trindade no Orum de Todos os Deuses
Setor 1 – INFERNO
– A Barca para o Inferno
– Os Tenentes do Diabo
Setor 2 – PURGATÓRIO
2.1 – O Cordão dos Penitentes – Os Sete Pecados Capitais
2.2 – Ranchos: A Purificação
Setor 3 – PARAÍSO
3.1 – O Corso Espacial
3.2 – A Santíssima Trindade no Orum de Todos os Deuses
segunda-feira, 30 de maio de 2016
domingo, 29 de maio de 2016
SRCES IRACEMA MEU GRANDE AMOR (SÃO PAULO/SP)
Enredo 2017
Iracema
em um Santuário de Fé
Introdução
Sob a luz do carnaval, o S.R.C.E.S. Iracema Meu Grande
Amor vem desvendar a fé da gente
brasileira. Gente como a gente, que sonha e acredita sempre no melhor. Gente
que "levanta as mangas" e vai à luta. Gente que não tem medo de
apostar, e trilhando o caminho da luz, busca na fé o caminho para vencer. Afinal,
de onde vem a fé desta gente?
Hoje com toda devoção mina escola gana a Vila Esperança,
fazendo dela o seu caminho e altar, onde em romaria e peregrinação segue
adiante nesta procissão, feliz e crente de que a fé não costuma falhar.
E a índia do samba, embalada pela fé de sua comunidade,
se inspira em um dos grandes sucessos de Clara Nunes, e em oração canta a fé
das raças brasileiras, dentro deste santuário chamado Brasil.
Parte I - Afinal, de onde vem a fé desta gente?
Andar em busca da fé eu vou...!
Brasil, terra abençoada e pátria amada. Abençoado por
Deus, e bonita por natureza. Em sua história, alegrias, dores e outras estórias
de um povo bravo sofredor.
Independente das opções religiosas, povos sempre estão a
crer e se apegar a algo ou alguém, a fé une essa nação, e o poder dos deuses
nos dá força para acordar e lutar por um Brasil cada vez melhor. Mas afinal, de
onde vem a fé desta gente?
Hoje na festa do carnaval, na união do sagrado e
profano, invocamos todos os seres iluminados, espirituais ou matérias, e convocamos
nosso símbolo maior, a cabocla Iracema, que se transforma em divindade, e nos
conta a saga das religiões pelo Brasil.
Entrando neste lugar sagrado, Iracema desperta Tupã, que
se manifesta em som de trivão. Sua força e fúria, segundo o mito dos índios
guaranis, dão origem a vida e criação.
Segundo a lenda, Tupã criou a humanidade em uma
cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma
mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar a vida nas formas
humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu. Nasceu assim, a
"primeira religião brasileira", que se dá através dos índios que
cultuavam o Deus Tupã.
Tupã de seu altar, vê no século XVI, de além-mar, a
chegada em seu solo Tupiniquim, treze caravelas de origem portuguesa. Elas
aportam em terras brasileiras com seus navegadores,
que no dia 26 de abril de 1500, celebram a primeira
missa no Brasil, simbolizando o início do
cristianismo numa terra habitada por milhares de
indígenas.
Neste processo de exploração, a fé branca dos cristãos
sente a necessidade de catequizar aquele índio selvagem e impõe a sua cultura afim
que ele apague qualquer traço pagão existente e trilhe o caminho de luz.
Mais tarde, com a vinda dos escravos trazidos da Mãe África,
surge um novo culto advento da escravidão: O Candomblé.
Os negros, bravos e valentes, acorrentados e desiludidos
trabalhavam e sofriam na senzala. Mesmo com toda dor, buscavam na fé de seus
orixás a força contra os senhores brancos.
O tempo foi passando, e os ventos do oriente sopraram-se
através dos imigrantes, novas crenças territoriais que se fundiram a nossa brasilidade.
Religiões como o Budismo, Islamismo e Hinduísmo surgiram no Brasil e com o
tempo, foram criando características singulares em relação ao de outros países.
