domingo, 31 de julho de 2011

CARNAVAL CARIOCA

As últimas batidas do surdo: escolas dos Grupos de Acesso podem virar blocos
Por Fábio Silva
Desde o carnaval 2008, a Liesa reduziu o número de escolas no Grupo Especial para 12. Com isso, agremiações como Império, Caprichosos e Estácio perderam espaço, ficaram relegadas aos Grupos de Acesso e, a cada ano, perdem força. E o fenômeno que aconteceu com as grandes potências agora vai se repetir no andar de baixo.
A partir do ano que vem, os grupos C, D e E vão rebaixar seis escolas por ano e, em 2014, dez escolas de samba vão ser obrigadas a virar blocos de enredo - ou seja, entrarão num caminho quase sem volta, em que uma das hipóteses mais prováveis é enrolar a bandeira.
O pior disso tudo é ver que, nos grupos C, D e E, estão agremiações de importância fundamental para o nosso carnaval, como Em Cima da Hora, União de Vaz Lobo, Unidos da Ponte, Leão de Nova Iguaçu, Unidos do Jacarezinho, Unidos de Lucas e Lins Imperial.
Segundo Eduardo José, presidente da Associação das Escolas de Samba, a entidade responsável por estes grupos, a mudança vai ser uma "maravilha", porque vai dar mais força a estes desfiles.
- Essa medida vai qualificar as escolas dos grupos C, D e E, não permitindo $elas fiquem acomodadas. Os presidentes vão ter que investir o dinheiro no carnaval, se esforçar pra botar a escola na rua - diz.
O presidente da Associação não se mostra preocupado com o fato de as escolas enrolarem bandeira:
- Elas não vão acabar. Vão virar blocos de enredo, que fazem um ótimo desfile também. É bom porque assim elas podem se reestruturar para voltar mais fortes como escolas de samba.
Por trás da iniciativa de valorizar os grupos de Acesso está uma razão mais palpável: dividir a subvenção por menos escolas. Ou seja, a partir de 2014, o dinheiro da Prefeitura vai ser repartido por menos agremia$ções e, assim, sobra mais dinheiro para todo mundo.
- A subvenção já é muito pequena para estes grupos. É claro que vai ser melhor dividir dessa forma. Hoje as escolas do Grupo C recebem cerca de R$ 70 mil; as do Grupo D, R$ 40 mil; e as do Grupo E, apenas R$ 25 mil - conta Eduardo José.
A Associação diz que a ideia de reduzir o número total de escolas no carnaval de 72 para 62 veio da Prefeitura - e que não seria possível não acatar um pedido dos financiadores da festa. Procurado pelo EXTRA, o secretário de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, disse que não informado das mudanças.
Escolas já temem por futuro incerto
Com 30 anos dedicados a Vizinha Faladeira - sambando ou costurando fantasias e adereços do desfile, Jorge Alexandre assumiu a presidência administrativa da escola há 20 dias. Ele sabia bem o desafio que teria pela frente: falta de estrutura e de incentivos são velhos conhecidos das escolas dos grupos C, D e E. Essa semana, no entanto, teve outra surpresa ao ser informado também das mudanças de rebaixamento.
- Agora não podemos dar um vacilo em nada porque podemos cair. A Vizinha, que está no Grupo D, é uma das escolas mais tradicionais do carnaval, a mais antiga do Rio e não queremos que ela acabe - preocupa-se.
- A justificativa (para as mudanças) é organizar o carnaval. Mas as agremiações desses grupos não podem pagar por administrações erradas. As escolas que caírem do Grupo E tendem a sumir - endossou o presidente da União de Vaz Lobo, Adriano Jesus do Amaral.
Já o vice-presidente da Lins Imperial, Jorge Torresmo, acredita que, com a redistribuição da verba entre as escolas, será possível reforçar a estrutura dos barracões e promover desfiles melhores.
* As informações são do Jornal Extra

http://www.galeriadosamba.com.br/V41/NI.asp?fmeek98
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