Enredo 2017
“Com Muito Calor Humano, o Sereno É Suburbano!”
Partiu!
Não, aqui ninguém se esconde. A gente mora. A gente adora.
Não, aqui ninguém se esconde. A gente mora. A gente adora.
Subúrbio
não é um lugar. O subúrbio é um lar. Dessa gente “que vai em frente sem nem ter
com quem contar”.
Passinho
à frente, por favor. Linha 3. Atenção ao fechamento da porta. Espreme aí,
irmão! Próxima estação: Subúrbio. Essa parada que é expressão da alma da gente.
Um lugar em que se pode ser. No alto, no baixo. O subúrbio não tá no mapa. Tá
na mente. Central / Campo Grandeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!! Por cinco reais.
É van! Edinaldo tá de carro, mas tem o problema do IPVA. Pifou na Brasil, é
radiador… Debaixo desse p. calor! Passou direto, tava lotado. Ô ônibus
muvucado!
Olha a
janela. Paisagem mudando? Você está chegando! É um sururu o dia a dia. Só dá
pra parar pra comer um cachorro quente da tia. Um carro que anuncia amaciante
de roupa e pasta de limpar pia. Não sabe onde tem? Quer comprar e ninguém
mostrou? Dobrou é logo ali: A rua “dos camelô”!
Passou
mal, correu pro hospital! Nossa, que susto: UPA! Melhorou? Não? Bom fazer
revisão na curimba ou na oração. Tem igreja, tem terreiro, Deus aqui nos fez
irmãos! De vez em quando a chapa esquenta, o caveirão ao mundo adentra e o povo
se defende como pode. É o sacode!
A alegria
se agita nas roupas que dão tchau! dependuradinhas no varal… De cores se
recobrem os dias com os respingos das pipas nas periferias! Nas paredes a Santa
Ceia. Nas ladeiras o moto táxi que a todo momento serpenteia.
Na sexta,
quem vem chegando do trabalho, larga a bolsa na cadeira. Primeiro o ponto no
boteco! Casa é depois da saideira… Um repique começa dali, ao lado de um
tantan. Se o negócio não é fraco, chega o cara do cavaco… “Esta noite eu vou te
deixar no Sereno”… A mulher de voz aguda prejudica o vocalista. Uma criança
pega um pandeiro: Semente de sambista! Chega pro outro lado se não quiser
cheirar carvão. É que ali, na sua beira, fica logo a churrasqueira: Carne, asa
e coração… E se o mês é de junho “cumpadi”, tem luxuoso arraiá! Botou a caixa
na rua? Conseguiu ligar o som? Então “bora” curtir o funk mexendo esse
tamborzão!
O
subúrbio é essa casa que sempre tem quartos suficientes. É apertar mais um
“cadinho” que sai mais um puxadinho. O subúrbio é essa árvore onde os corações
fazem ninho.
Um velho
sentado na porta sabe todos os seus cantinhos. Sabe do que já foi, sonha com o
que não vem… Para melhor te prover, um lindo BRT! E para o pico mais
periférico, que venha o teleférico! Para o fim do sofrimento, que chegue o
saneamento! Porque não se vive de esmolas, que haja muitas escolas! Sendo
celeiro dos bambas, que haja escolas de estudo, mas que haja sempre as de
Samba!
A Coruja
hoje lhe visita, sem reparar a bagunça… Vem confessar que em seu mundo, você é
a tela de fundo. Vem contemplar o seu passado, celebrar o teu presente. Desejar
que seus passos futuros tenham a poesia dos grafites que dão vida aos seus
muros…
Andre Miranda e Wagner Araújo
Carnavalescos
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