sábado, 30 de junho de 2018
DESFILES ASSISTIDOS
Desfiles assistidos hoje: Corumbá MS
A Pesada
* 2013 - Alice Leva A Pesada Para Uma Viagem Encantada ao Mundo das Maravilhas
* 2015 - De Casimiro de Abreu a Ataulfo Alves “Saudades da Minha Infância Querida - Aurora da Minha Vida, Eu Era Feliz e Não Sabia”
A Pesada
* 2013 - Alice Leva A Pesada Para Uma Viagem Encantada ao Mundo das Maravilhas
* 2015 - De Casimiro de Abreu a Ataulfo Alves “Saudades da Minha Infância Querida - Aurora da Minha Vida, Eu Era Feliz e Não Sabia”
GRES PORTELA (RIO DE JANEIRO/RJ)
‘Na Madureira
Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar Uma Sabiá’
A Portela vai apresentar no
carnaval de 2019 uma homenagem à cantora Clara Nunes, ressaltando a
diversidade e a atualidade de sua trajetória biográfica e seu vasto
e plural repertório musical, constituído de sambas-canção,
sambas-enredo, partidos-altos, marchas-rancho, forrós, xotes,
afoxés, repentes e canções de influência dos pontos de umbanda e
do candomblé. Para isso, pretende sair do lugar-comum das narrativas
sobre sua vida ou de uma colagem de títulos de sua discografia.
Nossa escola exalta a importância cultural de Madureira, das festas,
terreiros e do contagiante carnaval popular, enfatizando a
contribuição do bairro para a formação da identidade que
caracterizou Clara Nunes: a brasilidade.
O meu lugar,
tem seus mitos e seres de
luz.
É bem perto de Oswaldo
Cruz*
Em 1924, no primeiro
carnaval da Portela, fundada em abril do ano anterior, o coreto de
Madureira, criado pelo cenógrafo José Costa, reproduzia a imponente
Torre Eiffel. Visitando o bairro na companhia de alguns amigos,
Tarsila do Amaral não apenas eternizou aquela imagem numa tela, como
também mostrou para seus pares modernistas que as festas populares
do nosso subúrbio incorporavam os mais diversos elementos culturais.
Sem dúvida, Madureira sempre teve um ar moderno, como a própria
trajetória de Clara Nunes, que parece ter emergido de uma obra
modernista, como se fosse uma tela da Tarsila: a Mineira representa a
mais plural expressão da brasilidade. Morena. Mestiça.
Porque tem um sanfoneiro no
canto da rua,
fazendo floreio pra gente
dançar,
tem Zefa da Porcina fazendo
renda
e o ronco do fole sem
parar**
Clara nasceu no interior
mineiro, num lugar que hoje se chama Caetanópolis. Ainda menina,
trabalhou numa fábrica de tecidos para conseguir sobreviver, mas seu
destino já estava traçado. Tinha como missão cantar o Brasil! Ao
longo da infância, conheceu de perto as tradições culturais e as
festas folclóricas interioranas, certamente recebendo influência de
seu pai, Mané Serrador, mestre de canto de Folia de Reis e violeiro
dos sertões das Gerais.
Sua brasilidade, como
herança de sua origem, sempre valorizou a diversidade regional de
nosso país. A voz de Clara fez ecoar os ritmos do povo, na saborosa
confusão dos mercados populares, seja do nordeste ou de qualquer
outro recanto desta nação.
Alçando voos mais ousados,
Clara mudou-se para Belo Horizonte, onde participou de concursos,
realizou os primeiros trabalhos artísticos e conquistou espaço nos
meios de comunicação. Chegando ao Rio de Janeiro, seguiu fazendo
sucesso e conheceu o misticismo que aflorava em Madureira,
incorporando-o à sua identidade.
Sou a Mineira Guerreira,
filha de Ogum com Iansã***
Até então, a artista
cantava principalmente boleros e sambas-canções. Após ter contato
com o ancestral universo afro-brasileiro de Madureira, a mineira se
transformou igual ao céu quando muda de cor ao entardecer. E nunca
mais foi a mesma: visitou os terreiros, quintais e morros de Oswaldo
Cruz e Madureira, vestiu-se de branco, incorporou colares, turbantes
e contas, cantou sambas e pontos de macumba. Seu repertório se
expandiu. A imagem de Clara evocando os Orixás, irmanada ao povo de
Santo, eternizou-se na memória de seus fãs. Ela se tornou a
Guerreira que não temia quebrantos, dançando feliz pelas matas e
bambuzais, sambando descalça nas areias da praia, unindo a essência
negra de Angola ao subúrbio carioca. E assim, sua voz rapidamente se
espalhou. Seu canto correu chão, cruzou o mar, foi levado pelo ar e
alcançou as estrelas. Uma força da natureza que brilhou como um
raio nos palcos e terreiros, iluminando o coração dos portelenses.