Parte II - Da União das Raças a um Santuário de todas
Fés
Ecoa este Brasil Varonil. Diante de tantas culturas
juntas, o país conseguiu reunir e difundir diversas festas, crenças e
tradições. Além disso, difundiu-se no país, diversas supertições, objetos e
crendices populares que para a população significam proteção e fé. Amuletos, patuás
e banhos de purificação foram assim usados como consolo para quem acreditava
que poderia proteger sua casa, a família e a si próprio, contra forças
espirituais negativas, e diversos outros fins.
Assim, a mistura de tantas raças fez do Brasil o país de
todos os Deuses e de todas as crenças. E ao celebrarmos cada religião, estamos celebrando
automaticamente todas as festas religiosas que vieram oriundas de outras
culturas também.
A maior festa nacional religiosa do Brasil vem do Pará.
O Círio de Nazaré que teve origem em Portugal, foi introduzida no norte do país
pelos padres jesuítas, no século XVII, e hoje reúne milhares de peregrinos que seguem
em procissão pelas ruas do Pará.
Tipicamente folclórica, a Festa do Divino, é uma
comemoração popular de rua. A mesma festeja um evento cultuado pela Igreja
Católica, o Pentecostes, que é a descida do Espírito Santo na forma de línguas
de fogo sobre os apóstolos. Como herança portuguesa, sobretudo açoriana, a
Festa do Divino acontece depois de cinquenta dias após a Páscoa, e move
diversos católicos de todo o Brasil.
A Bahia revela seus encantos através da Lavagem do
Bonfim. Como dizem, "Quem tem fé, vai a pé". O cortejo é comandado
por baianas com trajes típicos junto aos vasos com água de cheiro. Acredita-se
que a festa se deu através dos escravos, que eram obrigados a lavarem a
igreja como parte dos preparativos para a festa do
Senhor do Bonfim.
E quem nunca ouviu falar do Reisado ou Festa dos Santos
Reis. O Reisado é de origem egípcia, considerada uma festividade profano-religiosa.
Esse ato tão religioso, serve para relembrar a atitude dos Três Reis Magos que
partiram para a procura do menino Jesus Cristo no seu nascimento para lhe
presentear. E hoje no país move diversos peregrinos que seguem em procissão
pelas ruas de seus estados.
E quem acha que a Festa Junina é apenas uma folia
nordestina, está muito enganado. Os festejos juninos vieram lá da era colonial,
onde os portugueses homenageavam os três santos católicos: São João, São Pedro
e Santo Antônio. Com o tempo, e a junção de novas culturas, a festa se expandiu
e hoje em dia move diversas etnias no país nos meses de junho e julho.
E não podemos esquecer daquele que abençoa os nossos
terreiros de samba. Salve Jorge! Que da época do Império Romano protestou
contra perseguição aos adeptos do cristianismo. E hoje tatuado ou no pendurado
no peito, é sinônimo de proteção daqueles que dia após dia são como Jorge,
guerreiros!
Muitas orações e romarias marcam as celebrações para
Nossa Senhora Aparecida. Quem diria que através da visita de um português à cidade
de Guaratinguetá, pescadores mobilizados com sua recepção, encontrariam a
imagem daquela que hoje mobiliza a fé de diversos romeiros que clamam na cidade
de Aparecida por milagres. É a devoção nas ruas do interior paulista... seja na
chuva ou no sol, a esperança é a força desta gente.
Hoje, pedindo bençãos ao meu pavilhão, eu sou uma
romeira sonhadora e com muita fé, caminho neste Santuário com meu manto em
fantasia e faço do meu batuque minha oração. Senhor, rogai por nós, amém!
Enredo e desenvolvimento: Rodrigo Dias
Texto: Cris Fonseca e Rodrigo Dias
sábado, 28 de maio de 2016
GRCES GAVIÕES DA FIEL TORCIDA (SÃO PAULO/SP)
Enredo 2017
"Com
as Mãos e a Garra de um Povo Sonhador, Surge o Contraste de Uma Nova Metrópole
- Sampa, Lugar de Sonhos, Oportunidades e Esperança"
Desenvolvimento do enredo
Setor 1 - Na alma: sonhos e esperança, rumo
ao novo eldorado
Setor 2 - A chegada: enfrentando o medo e o
desconhecido (dificuldades, desilusões, na bagagem a saudade e as lembranças)
Setor 3 - Com suas mãos a mutante ecoava (a
força que erguia sonhos, erguia a evolução)
Setor 4 - Histórias e sonhos renasciam (a terra
de conquistas)
Setor 5 - Mistura do Sabor Brasil (arte,
tradições, sabores, cores, ritmos e sons desse povo sonhador)
Sinopse do enredo
Sampa, terra
iluminada, radiante de oportunidades, referência em mercado de trabalho, há
séculos impulsiona com sua rica e atraente vida de progresso. Milhões de
sonhadores em seu solo constroem uma nova vida e a transformam cada vez mais na
terra dos sonhos, esperanças e oportunidades.
