quinta-feira, 21 de junho de 2012

GRES IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE (RIO DE JANEIRO/RJ)


Sinopse - Carnaval 2013

A Sinopse do Enredo “Pará – O Muiraquitã do Brasil, ‘Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia.’, dos carnavalescos Cahê Rodrigues, Kaká e Mário Monteiro, foi entregue aos compositores da Imperatriz na noite desta segunda-feira, 18 de junho, na quadra de ensaios Luiz Pacheco Drumond.
Confira abaixo a sinopse:
PARÁ - O MUIRAQUITÃ DO BRASIL
“Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia.” 
(Eça de Queiroz)
Bateu com o pé direito no chão com mais força, depois cuspiu para frente! Pronunciou duas ou três vezes com voz rouca:
Hê, hyá, hyá, hyá, e seguiu dizendo:
Cúara tece o inicio do dia
É de manhã!
oby tinge a retina dos olhos de quem vê
Chocalho de cobra, onça pintada, ariranha, garça branca e guará!
Cheiro de mato. 
É o Uirapuru quem canta primeiro.
Levo as mãos à pedra verde: Dê-me a sorte oh Muiraquitã!
ibitu sopra o destino das águas
Faz o verde do aningal se apekúi
Por de trás da folha verde se vê o povo Tupinambá!
No corpo, seu manto sagrado de pena
Na alma, a incorporação do poder de um gavião real!
Festança de índio, dia para ritual!
É Karajá, Tapajó, Kayapó, Arara, Araweté, Munduruku e Assurini.
Sou morubixaba de tudo que se vê por aqui!
No verde encontrei riqueza, “jóia” de índio!
A riqueza que “karaiba” gostou:
O sabor do açaí, a fibra do cupuaçu, tucumã, taperebá e bacuri.
Peixe do rio, caroço da inajá!
É meu, mas eles querem!
A cobiça cruza nossas águas em barco grande
Os olhos do Mapinguari vê
boiúna faz as águas se apekúi
É gente que chega! Gente de todo canto
taba pinta o corpo pra luta
Tupã faz o céu roncar!
Tá guardado no seio da natureza a riqueza que eles procuram 
De tudo um pouco eles querem levar
Do ouro da serra à seiva que escorre
da ferida no tronco da árvore 
Faz seus olhos brilharem!
A “fortuna” que a borracha do tempo ainda não pode apagar!
Tá aqui até os dias de hoje
Em fachada de casa
Em cristal de lustre que “alumeia” a beleza do theatro.
Até hoje é assim!
Pra falar de riqueza pelas bandas daqui,
tem que voltar pra floresta
O dono da terra é quem ensina como é que faz
pra lidar com a natureza
Pois é dessas matas que as sementes colhidas
vão enfeitar outros chãos.
Dar adeus a floresta nativa, ser polida, jóia cabocla...
sonho de artesão.
Nesse dia, quando o homem aprender com a gente daqui,
a natureza respeitar
Todo povo vai sair na rua pra cantar.
Nas terras do Marajó, Marabá, Santarém ou em Belém.
Nossa gente vai festejar:
Traz jambú, camarão seco, tucupi e mandioca.
Oferta a toda gente o tacacá! 
Leva o Boi pra rua
Faz festa pra saudar o Boto!
Põe a Marujada pra dançar!
Saia de roda e estampa florida
Roda menino, gira menina
Canta a ciranda mais bonita
Dança o Carimbó e o Siriá!
“Treme” o Povo do Pará!
O artesão fez a sua peça mais bela para ofertar:
Cestaria, cerâmica, um trançado de juta
Da cabaça ele fez cuia, do Miriti arte para brincar!
O Romeiro ergue as mãos
Fita com os olhos o azul que tinge o céu.
A santa ouviu a prece do caboclo:
Na corda dos milagres, graça alcançada.
São Mãos que sangram em fé!
Nessa longa caminhada.
Outubro se faz agora!
Meu povo já está na rua
Do altar do carnaval se avista o andor e a berlinda florida 
A voz do povo faz o canto ecoar mais uma vez
Quem pede é o folião,
Por hoje, romeiro de fé:
Oh Santa!
Dai-me nas Cinzas desta quarta-feira,
O caminho para mais uma vitória
E uma alegria para a vida inteira!
O Pará, seu sabor, seu cheiro, sua gente, suas tradições,
estão na Avenida.
É a Imperatriz quem lhe apresenta aos olhos do mundo: 
No futuro, um exemplo a ser seguido.
Carnavalescos:
Cahê Rodrigues, Kaká e Mario Monteiro
Pesquisa e texto:
Cahê Rodrigues e Leandro Vieira
Agradecimento especial:
Sergio Oliveira,
grande conhecedor da cultura paraense, pelo apoio consultoria prestada para construção do enredo.
GLOSSÁRIO:
Hê, hyá, hyá, hyá – Canto tupinambá 
Cuara – sol
Oby – verde
Ibitu – vento 
Apekúi – alvoraçar
Morubixaba – cacique, chefe da tribo
karaíba – homem branco
Mapinguari -  Mapinguari tem o corpo todo coberto de pelos, com a aparência de um enorme       macaco. Possui um único olho na testa e uma boca gigantesca que se estende até a barriga.
Boiuna - Cobra grande  
Taba – Aldeia, Lugar 
Muiraquitã- Espécie de amuleto da sorte para os índios 
Kayapos, Mundurucu,Asirini, Tapajós, Tupinambás:
Tribos Indígenas 
O Aningal - é uma plantação característica das ilhas aluviais dos rios amazônicos, principalmente às margens dos rios e igarapés amazônicos. 
Cupuaçu,Tucumã, Bacuri, Taperebá – Frutas da região 
Jambú - É uma erva típica da região norte do Brasil, principalmente região amazônica e no estado do Pará.    
Tucupi – É um tempero e molho de cor amarela extraído da raiz da mandioca.
Tacacá - É uma iguaria da região amazônica brasileira, em particular do Pará.  
O Síria - Dança brasileira originária do município de Cametá, localizado no estado do Pará.
O Carimbó - A mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense, misturando dança e canto. 
A Marujada – Uma das mais belas manifestações religiosas do folclore paraense. 
O  “Treme” - é o mais recente ritmo do Pará. Uma mistura de música  eletrônica misturada a outros ritmos populares do estado.
Berlinda – Espécie de cúpula que leva a nossa Senhora do Nazaré no dia da procissão.

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