Nada disso foi por acaso.
Portela, sobre a tua
bandeira
esse divino manto.
Tua Águia altaneira
é o Espírito Santo
no templo do samba****
Desde que foi fundada, a
Portela tem uma presença significativa de elementos típicos do
mundo rural, trazidos pelo povo simples do interior, sobretudo do
interior de Minas Gerais, mesclados à negritude que vibrava em
Madureira. Talvez tenha sido por isso que a identificação de Clara
com a Portela foi imediata. Ela sempre ocupou posição de destaque
nos desfiles, é madrinha da Velha Guarda e até puxou sambas-enredos
na avenida. Ela e os portelenses, famosos e anônimos, sempre
caminharam de mãos entrelaçadas, voando nas asas da Águia.
Um dia, inesperadamente ela
partiu. Trinta e cinco anos se passaram desde então. A dor da
saudade sempre reverberou no coração de todos, tornando-a uma
estrela ainda mais cintilante.
Agora está na hora de a
Guerreira reencontrar seu povo mestiço, para mais uma vez brilhar na
avenida. Vestida com o manto azul e branco e a Águia a lhe guiar,
voa minha Sabiá.
Até um dia!
Carnavalesca: Rosa Magalhães
Sinopse: Fábio Pavão e
Rogério Rodrigues
____________________________________________
* O Meu Lugar – Arlindo
Cruz e Mauro Diniz
** Feira de Mangaio –
Glorinha Gadelha e Sivuca
*** Guerreira – João
Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro
**** Portela na Avenida –
Paulo Cesar Pinheiro e Mauro Duarte
GRES ACADÊMICOS DO SALGUEIRO (RIO DE JANEIRO/RJ)
XANGÔ
Abram alas ao Homem que
nasce do poder e morre em nome do poder. Apodera-se do trono de seu
irmão para se tornar o verdadeiro líder de uma nação.
Sàngó, Rei absoluto,
forte, imbatível, Aláàfìn Òyó, o Homem do Palácio; o grande
Obá, o grande Rei.
Batam cabeça pro orixá dos
raios, trovões e do fogo. “Senhor do Raio” ou “Senhor das
Almas”. Viril e atrevido, violento e justiceiro; implacável com os
mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Xangô é a representação
máxima do poder de Olorum. O desafio é feito sempre para confirmar
seu poder. O seu machado duplo, seu Oxé, é o símbolo da
imparcialidade. É uma divindade da vida, representado pelo fogo
ardente e por essa razão não tem afinidade com a morte e nem com os
outros orixás que se ligam à morte.
Sàngó, Ioruba Orisà;
Nzazi / Loango, Bantu Nkisi; Xangô, Ketu Orixá; Heviossô, Jeje
Vodum; Chango / Jebioso, Santeria Cubana; Ogoun Shango , Vodou Haiti.
É a realeza nas vestes e a
sua riqueza, a sua forma de gerir o poder. Usa o vermelho da nobreza
e - se grandes reis pisavam sobre o tapete vermelho - Xangô pisa
sobre o fogo.
Três esposas: Oya, que
divide o domínio sobre o fogo. Oxum, a mais amada. E Oba, que por
amor ao seu rei, foi capaz do seu próprio corpo mutilar.
Chega ao Brasil por seus
devotados filhos. É cultuado como religião. No Nordeste,
influenciado por Daomé, é denominado também de Xangô, em virtude
da popularidade e importância da entidade nessa região. A raiz é
do Sitio de Pai Adão. É o Xangô de Pernambuco, Xangô do Recife,
Xangô do Nordeste e Nagô Egbá.
Sincretizado: das Pedreiras
à São Jerônimo, que amansa o leão e que tem o poder da escrita e
escreve na pedra suas leis e seus julgamentos. Na cachoeira, com São
João Batista, por causa do batismo de Jesus, de lavar a cabeça na
água doce para se purificar. Com o poder do fogo, queima, destruindo
tudo o que é de ruim e ocorre a transmutação, trazendo tudo o que
é de bom, todo o bem possível, de acordo com o nosso merecimento.