"Com o
adeus veio o aperto no peito, muitas lágrimas contidas e muitas outras
derramadas, mas as lembranças eram naquele momento deixado para trás e de
cabeça erguida, segui meu coração partindo rumo a São Paulo, terra dos sonhos e
de esperança" (Relatos de um Migrante).
"Minha
hoje Alma Paulistana, peregrina repleta de sentimentos voa aos ventos, o
coração vai bem longe a algum lugar bem distante, acendendo as lembranças de
quando vim para cá, meu sorriso se mistura com lágrimas para cantar o meu
caminhar. Carrego comigo sonhos, esperanças, sofrimentos, dificuldades e
desilusões, mas também carrego no peito a perseverança, a vontade de vencer, e
garra para jamais desistir. Eu me transformei em milhões de espíritos que
buscavam novos caminhos, traçavam novos destinos, me vejo em cada rosto, cada
nome, cada olhar, em cada sonho, sou várias histórias, eu sou cada vida
corajosa, forte e tenaz, fugindo da tristeza em busca de um novo olhar".
É nessa
grande mistura de "gentes-aladas" que luta na esperança de encontrar
um bom lugar, lugar onde possam ser alguém melhor do que eram lá, buscam a cada
passo e a cada destino revigorar suas almas, lembrando sempre das dores, e das
lágrimas tatuadas no coração. Das fraquezas nasceram à teimosia e a
persistência, pois a vida é assim, só se chega a um lugar melhor, lutando com
as desesperanças, resistindo às indecisões, curando feridas, mais acima de tudo
se apegando a fé.
Em 1901 tudo
começou... A migração em massa era o som e a poesia que ampliava novos caminhos
e novos destinos de milhares de vidas que deixavam uma história para recomeçar
outra. Os nordestinos chegavam, na bagagem traziam poucas mudas, em muitos
casos nenhuma para trocar, pelos trilhos do destino e noites sem descanso,
vinham sozinhos ou com famílias, muitos tiveram que levantar, para que as
"mainhas" sentassem.
A ansiedade
tomava conta, por se estar indo rumo ao lugar desconhecido, sem que soubessem
pra onde olhar, e assim, a terra promissora acolhia seus novos filhos, cheios
de sonhos e olhares perdidos, muitos dormiam sobre bancos apoiando-se em
cordas, os primeiros dias foram marcados por sofrimentos, mas a vontade de
vencer os tornavam fortes, tudo era novo para então recomeçar, fugindo da
tristeza da roça pobre, para os ricos cafezais, firmes na certeza da vida
melhorar.
Os dias
passavam, Mineiros e Fluminenses também chegaram, com almas unidas erguendo um
novo lugar. De mãos dadas e aladas cada gota de suor como semente divina, fazia
brotar, nesse solo uma gigante raiz de vidas que se entrelaçam em uma sintonia
de emoções e conquistas. A multidão se multiplicava e tudo mudava, a garra
desse povo sonhador continuava a transfigurar a terra da Garoa, que erguia
sonhos e alicerces junto aos milhares de espíritos fortes, cheios de
esperanças, carregada de sentimentos, e de novos costumes dessa mistura de
faces e "almas gigantes" que muitas vezes se tornaram invisíveis no
progresso dessa terra.
A vida
renascia a cada amanhecer, a cada novo olhar, novos sonhos, novas
oportunidades, máquinas apontavam ainda mais a evolução, as histórias se
misturavam em um grande caldeirão, pessoas que deixaram famílias para tentar
uma nova história, outras que vieram em famílias trazendo crianças sem saber o
tamanho da incerteza e dos desafios, gente que veio na raça, sem eira e nem
beira, tentar a sorte aqui, com a fé sempre à frente dos seus passos, milhões
de Josés, Marias e Joãos largaram tudo e vieram para cá.
