sexta-feira, 24 de junho de 2016

SRB IMPERADORES DO SAMBA (PORTO ALEGRE/RS)

Enredo 2017

SOU RESISTÊNCIA E NÃO ME KAHLO - FRIDA: SOU MÉXICO EM FLORES, CORES E AMORES, DIVA ENTRE IMPERADORES



Dep. de Carnaval
DESENVOLVIMENTO DO ENREDO
1º Setor – “Meu sangue é o milagre que viaja nas veias do meu coração para o seu.”
2º Setor – “A luta revolucionária neste processo é uma porta aberta à inteligência.”
3º Setor – “Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.”
4º Setor – “Pés? Para que os quero se tenho asas para voar?”
Da mistura e do amor
Da história e da tradição
Sou Frida, sou velha, sou nova, sou paixão
Da minha raiz e dos meus temores
Dos meus heróis e dos meus amores
Sou Frida, sou México, sou povo em suas dores
Da cultura e da arte
Da pintura e da sociedade
Sou Frida, sou retrato em cores da realidade
Do meu país e do horizonte
Das viagens e das descobertas
Sou Frida, sou o mundo de portas abertas
Das mulheres da América
Do Brasil, das ruas e de muito mais
Sou vida e sou voz e não me Kahlo jamais

SINOPSE
1º Setor – “Meu sangue é o milagre que viaja nas veias do meu coração para o seu.”
Hoje, o Carnaval me recebe e me apresenta para o mundo: sou Frida, mulher forte, sem nada a temer e não me Kahlo jamais.
Nasci Frida Kahlo, filha da Revolução. Nasci filha de um Novo México cheio de tradição. Nasci do passado indígena e do ventre ameríndio. Nasci da semente do velho mundo, de grandes civilizações, da mestiçagem europeia.
Em meu sangue latino, tenho a essência de um povo com história e paixão. Tenho a benção do El Dourado, solo sagrado. Carrego o amor da Mãe Negra, Virgem Milagrosa. Vi palácios com pedras preciosas, perdidos no tempo dos mitos e das crenças. Há a dor que se refletiu em vida no espelho.
2º Setor – “A luta revolucionária neste processo é uma porta aberta à inteligência.”
Da minha raiz, da minha história, sou mexicana. Dos temores da opressão, me fiz caudilho. Surgiram heróis, a bravura de um Emiliano Zapata, surgiu a coragem de um Pancho Villa.
Sou Frida, sou México, sou o olhar do povo e suas dores. O México rural era camponês e não tinha voz. Agora é lenço vermelho, é sombrero, é sangue guerreiro. O povo mexicano é tequila; o povo mexicano é pimenta; o povo mexicano é luta.
Da luta, surgiram amores. Do amor, surgiu Diego Rivera. De Diego, me vi revolucionária. Revolucionei na arte e nas ruas, no brado e na pintura, no amor e com Leon Trotski. Retratei a luta, tracei ideais, pintei liberdade. E a liberdade pintei em vermelho comunista idealista.
3º Setor – “Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade.”
Fotografei o passado em preto e branco. E me tracei no papel como queria ser: cheia de cores e de flores. Me pintei como sou: na dor e na melancolia. Em pouco tempo, a pintura toma forma em mim e eu tomo a forma de minha própria pintura.
Sou imaginação e sonho? Surrealista? Não, sou minha própria realidade. As cores de minhas roupas me protegem da dor. Minhas roupas me cobrem de beleza. Mostrei minha vida em retratos: com vestido de veludo, com colar de espinhos, ou com cabelos cortados; com meu Diego, e com Meus avós e meus pais; no Hospital, como tehuana, como um veado ferido, marxista. E, por que não, comigo mesma.
Quero o México todo em mim. E o México me quer. O mundo quer me ver. Pouco andei, mas muito voei. Em Nova Iorque, ocupei galerias e imaginações. Ocupei o surrealismo de André Breton. Ocupei a imaginação de Julian Levy. Invadi Paris e me expus Museu do Louvre para a Europa me ver. Pablo Picasso me viu, Kandinsky me admirou, Marcel Duchamp me quis.
Para minhas telas, convidei mariachis tradicionais, caveiras pintadas, ruas coloridas. Minha vida é minha arte em sofrimento; do aborto, a vida em cores; dos hospitais e das cirurgias, uma forma de o mundo me ver. Retratei amigos, família, minha história, o meu povo, o México! As flores e as cores são inspiração a serviço do povo. São ruas coloridas. São liberdade. São vibração e alegria
4º Setor – “Pés? Para que os quero se tenho asas para voar?”
E retornei para casa. Fiz da minha Cidade do México minha exposição e galeria particular. Estampei revistas. Inspirei movimentos. Fiz de minha face a face de todas as mulheres.
O mundo me queria, e ele teve o melhor de mim. O Brasil me queria, e estou aqui. Venho com Fatumbi, meu Pierre amigo, trazer alegria, cores e beleza. Trago a taça da vitória de 70 para brilhar nessa avenida. Tem dança e arte, tem novelas e heróis. A música se espalha por violões e por um bailado multicor.
Sou diva entre imperadores. E leões imperiais me carregam para o infinito, para a eternidade. Sou mulher forte, sem nada a temer; sofrida não me Kahlo jamais; sou tequila para embriagar a alma, sou rosa vermelha para se apaixonar. Sou o México desfilando em toda a sua essência; sou Imperadores do samba e sou resistência.

REFERÊNCIAS
BARTRA, Eli; MARZ, John. As duas Fridas: história e identidades transculturais.
Rev. Estud. Fem., Abr 2005.
HERRERA, Hayden. Frida: a biografia. São Paulo: Globo, 2011
MONTERO, Rosa. O Mundo é uma Cama – Frida Kahlo. in História de Mulheres .Rio de Janeiro: Ed Agir, 2008.
PORTAL HUFFPOST BRASIL. 10 coisas que você não sabia sobre Frida Kahlo (e que vão te inspirar) (http://www.brasilpost.com.br/2014/07/26/frida-kahlo-exposicao_n_5622069.html).
PORTAL UNIVERSIA. 4 motivos para entender a relevância histórica das obras de Frida Kahlo (http://noticias.universia.com.br/cultura/noticia/2015/10/06/1132076/4-motivos-entender-relevancia-historica-obras-frida-kahlo.html).
PORTAL FAHRENHEIT. Por qué Frida Kahlo es tan importante? (http://fahrenheitmagazine.com/arte/por-que-frida-kahlo-es-tan-importante/).
SOUTER, Gerry. (2010), Frida Kahlo: Detrás del Espejo. Ed. Numen, Mexico. 2014

ALGUMAS OBRAS REFERENCIAIS
Auto-retrato em um vestido de veludo (1926)
Retrato de Miguel N. Lira (1927)
Retrato de Alicia Galant (1927)
Retrato de minha irmã Cristina (1928)
O ônibus (1929)
Frida e a cesárea (1931)
Meu nascimento (1932)
Hospital Henry Ford (1932)
As duas Fridas (1939)
Diego em meu pensamento (1943)
Auto-retrato de cabelos soltos (1944)
A Coluna Partida (1944)
Auto-retrato com Macaco (1945)
Retrato do meu pai Wilhem Kahlo (1952)
Viva a Vida (1954)

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