Isso é o que pedimos nas fogueiras do mês de junho.
São Judas Tadeu, por ter um
livro na mão ligado a trabalhos e pedidos de estudos. São Miguel
Arcanjo é guerreiro, não das guerras sem propósito, mas, da guerra
de cada um contra seu próprio “demônio”. Miguel desce dos céus
com o vermelho em suas roupas, em sua árdua batalha contra o mal,
quase sempre apontando de cima para baixo seu golpe. A autoridade
máxima de São Pedro, a pedra. O primeiro papa, que tem as chaves da
igreja e do céu.
Hoje os meus olhos estão
brilhando, minha querida Bahia, terra abençoada pelos deuses.
Felicidade também mora no Salgueiro. Naquela manhã de 1969, o
saudoso professor, na escola tijucana, se incorporou pela primeira
vez, ao se trajar como o orixá. E daí à eternidade, consagrado
como o Xangô do Salgueiro.
Senhor do que é justo e
correto, como o respeito à igualdade de todos. Se a justiça dos
homens tem olhos vendados, onde "todos seriam iguais perante a
lei". Os de Xangô estão sempre bem abertos. Apelamos ao
supremo tribunal, com seus doze Obás- Ministros de Xangô do Axé
Opó Afonjá. Todos serão julgados sem privilegios! Presidido pelo
Grande Juiz, que bate o martelo e dá seu veredicto: Chega de
impunidade! Seus filhos pedem justiça. Cumpra-se!
Xangô é nosso pai é nosso
Rei ! Kawó Kabiesilé!!!
Alex de Souza
DESFILES ASSISTIDOS
Desfiles assistidos ontem: São Paulo SP
Tom Maior
* 2009 - Uma Nova Angola Se Abre Para o Mundo! Em Nome da Paz, Martinho da Vila Canta a Liberdade!
* 2016 - Travessias de Milton Nascimento. Todo Artista Tem de Ir Aonde o Povo Está...
Tom Maior
* 2009 - Uma Nova Angola Se Abre Para o Mundo! Em Nome da Paz, Martinho da Vila Canta a Liberdade!
* 2016 - Travessias de Milton Nascimento. Todo Artista Tem de Ir Aonde o Povo Está...
quinta-feira, 28 de junho de 2018
GRES MOCIDADE DE VICENTE DE CARVALHO (RIO DE JANEIRO/RJ)
A MOCIDADE TRAZ O PODER DA
CURA, E A FÉ DE UMA NAÇÃO
INTRODUÇÃO / JUSTIFICATIVA
Almejando novos horizontes,
a águia vicentina movida pela fé, vem apresentar os mistérios do
poder da cura através da sabedoria e das crenças dos povos que aqui
viveram, cujos conhecimentos são passados de geração a geração.
Estas benção são cultivadas e adquiridas através do amor,
respeito mútuo, doação de um para o outro, sob todas as formas de
elevar nossos pensamentos, do aumento de nossa fé em benefício de
nossa evolução relacionada à ascensão espiritual, para obtenção
à cura do corpo e do espírito, vibração espiritual.
Lá no Egito, os egípcios
inventaram a mumificação, grandes pirâmides foram construídas, a
vida é eterna, o espírito retornará, a matéria então, deve ser
preservada. Iniciaram os estudos de anatomia, através da alquimia
usaram gotas de sabedoria.
Salve o povo do Oriente, que
guardam todo conhecimento de todas as antigas civilizações, sobre
todas as religiões, tecnologias naturais e medicinais. “Oriente é
luz, é iluminação, é brilho, é ascenção”, é o nascer do
sol, quando surgem os primeiros raios luminosos sobre o planeta
Terra, para aquecer nossos corações, iluminando nossos caminhos.
Assim são os povos ciganos:
“O céu é meu teto, a terra é minha pátria, a liberdade minha
religião”. Sou nômade, espalho pelo mundo energia e euforia,
força e empatia. Agimos libertando, amando, transformando riqueza da
alegria. “Optchá Santa Sara”.
Os hindus, na Índia, que
acreditam na reencarnação humana ou animal banham-se nas águas do
Rio Ganges, sagrado manancial, para atingir a salvação espiritual.