"Sou o espelho de muitos
que vêm erguer novos sonhos e aqui construir um futuro melhor"
Ao som da
esperança que ecoava pelo ar, surgiam novos peregrinos, novas historias se
escreviam trazidas sobre trilhos ou no pau de arara, o coração migrante seguia
seu destino, "muitas latas de massa carreguei, ajudei a erguer muitos
arranhas céus, muitos espaços que prontos não podia mais entrar, muitas portas
se abriam, outras fechavam, a cada nova oportunidade os sonhos ampliavam e
outras vezes me esmoreciam, o destino não me dava à condição de estudar, mais
lutava para que meus filhos um dia alcançassem uma vida acima da que eu poderia
dar, quem diria vendo tudo isso passar não imaginaria que entre milhões de
pessoas e espinhos, meus desejos iriam construir um novo lugar, sou o espelho
que enaltece cada espírito que aqui escolheu ficar" (Relatos de um
Migrante).
Nesse
emaranhado de histórias e misturas de vidas, se enriquecia uma nova
personalidade recheada culturalmente de cada pedacinho do Brasil, com suas
cores, sotaques, sabores, ritmos e sons que pulsam nas veias de Sampa. Ao
soprar dos ventos a cidade mutante crescia assustadoramente, erguendo e
destruindo coisas belas, na sua Garoa se misturam Nordestinos, Nortistas, Centro
Oestinos, Sulistas e nossos irmãos Sudestinos, desempenhando diferentes
atividades de faxineiro a hoje alguém melhor, pois as vidas reconstroem outras
a cada passo dado, de marreteiro, camelô, empresário, e até doutor, superando a
fome e a miséria, como milhões de brasileiros que encontram nas dificuldades o
valor e o espaço para crescer, sendo muitas vezes humilhado, mas essa terra os
levantou, apontou rumos, não tendo onde morar, hoje com a casa conquistada,
onde suas famílias são amadas, graças a você "Sampa" que os tornou
forte, Caetano migrante Baiano, te define em poesia, e em melodia de José
Domingos "São Paulo, Fim do dia" retrata teu cotidiano, assim como
tantas mil que refletem a real e verdadeira vida e histórias, que hoje fazem do
migrante um alicerce sólido para cada vez mais te fazer crescer e tornar a
maior de todas as Malocas do Mundo.
Com o samba,
migrado de vários estados do meu Brasil, aqui festejo ao som da Bateria Ritimão
todas as festas desses povos, que junto ao Grêmio Gaviões da Fiel Torcida, vem
homenagear e agradecer a todos os migrantes que aqui vieram, enaltecendo as
milhares de mãos calejadas, que construíram e constroem novas histórias,
enriquecendo de faces e influência essa terra de todos que aqui sonham, serem
maiores e melhores...Terra amada da mistura do Brasil.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
SULIRGS
Aos
Presidentes e Diretores das Ligas e
Associações de Entidades Carnavalescas.
Presidentes e Diretores das Ligas e
Associações de Entidades Carnavalescas.
Senhores Dirigentes
Convidamos a todos os Presidentes de Ligas e Associações e Entidades Representativas Carnavalescas Municipais de Carnaval, de todo o Estado do RS para o Encontro Estadual para trabalhos da Superliga a ser realizado na cidade de São Borja.
Data: 11 de Junho de 2016 – Sábado – 11 Horas
Cidade: São Borja
Local: Câmara de Vereadores de São Borja
Endereço: Rua Olinto Arami Silva, 1043 – São Borja – RS
Cidade: São Borja
Local: Câmara de Vereadores de São Borja
Endereço: Rua Olinto Arami Silva, 1043 – São Borja – RS
Pauta:
• Apresentação nova Diretoria;
• Regionalização;
• Eventos;
• Cadeia produtiva e Projetos;
• Assuntos Gerais.
• Regionalização;
• Eventos;
• Cadeia produtiva e Projetos;
• Assuntos Gerais.
