quinta-feira, 6 de julho de 2017

SC MORRO DE CASA VERDE (SÃO PAULO/SP)

“A Luta de um Povo, a Força de Uma Raça… Luiza Mahin, a Luz de Daomé”


“Em uma Casa Verde renovada e emanada
Da África se faz presente
Meu berço, terra da ancestralidade
Para uma história reluzente
Era mui bela e formosa
Era a mais linda negra
Reluzida de proteção dos Voduns
A jovem negra cresceu sobre o valente e fértil solo da tribo Mahi,
Na nobreza a Mina-Jejê se fez imortal
Sagrada pelo alento de uma Candacê Africana
Em Daomé nasceu, como Candacê cresceu
A Mãe África chorou, seus filhos dela arrancou
Para o Sudão fugiu, aonde o islã aprendeu
E assim, uma negra Malê nasceu
Dos mares, veio a dor, agonia se fez presente
Nos porões do negreiro, as amarras e saudade dos ausentes
No Brasil, desembarca na terra de todos os santos
E de Luiza é chamada
Torna-se escrava de engenho, na lavoura o sofrimento
Nas ruas de Salvador o tabuleiro, seus quitutes, seu dinheiro
Liberdade, Liberdade, comprou e conquistou
Sob um Brasil regencial, a rainha se fez essencial
Brasileira agora, não fugia à luta
Uma história de amor, e bravura
Pela liberdade racial, cultural, social e religiosa
A Revolta dos Malês, uma luta gloriosa
Uma história de amor, e bravura
Pela liberdade racial, cultural, social e religiosa
A Revolta dos Malês, uma luta gloriosa
Sinopse Rimada
Sonhos malês foram exterminados
Violentamente em uma manhã de Janeiro
Setenta sonhos plainaram sobre o vento
Alguns fugiram ao Rio de Janeiro, vários levados a dor do cativeiro
Outros à sua terra natal embarcou
Entre eles, Luiza, a Mãe África a recebeu
Radiante aquela que um dia lhe deixou
Em corpo não se fazia mais presente
Sua herança continua viva
A luta não havia terminado
Construí com meus românticos versos
Me fiz voz em palavras poemas diversos
Sou a semente que germinou
Luto pelos direitos afro-brasileiros
Carrego um estandarte de luta
Tecido por minha mãe e mantido pela saudade que sentia da negra
Tocam os tambores que anunciam os anjos da liberdade
Gritam todos pela saudade
Saudade de um povo, de uma raça, de Luiza Mahin, A Luz de Daomé”.

“Sou filho natural de negra africana, livre, da nação nagô, de nome Luísa Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe era baixa, magra, bonita, a cor de um preto retinto sem lustro, os dentes eram alvíssimos, como a neve. Altiva, generosa, sofrida e vingativa. Era quitandeira e laboriosa”.

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