Começou a pajelança no
encontro do homem com as energias da natureza. Ritual de cura
indígena, quem realiza é o pajé, curandeiro e líder espiritual,
evocam espíritos de ancestrais e animais que representam o poder da
floresta, em meio ao verde das matas.
Mãe África, em seus
terreiros rezo em seus gongás, peço proteção, bato cabeça pro
meu orixá, com as ervas um banho de energia; vence-demanda, abre
caminhos, arruda e guiné. Preto-velho, meu pai mandigueiro,
curandeiro e rezadeiras, mestres da sabedoria e humildade, peço
licença para poder chegar.
Oxóssi é filho de Oxalá e
Iemanjá, Orixá da caça e da fartura.
“Quem manda nas matas é
Oxóssi, quem manda nas águas, Oxum e Iemanjá, quem manda nas
pedras é Xangô, salve meu pai Oxála…”
“… Pra quem não
conhece, eu vou dizer, acenda uma vela lá nas matas, e peça que ele
vem lhe proteger…”
Ossain é o senhor das
folhas, suas ervas podem curar, todo orixá a folha tem, mas o
conhecimento, a reza, o segredo, somente a Ossain pertence. “Ewê ô
Ossain, suas ervas vão me curar…”
Omulú, suas chagas eu toco,
limpam meu corpo e cura minha dor, a palha divina é seu ajê, orixá
poderoso Obaluaê. “Para Omulú é o dono Oriente, acorda quem está
dormindo, levanta quem está doente”. Sua mãe Nanã Buruquê,
Iemanjá foi quem lhe criou, ele é o orixá da cura, “Atotô
Obaluaê, meu Pai Atotô…”
Enfim, hoje nesta avenida,
toda a falange, todos os espíritos de luz, todas as entidades
evoluídas estarão aqui reunidas. Deus, Olorun, Alah, Guaraci,
Oxalá. Não importa o nome dado ao criador, o meu canto em forma de
oração irá ecoar pelo mundo inteiro, em todos os altares e
terreiros, a Mocidade sob a luz da proteção divina nos faz
acreditar, que um sonho possível iremos alcançar.
Um Mundo e um Brasil melhor,
axé meu povo brasileiro!!!
quarta-feira, 27 de junho de 2018
GRES UNIÃO DO PARQUE CURICICA (RIO DE JANEIRO/RJ)
Eu Vi Deus. Ela
É Negra!
Eu Vi Deus, ela é negra! É
uma grande homenagem a todas as mulheres negras das periferias do
Brasil. Vamos narrar a história das mulheres que desde o início da
nossa história são discriminadas por serem mulheres, negras e
pobres.
Essas mulheres persistem na
luta por liberdade, igualdade social, paz, reconhecimento e
representatividade.
Eu vi Deus, ela é negra!
Ela nasceu abençoada por Deus e pelos Orixás. Ela é símbolo de
existência e religiosidade.
Eu vi Deus, ela é negra!
Divinamente seu ventre gerou um filho, que com violência lhe foi
retirado e enterrado por uma sociedade que crucifica a cor da sua
pele.
Eu vi Deus, ela é negra!
Ela queria a liberdade, correu nas matas e no asfalto. Ela sofre na
pele o preço do enfrentamento.
Eu Vi Deus, ela é negra!
Ela é voz e presença frente aos seus opressores. Ela é
resistência!
Eu vi Deus, ela é negra!
Ela luta por justiça e direitos iguais entre homens e mulheres. Ela
quer igualdade racial e social.
Eu vi Deus e ela é negra!
Ela rompe preconceitos, vai além dos padrões e convenções. Ela
segue resistindo para existir.
Eu vi Deus, ela é negra!
Ela faz a arte imitar a vida. Ela conta a sua história.
Eu vi Deus, ela é negra!
Ela é Oxum chorando em seus rios. Ela é Iemanjá, a sereia do mar.
Ela é Nanã, a dona da sabedoria. Ela é Iansã, segura essa
ventania.
DESFILES ASSISTIDOS
Desfiles assistidos ontem: São Paulo SP
Tom Maior
* 2004 - Deus Ajuda Quem Cedo Madruga Nesta Cidade que Nunca Para
* 2005 - Sabendo Usar... Não Vai Faltar!