ORGANIZAÇÃO
• SULIRGS - Superliga Independente do estado do Rio Grande do Sul
Contato e Informações:
Edinei Martins: Santa Cruz do Sul – 51 99076072
Neimar Rodrigues: Bagé – 53 84064287 / 99322859
Celson Ferreira: Venâncio Aires – 51 96780035
Magno Garcia: Santa Maria – 55 96510941
Lins Robalo: São Borja – 55 96110393
Neimar Rodrigues: Bagé – 53 84064287 / 99322859
Celson Ferreira: Venâncio Aires – 51 96780035
Magno Garcia: Santa Maria – 55 96510941
Lins Robalo: São Borja – 55 96110393
A presença de todos e importante, só assim vamos demonstrar, que estamos unidos para a melhoria da cultura popular “CARNAVAL”.
quinta-feira, 26 de maio de 2016
GRCES ESTRELA DO TERCEIRO MILÊNIO (SÃO PAULO/SP)
Enredo 2017
Para
Bom Entendedor um Pingo É Letra e o Símbolo Uma Palavra!
Introdução
Desde os tempos mais remotos que o homem utiliza os
símbolos para comunicar. Esta forma de linguagem universal de raiz milenar
encontra-se imbuída de significados ocultos e constitui um testemunho histórico
de índole identidária. O termo símbolo, tem sua origem no grego (SYMBOLON), e
serve para designar um tipo de signo, em que o significado (realidade concreta)
representa algo abstrato (religiões, nações, quantidades de tempo etc.) por
força da convenção, semelhança ou contiguidade semântica (como no caso da cruz
que representa o cristianismo, porque ela é uma parte do todo que é imagem do
Cristo morto). Da psicanálise à antropologia, da ciência às artes e estudiosos
com algumas técnicas tentam, cada vez mais, decifrar a linguagem dos símbolos.
O “símbolo” é um elemento importantíssimo no processo
comunicação, encontrando-se difundido pelo cotidiano e pelas mais variadas
vertentes do nosso saber. Embora existam símbolos que são reconhecidos
internacionalmente, outros só são compreendidos dentro de um determinado grupo
ou contexto (religioso, cultural, etc.). Ele intensifica a relação com o
transcendente. Sendo o simbolismo uma forma de linguagem antiga e universal,
que se define como catalítica e que estimula uma série intrincada de ideias e
de associações, ao mesmo tempo em que pretende veicular informações e ser
sugestiva, frequentemente com base numa simples observação. Esta é uma forma de
comunicação internacional que transcende as barreiras linguísticas, nacionais,
históricas, culturais e religiosas. Por que razão adquiriu esta forma de
comunicação abreviada tanto poder? Por que razão evoca reações de caráter
instintivo? O que é, afinal, um símbolo?
DESENVOLVIMENTO O que representam os símbolos? Como
classificá-los? Qual a definição? Como interpretá-los? Muitas perguntas
poderiam ser feitas e muitas respostas a elas dadas. Mas segundo o pai da
psicanálise Sigmund Freud os símbolos é um conotativo que sugere uma resposta
de caráter emotivo. As definições apresentadas em dicionários são normalmente
sucintas e superficiais, consistindo na representação de um objeto, ainda que,
o significado seja permutável. A origem da palavra “SÍMBOLO” reveste-se de um
interesse especial e remonta aos rituais da Grécia antiga, quando as peças de
ardósia eram partidas pelos membros de uma assembleia antes de abandonarem a
reunião, na assembleia seguinte, as peças eram novamente reunidas – “SUMBALLEIN”
(juntar as peças) tal como um puzzle (quebra cabeças), com o intuito de
consolidar a identidade do grupo. Assim surge a palavra grega “SUMBOLON”
(símbolo de reconhecimento), que viria a dar origem à palavra “SYMBOLUM” EM
LATIM. Contudo devido às limitações linguísticas, as esparsas definições
apresentadas pelos lexicógrafos nunca poderão abranger a multiplicidade de
significados dos símbolos, nem, do mesmo modo, descrever ou clarificar determinadas
formas de comunicação de mensagens ou explicar porque motivos se tornam
apelativas. Confúcio já afirmava que os símbolos regem o mundo, não as palavras
ou as leis.
