sábado, 17 de novembro de 2012

GRES ACADÊMICOS DO CUBANGO (NITERÓI/RJ)

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Acadêmicos do Cubango tem nova rainha: Cris Alves!

Foto de divulgação / Michele Iassanori



Cristiane de Souza Alves, 35 anos, foi coroada, no início deste mês, rainha da bateria da Acadêmicos do Cubango, escola de Niterói que está no Grupo A do Rio desfilando na Sapucaí. A mulata já acumula diversos títulos, como Princesa e Rainha do Carnaval de Niterói (1997 e 1998, respectivamente), Musa do Caldeirão do Huck (2008) e Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro (2012). Cris Alves começou como passista aos 5 anos. O envolvimento precoce com escola de samba se deve à sua mãe Irani de Souza Alves, que era passista da própria Cubango e levava a filha  aos ensaios.
Nascida e criada no Fonseca, em Niterói, ela conta que passou pela Viradouro indo depois para a Acadêmicos do Salgueiro, que lhe serviu de vitrine:
-- Sou passista do Salgueiro. Na quadra, fui vista por empresários e contratada para shows internacionais. Me apresentei no Equador, Argentina, Estados Unidos, Espanha, Japão, França, Itália, Alemanha e Suíça. Morei dois anos na Rússia.
Toda a bagagem das viagens e a coleção de títulos no entanto ainda não completaram sua felicidade. Ela sonha em ganhar o Estandarte de Ouro, prêmio concedido pelo jornal O GLOBO, de reconhecida importância no mundo do carnaval.

                      ORGULHO E CONSCIÊNCIA NEGRA

A passista, a rainha e a musa são personagens distintos em uma agremiação. A primeira traz a magia da dança do samba; a segunda apresenta seus súditos -- no caso, a bateria, tanto para o público quanto para os jurados --; e a terceira, apenas empresta sua beleza à escola. Na maioria das vezes, as duas últimas não são necessariamente oriundas das comunidades que formam as agremiações e muito menos dominam a arte de sambar. Por conta disso, o convite para reinar diante dos ritmistas da Cubango tem sabor especial para Cristiane:
-- É o reconhecimento do meu trabalho. Em todos esses anos, nunca recebi convite assim. Estou orgulhosa em representar a beleza da mulher negra e sambista de berço. Adoro ver Luma de Oliveira, Viviane Araújo e tantas outras pois elas brilham, não nego. Mas o chão de uma escola merece ser valorizado também!
Cris revela misturar as três personagens quando está em cena. A passista, a rainha e a musa viram uma mesma pessoa. O segredo está em não se esconder. Participar de ensaios, oficinas e concursos fez com que acumulasse experiências que, agora, agregam qualidades à sua performance:
-- Tem quem reclame do carnaval. Criticam o destaque que é dado a quem não é do samba mas a culpa é nossa. Nós nos escondemos muito. O passista, principalmente, tem que parar com isso e encarar mesmo, provar o seu potencial artístico, mostrar o seu valor.

Quem quiser aprender essas e outras manhas com Cris Alves, basta ir à quadra da Cubango às terças-feiras, das 19h às 21h, para ter aula de samba no pé com a rainha. A oficina faz parte de projeto social da agremiação, que fica na Rua Noronha Torrezão 560,Cubango, Niterói.

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