* 2006 - Em Grandes Sertões Veredas, o Elo Perdido Se Achou... Piauí a Terra do Sol Me Encantou, Com Frank Aguiar o Rei do Forró Eu Vou
Tom Maior
* 2004 - Deus Ajuda Quem Cedo Madruga Nesta Cidade que Nunca Para
* 2005 - Sabendo Usar... Não Vai Faltar!
* 2006 - Em Grandes Sertões Veredas, o Elo Perdido Se Achou... Piauí a Terra do Sol Me Encantou, Com Frank Aguiar o Rei do Forró Eu Vou
terça-feira, 26 de junho de 2018
SRES LINS IMPERIAL (RIO DE JANEIRO/RJ)
Malandro é
Malandro, Bezerra É da Silva
1° SETOR - TOMADA DE
CONSCIÊNCIA
No alto do Morro do
Cantagalo a vida me apressa para mais um dia. Levanto como que num
susto e vejo da janela, como que numa moldura, aquela linha que
separa a cidade. Por mais que não se queira ver, existe uma linha
imaginária, repleta de concretude, que divide os que têm o poder de
fala dos que não podem ter voz. Do lado de lá, a beleza e os
direitos. Do lado de cá, o que se tem vergonha, o flagrante, o
inquérito. Essa desigualdade, alimentada todos os dias, está
refletida no que sou. Se não fosse o samba, eu não estaria aqui.
2° SETOR - O COTIDIANO DA
FAVELA ESCANCARADO
Inicio minha jornada e, a
cada passo descendo a ladeira, vou driblando a falta do que é
básico. E a cada drible, meu caminho vai se moldando. Encontro com a
rapaziada reunida, vinda de vários lugares, naquele burburinho que é
peculiar. Enquanto alguns se despedem para ganhar o sustento, outros
que estão de folga organizam o rega-bofe e nisso novas melodias vão
surgindo, os comentários dos últimos acontecimentos são
transformados em versos. Malandro de verdade é trabalhador e sábio
para transformar cada tropeço em samba. Esses são os meus
parceiros, meus olhos para aquilo que não consigo ver. E eu sou o
porta-voz.
E tem cada uma que vou te
contar... o malandro que tem de lidar com a sogra e que às vezes é
feito de televisão, quando a nega resolve lhe adornar com um par de
antenas, o bandido metido a bicho solto, miando na hora do sapeca
iaiá, dando com a língua nos dentes. Malandro de verdade aplica a
lei de Murici: cada um sabe daquilo que lhe convém, cada um sabe de
si. Até quando o mané é caloteiro ou está abusando da fé alheia.
Alô malandragem, maloca o flagrante e fica na atividade! O cotidiano
fica escancarado e a vida na favela vai seguindo seus ciclos...
3° SETOR - O ASFALTO
ESCANDALIZADO E A DENÚNCIA
Sigo adiante e, enfim, chego
ao asfalto. Aqui embaixo me acusam de defender bandido. Acho de uma
graça... Aqui, no outro lado da linha que nos divide, o povo do alto
partido, escandalizado, acha que tudo que é mazela vem da colina.
Condena nossa forma de pensar e de viver.
Vivemos aos pés dessa elite
que nos parasita e nos condena a viver eternamente na senzala. E quem
é o verdadeiro canalha? É aquele, doutor, é aquele senhor de
colarinho branco que age na clandestinidade. É também aquele
sujeito, cheio de caô, que aparece hoje pedindo meu voto e amanhã
manda a polícia me bater. Isso é Brasil e é isso que eu canto.
Digo cantando aquilo que, caso tivesse oportunidade, diria falando.
4° SETOR - O LEGADO/ MEU
SAMBA É DURO NA QUEDA
E isso é briga pra mais de
um. Sigo provando e comprovando a minha versatilidade, me juntando
com gente que é de verdade. E quem mais for de verdade pode chegar,
seja do samba, funk, rock, rap ou hip-hop. Seja do que quiser...
Ah, me perdoem pela falta
de gentileza. Prazer, meu nome é Bezerra da Silva. Meu samba é duro
na queda.
Pesquisa e texto: Mauro
Sérgio Farias e Raphael Homem
Carnavalesco: Guto Carrilho
GRCSES UNIDOS DO PERUCHE (SÃO PAULO/SP)
Sinopse
Nascem do Ventre Africano os
Valores do Mundo. África, um Passado Presente no Futuro da
Humanidade
1º Setor
África… Berço da
humanidade… O início de tudo!
Moldado em barro surge um
ser, o nosso ser… O ponto de partida.