OS
SÍMBOLOS EM VERSO E PROSA
Os primeiros vestígios são pinturas rupestres
Que foram interpretados por grandes mestres
Do Egito a China demonstram adoração
As Índia a Tailândia revelam veneração
São considerados como sagrados
Nas religiões são exaltados
Inerentes à personalidade ou complexidade
Eles refletem a identidade
De família, tribo ou nação
Conotam união
Salientam-se comunicação
Não desempenham alienação
A seriedade da magia está na perfeição
Assim como a alquimia para a transformação
No tarô, zodíaco ou astrologia
O importante é encontrar a analogia
De todos os constituintes inspiradores e universais
O que mais nos apraz
Além de tudo nos traz
A ligação e a proeza
Sem sombra de dúvidas é a natureza
Inspiradora e mística ficam as observações
Fonte de poder e atribuições
Nunca perdendo a tradição
Muito menos fazendo oposição
Sempre usando a imaginação
Onde o conceito e explicação
Evidenciam a lição
Que aprendemos sem limitação
Onde ser fabuloso, irreal
Personificam o surreal
O inenarrável ou imensurável
Mais que óbvio o papel do simbolismo é complexo e conexo
Sempre de orientação
Ora de libertação ora de inspiração
Emoção...
Criação...
Iluminação...
Solução...
Transposição...
Ilusão...
Tentação...
Celebração...
Modificação...
Manipulação...
CONCLUSÃO
Os símbolos foram se desenvolvendo em lugares longínquos
ao longo dos séculos em todo o mundo e de forma cada vez mais complexa,
conjuntos e significados interligados. A maioria dos símbolos apresentados
neste enredo é de grande relevância para as suas áreas. Os conceitos estão inter-relacionados
e podem ser identificados pelo recurso do dia a dia. Nesta noite quando a
coruja (símbolo adotado por nossa agremiação como mascote), revestida
suntuosamente de sua FANTASIA de penas que lembra o minucioso trabalho de uma
ALEGORIA, alçar seu voo coreográfico (como uma COMISSÃO DE FRENTE) ao som do
SAMBA ENREDO e sua cabeça realizar um giro de 360º (como o bailado de um casal
de MESTRE SALA E PORTA BANDEIRA) em busca de alimento para a HARMONIA do corpo,
para a alma como status de EVOLUÇÃO, possa levar alegria para os sambistas
presentes sentirem o pulsar do coração, no ritmo da BATERIA. Após todo o ENREDO
da apuração a mesma ao regressar para a Zona Sul, mais especificamente o
Grajaú, venha acompanhada de outro símbolo (o troféu), que representa a
vitória. Que o sonho transmita uma mensagem simbólica ao ego de fortalecimento,
de emoção e acima de tudo paz. Assim, quando acordarmos, olharmos para esse
troféu, acreditaremos que o sonho tornou-se realidade, que irmanados honramos
nosso pavilhão e o samba. Que a luta travada na pista não passou de uma
experiência para ficar arquivada no inconsciente e que esta conquista foi
forjada de amor, paixão e luz, construída com muita fé no interior do nosso
coração.
GRCES MOCIDADE ALEGRE (SÃO PAULO/SP)
Enredo 2017
"A
Vitória Vem da Luta, a Luta Vem da Força, e a Força, da União"
Desenvolvimento do Enredo
Setor 1
Prenúncio de Vitória: a inspiração para a glória e o triunfo
Prenúncio de Vitória: a inspiração para a glória e o triunfo
Setor 2
Prenúncio de Luta: dos deuses guerreiros aos gladiadores. Lutar é preciso! Desistir, jamais!
Prenúncio de Luta: dos deuses guerreiros aos gladiadores. Lutar é preciso! Desistir, jamais!
Setor 3
Prenúncio de Força: o poder de transformar e se transformar
Prenúncio de Força: o poder de transformar e se transformar
Setor 4
Prenúncio de União: Um por todos e todos por um! Não existe o "Eu", mas sim o "Nós".
Prenúncio de União: Um por todos e todos por um! Não existe o "Eu", mas sim o "Nós".
Setor 5
Valeu, Comunidade! A Morada do Samba está em festa? Um Jubileu de Ouro e de emoção!
