sábado, 21 de agosto de 2010

ENREDO 2011 GRES ACADÊMICOS DO SOSSEGO (NITERÓI/RJ)

SUA MAJESTADE, O REI SOL (SINOPSE)

... E escuridão descia à face do abismo, quando o Deus eterno, que pairava ao semblante do nada determinou: Exista luz! E houve luz. A luz era boa, sagrada e divina; e então separou a luz da escuridão. Fez-se o dia, se fez a noite. Do início celestial a sua majestade, o Rei Sol, acabara de nascer! A partir de então uma corte sideral se fez. Nos confins do Universo, no sistema solar, nasceram as estrelas na expansão dos céus, para iluminar a terra e acompanhar, como guardiãs, o grande rei, nasceram os planetas para compor o clero divino do sistema solar, vieram os transnetunianos, como sacerdotes do paço imperial, as luas como condessas da noite e os asteróides como monarcas. Estava formada a realeza... A nobre corte no espaço negro e obscuro.

O Rei Sol, senhor de horizontes infinitos desceu místico para a Terra e encarnou-se à semelhança do homem como Deus e correu o mundo com diferentes nomes... Condecorado astro Rei, adorado, aclamado, o Senhor respeitado por quase todas as civilizações da antiguidade, cultuado nos quatro cantos do mundo, como o rei da vida. Quando o Sol encarnou na Grécia, Olimpo, morada dos mais belos deuses, se chamou Hélios que vagava nos céus em sua biga de fogo com cavalos sagrados. No império romano, o Sol encarnou como o Deus Febo, filho de Júpiter com Latona. Personificava a luz e era a mais bela divindade de Roma... Nas Cordilheiras dos Andes (montes Andinos), renasceu como Viracocha, divindade invisível, considerado como o esplendor original, o Senhor do Sol, Mestre do Mundo, sendo o primeiro Deus dos antigos Incas. Nas terras negras, nome do antigo Egito, o Sol, assume a divindade da natureza humana em um Deus zoomórfico chamado Rá, o principal ídolo da mitologia egípcia, um ser com cabeça de falcão conhecido como o deus do sol.
Sua majestade, o Sol, soberano e absoluto Rei celestial depois de descer à Terra e encarnar como Deus, se casa com a mãe Natureza e toma para si os ciclos naturais que governam a existência na Terra. Do casamento do Sol com a Natureza nascem quatro irmãos, que se tornam antigos espíritos do mundo. Dois deles se chamam Equinócios e governam o Outono e a Primavera, os outros dois se chamam Solstícios e imperam no inverno e no verão. Juntos determinam a roda do ano no calendário do sol. A vida humana passa então a girar em torno do grande rei que dá de presente para cada um de seus filhos uma Estação e se inicia a eterna dança entre as sementes do Outono e as flores da Primavera, o frio do Inverno e o calor do Verão...
O rei Sol existe há milênios. Nasceu da escuridão celeste, desceu à Terra como Deus, casou-se com a Natureza, concebeu filhos, (as Estações do ano) e hoje, na modernidade, é o grande Rei da alegria e tem adoradores por todo lugar. Na praia Ele é festejado e louvado, os guarda-sóis são templos, e os praieiros os seus seguidores. Nas micaretas e nos lindos blocos de rua do Rio de Janeiro, Ele é cantado e dançado, os abadás são a indumentária sagrada, a coreografia o rito santificado e a música o louvor. Todos saem na rua com a alegria do Sol. Os turistas que correm o mundo em busca do Sol, por fim, ressurgem como peregrinos em uma jornada de devotos em busca da alegria. Seus chapéus, roupas floridas e suas máquinas fotográficas, a exemplo, são ornamentos sacros. Tudo isso para reverenciar o grande Rei; a alegria.
O Sol nasceu para emanar luz aos quatro cantos do mundo e exterminar a escuridão da alma humana. Ele apaixona todo espírito quando desce ao entardecer em poente e renova toda esperança quando volta nascente no horizonte.
Salve o Sol! Sua majestade, o Rei Sol

Fabianno Santana
Designer de Carnaval


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