Num lugar místico e belo
onde floresce a vida!
Une-se o céu e a terra no
bailar da criação, “Orum Aiyê.
Tambores ecoam na batida
precisa das mãos negras
Tribos em rituais dançam e
contemplam cada descoberta que o mundo lhe oferece
Uma força feminina e
maternal embala a continuidade da vida!
É a fertilidade desta terra
contagiando o homem que brinca de viver…
Que descobre a vida e
desvenda o mundo!
Nossos ancestrais adormecem
com o passar dos tempos, vidas se renovam…
Mas em um futuro distante,
“Lucy” despertará!
Revelando à humanidade os
segredos da nossa existência.
2º Setor
Terra de tantos impérios.
De um povo a frente de seu
tempo, que observou o ciclo da vida
Plantou sementes e dela se
fez o pão
Símbolos e grafias
escreveram mais um legado ao mundo.
Desbravando fronteiras
alcançou os astros
Na busca do autoconhecimento
remediou e preservou o corpo
Explorou o solo, extraiu
dele a matéria prima
E em cada passo um novo
traço, agregando à vida um toque de arte!
Externando conceitos e
valorizando a etnia, a moral e também a religião.
A mão que esculpiu e
modelou, valorizou a própria espécie.
Talhou a madeira recriando a
criação
Edificando matematicamente o
mundo!
De novo bate forte o tambor,
faz tremer esse chão, ritualiza…
Dança… E traz na dança a
sensibilidade e a força que só negro tem
Prepara sua mala oh negro!
Pois uma longa viagem está
por vir…
O mundo te espera!
3º Setor
Página infeliz da nossa
história!
Mares de lamento e dor
Brota a lágrima clara…
Escorre sobre a pele escura… Aguenta!
Pisa firme em outras terras,
em um mundo outrora tão distante dos olhos
Traz nas mãos as marcas da
lida, no peito a saudade e na cabeça sua bagagem.
É hora de plantar em outro
chão, dar ao branco outro tom
Ginga na roda negro! Arisco,
esperto… Finge que é dança!
Bota a lenha pra queimar,
prepara o cuscuz, acarajé e o abará… Alimenta este mundo!
Canta mãe preta! Nina…
Ensina essa brincadeira de ser negro… Valoriza!
“Bota o Rei Congo no
Congado” e traduz o seu saber.
Picassos rendem-se a sua
arte “meu nego”… É primitivo? É futurista? É a arte!
Lança ao mundo seus dons e
seus tons
Toca charangueiros, mostra o
afoxé, traz também agogô, xequerê e atabaque
Vem Ciata, socorre meu
samba… Não deixa esse samba morrer…
Bate no terreiro… Será
que é macumba?
Chama o orixá! Vem
“Menininha”…
Encanta Verger… É o
canto, é a dança…
É o meu Candomblé!
4º Setor
Nosso presente projeta o
futuro, o futuro é nosso!!!
E o meu orgulho é negro!
Sábios trazem o novo,
mostrando a capacidade deste povo.
Criam, remodelam e traduzem
ao mundo sua sapiência
Mestres nos mostram a
resistência. Clamam pela liberdade e pela igualdade
E só seguindo estes
ensinamentos semearemos o bem e louvaremos a paz…
Teremos uma humanidade
livre!
E liberdade é a arte de
transitar pela vida…
A paz na terra há de
reinar… Não é utopia, já dizia Sun Rá!
Vamos acorrentar todo o
preconceito construído ao longo do tempo
Recriaremos o passado e ele
estará presente em nosso futuro
Veremos brilhar o sol que
ilumina as mentes
Que respeita o verde, e que
extingue os males
Onde a tolerância seja
plena e credos sejam respeitados.
Uma nova era se aproxima, resgatando outra consciência
Pois está nascendo uma nova África com alicerces ancestrais
E diante de seus mais primitivos conhecimentos
Partilhará ao mundo seus mais belos conceitos.
Pois se todos nós nos alimentamos do fruto de uma evolução negra
Por que tanto preconceito?
Raça não está na cor… Raça não está na dor…
Minha raça é humana!
África, o futuro da humanidade!
“O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece.” (Morgan Feeman)
Carnavalesco: Amauri Santos
Uma nova era se aproxima, resgatando outra consciência
Pois está nascendo uma nova África com alicerces ancestrais
E diante de seus mais primitivos conhecimentos
Partilhará ao mundo seus mais belos conceitos.