Valeu, Comunidade! A Morada do Samba está em festa? Um Jubileu de Ouro e de emoção!
Sinopse do enredo
E lá vem ela,
pra deslumbrar a passarela em mais um cortejo triunfal! Sob a luz do carnaval,
a Mocidade Alegre, mergulhada na emoção, através de seu Espírito de Sambista,
volta aos primórdios da civilização e encontra-se com a deusa Vitória,
protetora dos campeões.
Guiado pela
Vitória, o Espírito vai conhecer os valores da luta de ontem e de hoje, não
desistindo jamais. Aprenderá que, para ser forte, precisará de união. E verá
que foi da união que se formou a minha, a sua, a nossa Mocidade Alegre!
Justamente no
ano em que completa 50 anos de fundação como escola de samba, a Morada do Samba
entrega a sua alma aos fundamentos apresentados pela deusa Vitória, que celebra
esse Jubileu de Ouro com um importante ensinamento: "A Vitória Vem da
Luta. A Luta Vem da Força. E a Força? Da União!".
Vem ver? Vem
viver esse momento lindo? A Mocidade Alegre, mais uma vez, está em festa!
Setor 1 - Prenúncio de Vitória:
a inspiração para a Glória e o Triunfo
"E quando pisar no
terreiro
Procure primeiro saber quem eu sou
Respeite quem pôde chegar onde a gente chegou"
Procure primeiro saber quem eu sou
Respeite quem pôde chegar onde a gente chegou"
(Trecho de
"Moleque Atrevido", de Jorge Aragão)
Na consagrada
passarela do samba, o Espírito do Sambista é guiado pelos faunos e ninfas do
destino. Eles o conduzem ao encontro daquela que o acompanharia nas muitas
conquistas: Vitória, a pequena - mas poderosa - deusa alada, que se manifesta
aos campeões, lhes coroando com os louros da glória e do triunfo.
No esplendor
da Antiguidade, o sambista percebe a alegria das grandes batalhas vencidas,
onde os vitoriosos faziam seus cortejos triunfais, que consagravam os
guerreiros como heróis.
Um prenúncio
que trouxe ao Espírito a inspiração para a fundação de uma alegre escola de
samba. Nela, os louros da glória e os ramos do triunfo seriam a coroação de uma
comunidade abençoada. E os sambistas, teriam a alegria dos heróis consagrados
nas conquistas vitoriosas de cada campeonato. A Vitória estaria fundamentada em
nossa Morada, no topo de nossos troféus.
Mas, para se
vencer e merecer o beijo da Vitória é preciso seduzi-la, conquistá-la!
A Vitória
nunca vem fácil? E de onde vem a Vitória?
Setor 2 - Prenúncio de Luta:
dos deuses guerreiros aos gladiadores. Lutar é preciso! Desistir, jamais!
"Sempre lutar pelas coisas
que se acredita
Mas tem que ser luta bonita
De ideais comuns"
Mas tem que ser luta bonita
De ideais comuns"
(Trecho de
"Eterna Paz", de Candeia)
A Vitória vem
da Luta. Para conquistá-la é preciso lutar!
Para
sacramentar a Luta, a deusa Vitória mostra ao sambista a visão do mítico tempo
dos deuses guerreiros. Ele vê que é diante das grandes batalhas que se
desperta, em cada um de nós, a alma e o sangue de um verdadeiro guerreiro.
Será lutando,
vestidos e armados com as armas dos combatentes protetores, que vivenciaremos a
vida em grandes batalhas: pelos domínios, pela justiça, pela igualdade.
No grande
Coliseu da Roma antiga, a luta será o entretenimento e atrairá a atenção do
povo nos combates de gladiadores. O encanto pela competição fará da luta um
esporte e consagrará os esforços dos guerreiros que lutarem o bom combate.
Na Luta pela
Vitória, o Sambista também será o guerreiro lutador de uma grande comunidade.
Mas, pra
lutar, é preciso ter algo?
Setor 3 - Prenúncio de Força: o
poder de transformar e se transformar
"Além dos pés e do chão,
chega lá
O que a mão ainda não toca
Coração um dia alcança
Força da imaginação, vai lá?"