Pois se todos nós nos alimentamos do fruto de uma evolução negra
Por que tanto preconceito?
Raça não está na cor… Raça não está na dor…
Minha raça é humana!
África, o futuro da humanidade!
“O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece.” (Morgan Feeman)
Carnavalesco: Amauri Santos
segunda-feira, 25 de junho de 2018
GRES UNIÃO DE MARICÁ (MARICÁ/RJ)
"NELSON
GONÇALVES - O AUTORRETRATO DO REI DO RÁDIO"
Sinopse
Meu
nome é Antônio Gonçalves Sobral. Sou gaúcho de Santana do
Livramento, fronteira com o Uruguai. Nasci em 21 de junho de 1919,
filho do português Manoel Gonçalves, o líder de uma trupe mambembe
e de Libânia de Jesus, uma dançarina. Levávamos uma vida de cigano
até fixarmos residência no Brás, em São Paulo. Se eu for contar a
minha vida, qualquer poeta escreve um drama; pois ela sempre foi uma
luta, onde minha arma era a minha voz e o meu destino era cantar.
De
meu pai amado, malandro encantado, herdei o dom da canção. Cantando
a paixão, passei o chapéu em troca da minha arte, para ganhar o
pão. Já desejei estrelas… ainda criança trabalhei como
jornaleiro, engraxate, mecânico, polidor, tamanqueiro, garçom e fui
boxeador. Mas, meu maior desejo era cantar, gravar e encantar. Rumei
então para Rio de Janeiro afim deste sonho alcançar… e alcancei!
Minha
emoção maior foi meu primeiro disco. Quando ouvi minha primeira
gravação profissional, interpretando um samba de Ataulfo Alves,
fiquei pensando: ‘Eu canto bem’. Havia aquelas vitrolas que você
colocava as moedas pra tocar as músicas, voltava pra casa sem um
níquel, de tanto que ‘me ouvia’. Foi aí que lancei um ritmo
novo: o samba sincopado. A divisão é difícil de fazer. Nasceu
comigo!
Em
60 anos de uma trajetória de sucesso, com meu timbre de voz único e
potente extensão sonora, incorporei toda a emoção que os grandes
cantores de minha época despertaram em seus fãs. Mas já pisei na
lama! Da Rádio São Paulo, passando pela Mayrink Veiga até o
sucesso derradeiro na Rádio Nacional foram muitas provações e
reprovações, que me fizeram entender que eu tinha que receber o não
como sim e ir em frente.
Cantei
todos os gêneros musicais. Fiz serenata à luz da lua, cantei
paixões desiludidas… Ah! Que saudade me dá… da “Era de Ouro
do Rádio”… do Café Nice, que era um pedaço do céu. Das
batucadas e papos com Lamartine, Pixinguinha, Francisco Alves e
Ismael… Braguinha, Caymmi, Ary Barroso, Donga, Ataulfo, Almirante e
Noel. Eu no samba varava a madrugada, o Café Nice amanhecia em
festa. Cartola afina a viola… que pena que agora só a saudade é o
que resta.
Gostei
de andar à toa por aí, no meio das perdidas. Pois, só é feliz
nessa vida, acredite quem quiser, quem traz no seu coração Deus,
São Jorge e a Mulher. Deus, para garantir a paz, São Jorge, a
proteção e a mulher, pra tudo mais.
Já
fui senhor e dono dos cabarés, no reduto da malandragem, dos
capoeiras; de Miguelzinho Camisa Preta, Madame Satã, Meia-noite,
Sete Camas, Sete Coroas e Mano Edgar. Fui recebido como um rei nos
bordéis, na minha Lapa boêmia, onde a lua só ia pra casa depois do
sol raiar.
Fui
excessivo na minha arte, em tudo o que fiz. Vivendo assim deixei meu
sangue nos velhos botequins do Mangue. Alternei golpes de violência
e ternura, como se encarnasse o drama das minhas canções.
Já
tive o brilho da riqueza a meus pés, Sou recordista mundial absoluto
em gravações – foram mais de 2000 músicas, de vasto e eclético
repertório. Vendi mais de 80 milhões de discos – e continuo
vendendo. Ganhei 38 discos de ouro e 20 de platina. Também fui
contemplado, pela RCA, com o Prêmio Nipper, recebido apenas por mim
e por Elvis Presley. Mas já dormi nos pardieiros e hotéis… já
vaguei nas madrugadas, fui o dona das calçadas. Pra todos aqueles
que me estenderam a mão, dividi meu coração.