O que a mão ainda não toca
Coração um dia alcança
Força da imaginação, vai lá?"
(Trecho de
"Força da imaginação", de Dona Ivone Lara)
É preciso ter
Força. Só os fortes vencem!
E para
fortalecer o Espírito do sambista, a deusa Vitória chama a Força. É preciso que
ela esteja presente na Luta. Mesmo nos momentos em que nos sentimos obrigados a
carregar o mundo nas costas, tamanhos são os desafios, é a Força que nos dá a
coragem para a batalha.
Neste
prenúncio, de nada valem os músculos sem a força da determinação, do foco. Na
força do pensamento, querer é poder.
A fé também é
uma força gigantesca e transformadora, mas esta vem do coração. Só ela é capaz
de nos levar às grandes superações.
Haverá vezes
em que o sambista só conhecerá sua verdadeira força diante do inesperado. Será
a força do renascimento que o fará surgir das cinzas, vitorioso, como um
pássaro de fogo. Fogo que está presente no Sol, a grande força que move a
vida! Na luta vitoriosa do sambista, as muitas forças estarão
presentes! Mas, de onde virá essa força toda?
Setor 4 - Prenúncio de União:
Um por todos e todos por um! Não existe o "Eu", mas sim o
"Nós".
"Traga o seu coração, sua
presença de irmão
Nós precisamos de você nesse cordão
Vamos levar o samba com união
No pique de uma escola campeã"
Nós precisamos de você nesse cordão
Vamos levar o samba com união
No pique de uma escola campeã"
(Trecho de
"O Homem Falou", de Gonzaguinha)
É da União
que se faz a Força! Só unidos somos fortes!
Neste
prenúncio, a deusa Vitória leva o sambista a olhar para a importância da união
do grupo, do trabalho em equipe. Juntos, somos mais fortes para superar as
adversidades, construir um bem comum e chegar ao sucesso.
É olhando
para a natureza, para o exemplo dos animais, que surge em nós os valores da
lealdade e da coletividade.
A União
despertará a consciência de igualdade, e a celebre frase "um por todos e
todos por um" fará jus aos nossos guerreiros heróis.
O Sambista
sonhará com a união de todas as raças, a tão esperada Kizomba. O herói de
Palmares, que uniu seu povo pela liberdade, deixará sua herança. E o sonho de
Zumbi terá voz no quilombo do samba e na união de uma grande comunidade.
Com os
prenúncios revelados pela deusa Vitória, é hora do Espírito do Sambista
retornar ao seu tempo e cumprir sua missão?
Setor 5 - Valeu, Comunidade! A
Morada do Samba está em festa? Um Jubileu de Ouro e de emoção!
"Tú és orgulho dos
sambistas nessa jornada
Lugar aonde o samba fez a sua morada
Sempre hei de te amar
Deixa quem quiser falar"
Lugar aonde o samba fez a sua morada
Sempre hei de te amar
Deixa quem quiser falar"
(Trecho do
Samba-Hino da Mocidade Alegre, de Didi do Cavaco)
E como um
arauto, o sambista cruza o portão do grande palácio do carnaval pedindo
passagem para, agora, viver e reviver sua própria história: uma brincadeira de
amigos se transforma no orgulho dos sambistas do Limão. E hoje a Mocidade
Alegre está em festa!
Seus
fundadores, um alegre grupo de foliões fantasiados de romanos, recebeu as
bênçãos da própria Vitória! E se tornaram os mitos construtores de uma grande
Morada.
Uma Escola de
Samba no sentido literal da palavra. Pois nela, a comunidade é uma família,
conduzida por sambistas que ela mesma criou e continua criando, geração a
geração. Os sambistas são a família vitoriosa, lutadora, forte e unida que
edifica o seu pavilhão.
Hoje reluz o
Jubileu de Ouro dessa comunidade abençoada. Seus heróis imortais cumpriram seu
destino. E o orgulho faz soltar do peito o grito: Parabéns a minha, a sua, a
nossa Mocidade Alegre!
Nesses
cinquenta anos de história, os sambistas fortaleceram uma Escola que aprendeu
com os prenúncios da própria deusa Vitória, o sentido de seu fundamento: A
vitória vem da luta, a luta vem da força e a força? Da união".
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