Na
boemia da cidade, fui soberano da roleta e no turfe, fui sua
majestade o jogador! Meu dinheiro, mil mulheres conquistou. Meu
dinheiro, tanta gente alimentou. Um rio de champagne, sorrindo
derramei. Gastei a minha mocidade, que em fichas e apostas
transformei.
Minha
louca fantasia, foi assim me envelhecendo. Em minha vida, nem tudo
foram flores, encontrei dissabores. Na minha maior queda, a não ser
Adelino Moreira, meu fiel parceiro e grande compositor, para cada
“amigo”, num estranho me tornei… nem um cão entre “eles”
encontrei. Mas, a força do amor me fez vencer. Eu sou campeão! Da
batalha da vida. Eu sofri, chorei, caí, mas levantei. E para ser
vencedor, eu lutei. Fui um rei que governava a si mesmo, que não
vivia a esmo, e soube vencer a dor. Um rei que teve brava rainha, que
com sua ajuda e a força do nosso ideal, venceu a guerra, do bem
contra o mal.
Fiz
de tudo que podia e de tudo que eu fazia, não me arrependo. Para
quem diz, que nada fiz de extraordinário, deixo coisas, muitas
coisas que atestam o contrário. Pra quem ficar no meu lugar: muito
progresso! Pra que possa superar meu recorde de sucesso.
Fui
o Rei do rádio, o Rei da boemia. Quando lembro, que alegria! Quando
conto, me comovo. Ainda, sob a mesma lua, o meu canto continua com
sabor de samba novo. Quem faz parte da história, fica sempre na
memória carinhosa do seu povo. Não interpretei absolutamente nada.
Fui mesmo tudo aquilo que cantei. Sei que nada volta um dia, mas eu
juro que faria tudo de novo.
Nelson
Gonçalves
Autor:
Renato Figueiredo
(Inspirado
na música “Auto-Retrato”
Composição:
Paulo César Pinheiro / Ivor Lancellotti)
https://youtu.be/51xJym6SKXQ
domingo, 24 de junho de 2018
sábado, 23 de junho de 2018
INVERNO
Quando não é o frio, é a chuva. O negócio é ficar em casa mesmo. Depois de assistir o Carnaval de Manaus 2018 Grupo Especial, jantar e assistir um seriado antigo pelo youtube!
DESFILES ASSISTIDOS
Desfiles assistidos hoje: Manaus AM
Grupo Especial 2018
* A Grande Família - Colômbia - A Esmeralda das Américas
* Andanças de Ciganos - Em Minhas Andanças Encontrei a Cachaça Que Sempre Sonhei
* Mocidade Independente de Aparecida - Os Maués: Origem da Vida, Destino Humano, Trinta Anos Depois
* Reino Unido da Liberdade - Ao Mestre Com Carinho. Na Escola da Vida, Eu Sou o Professor!
* Sem Compromisso - Dona Zuzu, Pérola dos Orixás, Convida: Oi Ai-á Vem Ver, Oi Ai-á Vem Cá! Vem Ver Festanca Bonita no Largo do Boulevard
* Unidos do Alvorada - Purus, de Filhos Guerreiros, Magias e Lendas
* Vila da Barra - O Grito
* Vitória Régia - Advocacia dos Primórdios a OAB, Nosso Direito de Sambar em Verde e Rosa
Grupo Especial 2018
* A Grande Família - Colômbia - A Esmeralda das Américas
* Andanças de Ciganos - Em Minhas Andanças Encontrei a Cachaça Que Sempre Sonhei
* Mocidade Independente de Aparecida - Os Maués: Origem da Vida, Destino Humano, Trinta Anos Depois
* Reino Unido da Liberdade - Ao Mestre Com Carinho. Na Escola da Vida, Eu Sou o Professor!
* Sem Compromisso - Dona Zuzu, Pérola dos Orixás, Convida: Oi Ai-á Vem Ver, Oi Ai-á Vem Cá! Vem Ver Festanca Bonita no Largo do Boulevard
* Unidos do Alvorada - Purus, de Filhos Guerreiros, Magias e Lendas
* Vila da Barra - O Grito
* Vitória Régia - Advocacia dos Primórdios a OAB, Nosso Direito de Sambar em Verde e Rosa
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